Estimular a inovação nacional através de parcerias internacionais

Nenhuma empresa ou país detém toda a tecnologia, nem é capaz de se manter na fronteira do conhecimento exclusivamente por seus esforços, mediante à atual difusão da ciênciae da tecnologia.
 
Hoje, a importância de valorizar economicamente o conhecimento científico é consensual em Portugal.
Várias universidades portuguesas têm gabinetes de transferência de tecnologia com o objetivo de apoiar a gestão da propriedade intelectual do conhecimento aí produzido.
Para além disso, desenvolvem ecossistemas de inovação e empreendedorismo, que incluem centros de ciência e tecnologia e incubadoras de empresas, apoio à criação de spin-offs, atração de centros de investigação de grandes empresas, oferta de programas de formação a empreendedores, organização de competições de ideias de negócio e apoio a novos negócios, apoio à internacionalização de start-ups.
 
Em 2006 o Governo de Portugal, através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia,  e com o apoio do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), criou as Parcerias Internacionais com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), a Carnegie Mellon University (CMU) e a University of Texas at Austin (UTA), com o objectivo de promover a internacionalização das universidades, centros de investigação e empresas portuguesas, tirando partido da experiência e da cultura organizacional das universidades dos Estados Unidos da América (EUA).
 
Estas Parcerias criaram novas oportunidades de integração em redes temáticas de investigação e inovação de classe mundial, estimulando uma cultura de colaboração.
Num mundo cada vez mais complexo e competitivo, a partilha de conhecimento e a co-criação de valor são cada vez mais condições essenciais à valorização, competitividade e sustentabilidade de Universidade e empresas.
 
Em 2018 foi iniciada uma nova fase destas Parcerias Internacionais que decorre  até 2023, com o objetivo de trajeto reforçar o empreendedorismo, as competências e as capacidades de I&D das empresas portuguesas, colocandoas no centro das Parcerias Internacionais e promovendo a internacionalização do empreendedorismo altamente qualificado nas universidades portuguesas e criando um ecossistema de apoio a atividades de I&D por parte das empresas nacionais, em estreita articulação com a academia.
 
E é neste contexto que foi publicado a 13 de março de 2019 um aviso de apresentação de candidaturas,  para permitir concretizar estes objetivos : atribuir às empresas nacionais o papel de dinamizadoras das redes e dos projetos colaborativos, apoiando-se nas instituições de ID portuguesas e tirando partido da experiência e do conhecimento das universidades dos EUA.
 
Foram aprovados 18 projetos no âmbito deste aviso , 10 dos quais com financiamento do COMPETE 2020. Um total de 16 milhões de euros de investimento, correspondendo a 10 milhões de Fundos da União Europeia.
 
Estes instrumentos de política pública tem por objetivo criar condições para um país mais inovador. O relatório anual da Comissão Europeia publicado a 23 de junho 2020, revela que, entre 2012 e 2019, Portugal foi um dos cinco países da UE que mais progrediu em matéria de inovação, destacando-se o ‘salto’ dado nos últimos dois anos, de 84 pontos para 105 pontos, o que coloca o país pela primeira vez no grupo de “inovadores fortes”, depois de ao longo dos últimos anos ter sido considerado um “inovador moderado”. Destaca-se o ambiente favorável à inovação e investigação.

 Nesta edição vamos de 4 destes projetos :

AIDA: Adaptive, Intelligent and Distributed Assurance Platform - O projeto tem no total 4 parceiros, um parceiro industrial, Mobileum, que também é o coordenador do projeto, e três parceiros académicos, INESC TEC, Universidade de Coimbra (UC) e Carnegie Mellon University.Este complexo projeto tem por objetivo  essencial conceber uma nova versão da plataforma RAIDA  solução de excelência e referência internacional, da Mobileum para a gestão integral de risco em empresas. Esta plataforma é atualmente utilizada em todo o mundo com vista a, entre outros, garantir a receita, condições do negócio e controlo da fraude.
 
BigHPC : projeto internacional com foco no desenvolvimento de tecnologias de monitorização e gestão de infraestruturasa HPC(High-Performance Computing). O  consórcio é constituído por seis parceiros, dos quais quatro são portugueses (Wavecom, INESC TEC, LIP e MACC - Minho Advanced Computing Center) e dois são americanos (University of Texas Austin e TACC - Texas Advanced Computing Center).O projeto envolve o desenvolvimento de uma plataforma inovadora de gestão para aplicações de Big Data e computação paralela e distribuída, a qual será integrada com as atuais infraestruturas e software para HPC.
 
 iFetch : Consórcio liderado pela  Farfetch e integra a Universidade NOVA de Lisboa e do Instituto Superior Técnico, enquadrada no programa CMU Portugal, da Carnegie Mellon University (Estados Unidos) parceiro internacional deste projeto, tem por objetivo desenvolver um "chatbot" (programa de computador que utiliza a inteligência artificial para imitar conversas com utilizadores de várias plataformas e aplicativos) multimodal de nova geração, para utilizar no seu comércio eletrónico.
 
MCTool21: Manufacturing of cutting tools for the 21st century - Liderado pela Inovatools, este projeto reuniu para seu desenvolvimento um consórcio formado pela Universidade de Coimbra, Universidade do Minho e Universidade de Austin e tem por objetivo desenvolver novas ferramentas de corte com potencial para a produção de componentes na indústria automóvel e aeronáutica.

16/07/2020 , Por COMPETE 2020