INFANTE: Satélite para aplicações marítimas e comunicações a partir de constelações

O projeto INFANTE é uma iniciativa de Investigação e Desenvolvimento (I&D) para o desenvolvimento e demonstração em órbita de um microssatélite, como precursor de constelações para aplicações marítimas.

O INFANTE será o primeiro satélite português totalmente desenvolvido e construído pela indústria Portuguesa.

O segmento Espacial do projeto inclui uma plataforma de microssatélite, modular e de baixo custo, equipada com um sistema de comunicações baseado em rádio definido por software (cujas funções incluem networking, ranging e identificação de navios e de aeronaves); um sistema de propulsão para manutenção de órbita; mecanismos para abertura de painéis solares e antenas; SAR; câmara multiespectral; e uma baía de carga para experiências científicas e de validação tecnológica.

No que respeita ao segmento de solo, o projeto inclui o desenvolvimento de um sistema para montagem, integração e teste expeditos, para suportar as atividades preparatórias inerentes a lançamentos frequentes; e um data hub para agregar, processar e disseminar informação, focado no desenvolvimento de aplicações sustentáveis.

O projeto INFANTE é liderado pela TEKEVER ASDS e junta empresas portuguesas, reconhecidas internacionalmente na área do Espaço como a Active Space Technologies, a Omnidea, a Active Aerogels, a GMV, a HPS ou a SpinWorks, entre outras; centros de I&D internacionalmente reconhecidos, como o CEIIA, o ISQ, a FEUP, a FCT-UNL, o INL, o IPN, o ISEP, o ISR Lisboa, o IT Aveiro e a UBI; contando também com parceiros nacionais como a Deimos Engenharia, Edisoft ou a Optimal; e utilizadores finais como o IPMA, INIAV ou a Autoridade Marítima Nacional, para além de organizações internacionais.

O INFANTE irá tirar proveito das oportunidades criadas pela emergência do New Space (O New Space é um termo para um movimento e filosofia que abrange a democratização do setor do Espaço e a crescente participação de uma indústria privada emergente a nível global), para abrir espaço para novos atores, reduzir barreiras de investimento, criar novas linhas de negócio que reduzam a dependência institucional e criar as bases para afirmar Portugal como um país de primeira linha no sector Espacial.

De acordo com Vítor Cristina, um dos fundadores do grupo TEKEVER e responsável técnico do projeto,

«o INFANTE representa um dos maiores desafios que alguma vez existiu em Portugal neste setor. Requer uma capacidade de inovação, que só se tornou possível pela integração, inédita, das competências já reconhecidas internacionalmente de um conjunto alargado de atores nacionais e pelo apoio atribuído ao projeto no contexto dos Projetos Mobilizadores.»

 

Apoio COMPETE 2020

O projeto conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistemas de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (Programas Mobilizadores), envolvendo um investimento elegível de 9,2 milhões de euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 6,1 milhões de euros.

28/05/2018 , Por Miguel Freitas
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