I&D empresarial a liderar caminho contra a Covid 19

A inovação pode fornecer soluções para a recessão provocada pela pandemia.  Numerosos estudos mostram que o investimento em atividades de ciência, tecnologia e inovação, particularmente em investigação e desenvolvimento, é um fator-chave do crescimento económico. 

O financiamento destas atividades estão a permitir dar respostas aos desafios imediatos da crise sanitária, mas também podem ajudar na recuperação económica. Sem inovação tecnológica não pode haver competitividade.

As políticas de pesquisa e inovação durante o período de crise devem ajudar a impedir que as empresas adiem, ou mesmo interrompam, as atividades de inovação.

O investimento em I&I ( Investigação Inovação) é um indicador fundamental da capacidade para construir uma economia baseada no conhecimento e na inovação, o que justifica o comprometimento crescente de muitos países, incluindo a generalidade dos Estados Membros da UE, com políticas públicas de estímulo ao investimento empresarial em I&I.

Um investimento regular e elevado em I&I pelo setor empresarial, particularmente em atividades de média-alta e alta tecnologia, é tido como fundamental para gerar e manter um fluxo regular de inovação na atividade económica capaz de sustentar a competitividade de uma economia .

Ns esfera do Quadro Temporário relativo a medidas de auxílio estatal de apoio da economia no contexto do surto da COVID-19, foi publicado a 20 de abril de 2020 na âmbito dos Sistemas de Incentivos à Empresas do Portugal 2020,  um aviso para apoiar projetos promovidos por empresas  e entidades do sistema científico e tecnológico. 

Este aviso tinha por objetivo assegurar o financiamento público necessário ao desenvolvimento de actividades de investigação  associadas ao combate ao COVID-19, estimulando projetos de investigação e desenvolvimento (I&D) e inovação entre as empresas e os centros de interface tecnológica e laboratórios colaborativos, que respondam às necessidades imediatas e a médio prazo do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O foco era a investigação de vacinas, medicamentos e tratamentos, dispositivos e equipamento médico e hospitalar, desinfetantes, vestuário e equipamento de proteção, incluindo a construção ou modernização das infraestruturas de ensaio necessárias para desenvolver, testar e otimizar, até à primeira utilização industrial, de produtos relevantes para o COVID-19.

O Compete 2020 já aprovou 20 projetos no âmbito deste aviso, envolvendo 5,5 milhões de Fundos da União Europeia (incentivo), em projetos que mostram a capacidade de mobilização dos agentes para dar resposta aos desafios colocados coletivamente por esta pandemia. 

Nesta edição falamos lhe de projetos que estão a desenvolver  novos produtos que vão permitir a dotar a sociedade de respostas à crise sanitária e ao mesmo tempo podem colocar Portugal como fornecedor no mercado internacional de produtos inovadores.

Conversamos com José Guilherme Dias, da Poleva sobre este projeto projeto NanoMask no qual será desenvollvida  uma máscara FFP2 termoformada, a partir de um filtro com gradiente de capacidade de filtragem (nano e micro) para utilização em contexto profissional, com o necessário reconhecimento como EPI, de acordo com a normalização existente (EN149). Não existem atualmente no mercado entidades nacionais que produzem este tipo de dispositivos.

Falamos com Manuel Cruz, Coordenador do NidProtech - Núcleo de ID do LatinoGroup e responsável do projeto Active ProtectionActive Protection. Este projeto tem como objetivo o desenvolvimento de uma nova geração de EPI reutilizáveis e ativos (batas, toucas e perneiras), com funcionalização anti-bacteorológica e anti-vírica, para utilização em contexto profissional. Pretende-se com este projeto efetuar um avanço face ao estado da arte, através da funcionalização de substratos fibrosos utilizados normalmente com função de barreira, para concretizar um conceito inovador incorporando características ativas em EPI, contrariamente ao que acontece nos EPI passivos (tradicionais), de uma forma célere e ágil, com vista à rápida colocação destes produtos no mercado. 

Eliseu Frazão, CEO da Fravizel falou ao COMPETE 2020 sobre o projeto que visa criar tecnologias para a desinfeção de espaços e encomendas no atual contexto de combate á pandemia Covid-19.O Projeto Tech-DesCovid19 by FRAVIZEL, vai desenvolver 3 soluções inovadoras para a desinfeção de espaços de forma remota, que minimize a exposição a riscos. Esta parceria com o COMPETE 2020 permitirá que Portugal tenha respostas tecnológicas inovadoras e rápidas à pandemia e que reforce o seu posicionamento em termos de balança comercial. 

Sónia Calado, Administradora da DRT-RAPID, em conversa com o COMPETE 2020 fez uma apresentação do projeto KPC, que tem como objetivo desenvolver três produtos, nomeadamente uma viseira, uma máscara facial e um dispositivo de esterilização, que quando agregados entre si e complementados com outros EPIs permitem obter um kit de proteção comunitária (KPC) completo contra o coronavírus SARS-CoV-2.Com este projecto, o Grupo DRT ambiciona colocar a curto prazo ao dispor da comunidade três produtos de valor acrescentado, a um custo acessível, de simples utilização, e que contribui acima de tudo para a sustentabilidade ambiental permitindo a redução de resíduos devido à reutilização de equipamentos de protecção individual.

 

 

 

24/06/2020 , Por Paula Ascenção