Moldes | De Portugal para o Mundo, uma indústria sem fronteiras
A Indústria dos moldes em Portugal deu os seus primeiros passos em 1934, na Marinha Grande, com o iniciar de laboração de uma empresa de moldes para vidro. Foi a partir desta iniciativa, que se iniciou o “boom” da indústria, tendo sido criadas inúmeras empresas, com especial incidência na década de 80/90. Foi também nesta década que as exportações da indústria dos moldes começaram a fazer-se de uma forma mais intensa, tendo atingido nos anos mais recentes valores muito elevados (mais de 80% da produção vai diretamente para o exterior). No seguimento do crescimento do setor, duas regiões foram crescendo e ganhando grande importância: a Marinha Grande e Oliveira de Azeméis.
Nos inícios de 1983 foi instalado na empresa Edilásio Carreira da Silva, Lda., em Picassinos (Marinha Grande) um sistema CAD/CAM multiposto. Era o primeiro sistema desse tipo instalado numa empresa portuguesa de moldes e ao mesmo o primeiro sistema multiposto a operar num ambiente industrial num sector da metalomecânica portuguesa. Era também uma entrada precoce na utilização de uma tecnologia ainda incipiente, em especial para uma empresa de pequena ou média dimensão. A nível mundial a experiência existente na indústria de moldes era ainda muito restrita.
Era o início de um percurso marcado pela constante procura pela diferenciação e pela elevada capacidade de adaptação às necessidades dos seus clientes e às evoluções, quer dos mercados, quer das tecnologias.
Actualmente Portugal encontra-se entre os principais fabricantes mundiais de moldes, nomeadamente, na área dos moldes para injeção de plásticos (8º a nível global, 3º a nível europeu), exportando atualmente mais de 85% da produção total. ( CEFAMOL, IPM, Jan2016).
Um setor iminente exportador, atingiu em 2015, o valor de 591 milhões de euros na exportações, sendo que as vendas foram efectuadas para 89 mercados, destacando-se como mercados principais a Alemanha, a Espanha, a França, o Reino Unido, a Republica Checa, a Polónia, o México e os Estados Unidos.
Nesta edição da Newsletter ( n.º 74) falamos de projetos no setor dos moldes que vão contribuir para aumentar a competitividade empresarial e escalar um setor posicionado na tecnologia de ponta .
- LaTCh II: Lightweight Thermoplastic Composites II
O projeto LaTCh II: Lightweight Thermoplastic Composites II visa dar continuidade ao projeto LaTCh: Lightweight Thermoplastic Composites apoiado pelo COMPETE – Programa Operacional Factores de Competitividade, mantendo o objetivo da exploração das tecnologias associadas aos compósitos de fibra continua e matriz termoplástica, como alternativa à estampagem dos metais. É promovido por um consórcio liderado pela empresa Moliporex e integra o INEGI, a CadFlow e a MCG .
- Projeto iProcessApp
Projeto enquadrado no SI Inovação e promovido pela INTERMOLDE, traduz-se na implementação de um novo processo de produção altamente inovador, resultado do projeto de IDT ToolingEDGE. Este processo inovador designado processo integral, permitirá reduzir drasticamente (de 9 para 3) o número de operações necessárias para a produção de um molde para vidro traduzindo-se na redução do custo de produção.
Promovido pela Moldetipo II, com o apoio do COMPETE 2020, trata-se de um projeto com caraterísticas de investigação e desenvolvimento ao nível das tecnologias de processo, concentrando todos os seus esforços na obtenção de uma tecnologia inovadora com objetivos específicos e determinados ao nível do desenvolvimento de uma tecnologia única para a criação de secções vazadas: o projétil dinâmico para a injeção. O avanço científico que se pretende construir a partir deste projeto, dará um contributo decisivo à indústria dos moldes para plástico, tocando transversalmente em indústria como a automóvel, aeronáutica, eletrodomésticos e equipamentos em geral.