Como “internacionalizar o azeite português”?

Apoiado pelo COMPETE – Programa Operacional Factores de Competitividade, o projeto visa alavancar os esforços de internacionalização das empresas nacionais do sector do Azeite, através da realização de acções promocionais em mercados chave, sob uma imagem umbrella, institucional e comum para o Azeite Português.

As acções foram orientadas para dois tipos de mercados-alvo: um mercado prioritário para este sector – o Brasil – onde o Azeite Português é líder de mercado, com toda a estratégia comunicacional dirigida sobretudo aos consumidores finais; e um mercado emergente – a China – com enorme potencial de crescimento e representando o futuro do consumo mundial para este sector.

Conforme refere Mariana Matos, Secretário-geral da Casa do Azeite – Associação do azeite de Portugal "o projeto Internacionalizar o Azeite Português permitiu o reforço das exportações nacionais de azeite para o principal mercado de destino das exportações nacionais, o mercado brasileiro. Mas mais importante que o aumento quantitativo dessas exportações, também ele muito expressivo, foi o aumento do valor acrescentado das nossas exportações, o aumento das vendas de azeites de qualidade superior, para consumidores cada vez mais exigentes.

Por outro lado, este projeto permitiu que uma série de empresas de menor dimensão pudessem participar em feiras profissionais e acções direcionadas para o trade no mercado chinês, identificando compradores e estabelecendo relações comerciais que permitiram, para esses empresas, o início das exportações para aquele distante e difícil mercado.

Todo este investimento só foi possível com o apoio do Programa COMPETE, pois o financiamento privado de acções de promoção de natureza institucional é sempre muito difícil”.

 

Enquadramento

O sector do azeite é um sector em franca expansão em Portugal, não só em termos de internacionalização, sendo Portugal um país tradicionalmente exportador, mas também em termos de produção. De facto, após um longo período em que o país sofreu uma acentuada quebra na sua produção de azeite, fruto de uma série de circunstâncias estruturais da nossa agricultura nas últimas décadas, assistiu-se na última década a um investimento muito significativo na base produtiva nacional que determinará, a curto prazo, a auto-suficiência à muito desejada pelo sector.

São cada vez mais as empresas, da mais variada dimensão e algumas vindas de outros sectores de actividade, que iniciaram a diversificação dos seus negócios através deste sector que é, actualmente, um dos sectores mais dinâmicos da agricultura nacional.

No entanto, e apesar de toda a dinâmica dos anos recentes, verificam-se ainda algumas fragilidades, principalmente ao nível da capacidade exportadora das pequenas e médias empresas e da sua penetração num mercado global, dominado por players dos grandes países produtores mundiais, como Espanha ou Itália. A essas fragilidades soma-se ainda a falta de reconhecimento internacional da origem Portugal enquanto origem diferenciada e de grande qualidade, que na realidade é.

 

Mercados-alvo

O projecto desenvolveu-se, essencialmente, no mercado do Brasil, prioritário para as exportações nacionais, e no mercado da China, considerado um dos mercados do futuro para o consumo mundial de azeite.

O consumo brasileiro de azeite tem aumentado significativamente nos últimos anos, mas ainda assim continua a apresentar potencial de crescimento, tendo em conta a maior divulgação dos benefícios do consumo de azeite para a saúde e o reconhecimento do azeite como produto natural e saudável. Este consumo é totalmente assegurado por importações, provenientes de Portugal, Espanha, Argentina e Itália, entre outros, uma vez que o Brasil não possui produção própria.

Actualmente, Portugal possui a maior quota de mercado de azeite no mercado brasileiro (cerca de 60%), valor recuperado, em parte, devido às acções realizadas naquele mercado no âmbito do actual projecto.

Mas este sector não deve acomodar-se à relativamente confortável posição de domínio no mercado brasileiro. Deve assegurá-la, inequivocamente, mas ter igualmente uma estratégia de penetração em novos mercados que iniciam agora, ou tem vindo a consolidar, o consumo de azeite. De entre estes, convém prestar especial atenção a mercados emergentes, que evidenciam aumentos muito significativos do seu poder de compra, como será o caso do mercado da China. Com um consumo interno de azeite em acelerado crescimento, integralmente provenientes de importações, este é considerado um dos mercados emergentes actualmente mais promissores para o consumo de azeite.

 

Objetivos

O objetivo global deste projeto é promover o consumo de Azeite Português, através da fidelização dos seus consumidores habituais, do aumento das vendas junto de novos segmentos de consumidores e da transferência da opção de compra de azeite de outros países para o Azeite Português.

Por outro lado, assume-se também como objectivo deste projecto a promoção da imagem institucional do Azeite Português através de uma marca umbrella que agregue toda a oferta de origem nacional e a comunique de forma consistente no mercado global, gerando notoriedade e reconhecimento. O Azeite Português deve transmitir uma imagem moderna e apelativa, mas sem perder de vista as raízes culturais, a autenticidade, o prestígio e a qualidade associados a este produto.

Através deste projecto e de outros que certamente se lhe seguirão, a origem Portugal deverá passar a ser, na mente dos consumidores globais, sinónimo de origem de azeites de elevada qualidade e diferenciação.

 

Apoio do COMPETE

> Sistema de Incentivos às Acções Coletivas (SIAC)

Apoiado pelo COMPETE, o projecto “Internacionalizar o Azeite Português” teve enquadramento no Sistema de Incentivos às Acções Colectivas (SIAC) com um investimento elegível de 356 mil euros, correspondendo a um incentivo FEDER de 249 mil euros.

 

Links | Casa do Azeite

Site | http://www.casadoazeite.pt/

Facebook | https://www.facebook.com/pages/Casa-do-Azeite/601586149952125?fref=ts

 

01/09/2015 , Por Cátia Silva Pinto
COMPETE
União Europeia