A relação virtuosa da Tecnologia e da Saúde nos projetos de I&D
Tecnologia, saúde e produtos sustentáveis serão dos setores em melhor posição não só para gerar as melhores oportunidades de investimento, a médio prazo, podendo mesmo vir a crescer significativamente ao sabor das novas exigências trazidas pela pandemia mundial do novo coronavírus.
A Saúde é um setor proeminente e em rápido desenvolvimento em Portugal, tendo registado uma evolução notável ao longo das últimas duas décadas. As inovações tecnológicas no setor da saúde contribuem para uma alteração de paradigma, onde o foco é a preocupação com bem-estar e com o cuidado de vida do ser humano, de maneira mais equilibrada. A disseminação de tecnologias voltadas para a conectividade de todas as informações da vida da pessoa, como hábitos alimentares, físicos, procedimentos cirúrgicos realizados, predisposições a doenças, tornam-se essenciais para um acompanhamento mais minucioso, mais preventivo da saúde da população.
Neste setor o impacto da incorporação das tecnologias de informação tem permitido o desenvolvimento de soluções vastas que atuam como coadjuvantes da atividade médica. Mas a utilização das novas tecnologias na área de saúde não está restrita, apenas, aos equipamentos de última geração que são utilizados em hospitais, centros de diagnóstico, clínicas ou unidades básicas de saúde. A incorporação do saber contribui para o aumento da qualidade e da expectativa de vida. O volume e a velocidade de dados gerados diariamente na saúde tornam cada vez maior a necessidade de uso de tecnologias capazes de capturar, cruzar e interpretar informações em tempo real. E acima de tudo as inovações tecnológicas no setor da saúde contribuem para uma alteração de paradigma, onde o foco é a preocupação com bem-estar e com o cuidado de vida do ser humano, de maneira mais equilibrada. A disseminação de tecnologias voltadas para a conectividade de todas as informações da vida da pessoa, como hábitos alimentares, físicos, procedimentos cirúrgicos realizados, predisposições a doenças, tornam se essenciais para um acompanhamento mais minucioso, mais preventivo da saúde da população.
As exportações em Saúde cresceram 17% em contraciclo com a balança comercial portuguesa, de acordo com informação do comunicado do Health cluster portugal (13 agosto 2020). A pandemia não afetou a tendência de crescimento que temos assistido nas exportações portuguesas em Saúde. De acordo com dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), tendo como fonte o Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações em saúde estão em contraciclo com a balança comercial portuguesa: cresceram quase 17%, (16,4%) enquanto a balança comercial portuguesa diminuiu 17,1%. São 810 milhões de euros no 1º semestre de 2020, mais 115 milhões euros do que no período homologo de 2019.
Em Portugal a Saúde representa um volume de negócios anual na ordem dos 30 mil milhões de euros e um valor acrescentado bruto de cerca de 9 mil milhões, envolvendo perto de 90 mil empresas e empregando quase 300 mil pessoas.
O Compete 2020 apoia fortemente projetos que integram a tecnologia na Saúde, nomeadamente através do intrumento de incentivo à Investigação e Desenvolvimento e que onde o foco é a preocupação com bem-estar e com o cuidado de vida do ser humano, de maneira mais equilibrada:
- Projeto CADPath.AI – Computer Aided Diagnosis in Pathology é um projeto do IMP Diagnostics em parceria tecnológica com o INESC TEC e com a empresa Leica Biosystems e está a desenvolver uma ferramenta capaz de realizar o diagnóstico automático, e fundamentado, de patologias oncológicas (cancro cervical e colo-rectal), através da análise de amostras histológicas, e a construção de uma metodologia para caracterização e identificação de patologias. Falamos com Ana Monteiro, gestora de projetos no IMP Diagnostics, que descatou a ambição do projeto “pretendemos ir mais longe e disponibilizar ao mercado uma ferramenta de diagnóstico automático de patologias oncológicas; uma base de dados, contemplando as lâminas digitalizadas e respetivas anotações, histórico clínico e diagnóstico; e uma plataforma para geração de conhecimento científico”.
- Conversamos com Filipa Fixe, Administradora Executiva da Glintt sobre o projeto WoW (Wireless biOmonitoring stickers and smart bed architecture: toWards Untethered Patients) liderado pela Glintt em consórcio com o Instituto Superior de Robótica, Universidade de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Universidade de Carnegie Mellon, foi um dos escolhidos para ingressar o programa Go Portugal- Global Science and Technology Partnerships Portugal, pela sua diferenciação e inovação. O WoW prevê o desenvolvimento e validação de material que permitirá, pela primeira vez, a monitorização de utentes através de adesivos biomonitorizadores, sem fios e de fina espessura, simples e impressos a baixo custo (0.5 a 20€, dependendo da aplicação).
- Entrevistamos Alfredo Silva, responsável do projeto NanoStim que nos falou das motivações e do elemento diferenciador do projeto bem como dos resultados esperados. O Projeto NanoStim integra o desenvolvimento de um sistema de (nano)sensores secos e flexíveis de alto desempenho baseados em filmes finos com (nano)estruturas customizadas. Integrado numa peça de vestuário, o sistema de (nano)sensores será usado na reabilitação de lesões musculares avançadas e/ou ausência de mobilidade, sobretudo em idosos, comprometendo-se com a Estratégia e Plano de Ação Global para o Envelhecimento Saudável da Organização Mundial de Saúde e com os valores e objetivos fundamentais da União Europeia (UE).