Entrevistamos Ana Costa, Project Manager no PIEP e responsável do InovPNT

Sintese do Projeto InovPNT

O projeto propõe o desenvolvimento de materiais termoplásticos inovadores com propriedades antimicrobianas e funcionais adequadas ao combate do novo coronavírus, que possam ser utilizados para a produção de filamento fino e/ou revestimentos termoplásticos para uma prova de conceito aplicada a TNTs funcionais. Pretende-se que, no final do projeto, se obtenha um substrato funcional de TNT antimicrobiano e funcional, validado experimentalmente do ponto de vista mecânico e toxicológico.


A Entrevista

Em entrevista ao COMPETE 2020, Ana Costa, Project Manager no PIEP Associação e responsável do InovPNT, falou-nos do elemento diferenciador do projeto, dos seus desafios bem como dos resultados esperados:

Ana Costa | Responsável do InovPNT

 

O que considera ser o elemento diferenciador no projeto InovPNT?

O que considero ser o elemento diferenciador neste projeto tem a ver com a possibilidade de conseguirmos responder ao mercado com uma solução inovadora para tecidos não tecidos funcionais com propriedades antimicrobianas e antivíricas, que possa ser utilizada no desenvolvimento futuro de novos produtos, direcionados para equipamentos de proteção individual (EPIs) e/ou dispositivos médicos, com capacidade de resposta imediata à pandemia atual, e, a longo prazo, a outras problemáticas relacionadas com questões de saúde pública e a metodologias terapêuticas específicas.

Quais foram os principais desafios com que se depararam no desenvolvimento do projeto?

Durante o projeto deparamo-nos com vários desafios, querem eles de caracter técnico, querem eles de caracter pandémico, devido a alguns constrangimentos motivados pela pandemia Covid-19.

De caracter técnico, os principais desafios que deparamo-nos e conseguimos superar foram a dificuldade de encontrarmos as condições de processamento ideais e a melhor % de incorporação dos agentes funcionais e/ou nanomateriais na matriz termoplástica assim como encontrarmos as condições ideais para a preparação de filamento termoplástico funcional (extrusão de filamento fino).

Outros desafios motivados pela pandemia que nos deparamos prenderam-se com a falta de celeridade na aquisição de matérias-primas e acessórios que permitiriam capacitar e adaptar os equipamentos e tecnologias existentes.

Quais os principais resultados esperados pelo projeto?

O principal resultado esperado pelo projeto é a obtenção de um substrato funcional de TNT antimicrobiano e funcional, validado experimentalmente do ponto de vista mecânico e toxicológico.  Adicionalmente, a inovação e o desenvolvimento tecnológico são catalisadores para a expansão nacional, e também internacional, das empresas. Outro resultado esperado do projeto visa assim, desenvolver equipamentos de proteção individual mais eficientes enquadradas num contexto de crise sanitária para servir de alavanca para a indústria nacional dos TNTs, refletida neste consórcio na empresa TrimNW, direcionando-a para o fabrico produtos EPIs e/ou dispositivos médicos.


 

 


 

Extrusora laboratorial utilizada no desenvolvimento dos materiais termoplásticos funcionais e antimicrobianos, através da incorporação de agentes funcionais e/ou nanomaterais de base orgânica e/ou inorgânica.

Produção do filamento fino funcional para a obtenção de fibras termoplásticas curtas

Processo Thermalbond que a TrimNW utiliza para a consolidação de fibras de poliéster ou polipropileno no fabrico deste TNT com aplicação direta do LDPE (low-density polyethylene) no seu fabrico.

O LDPE funcional e antimicrobiano (material desenvolvido) é aplicado por dispersão de grãos com dimensão abaixo dos 400µ, quase impercetível na foto abaixo, o que permite uma uniformização da aplicação com 5gr/m2.

Resultados obtidos da determinação antibacteriana (ASTM 2149) das amostras TNT, com uma cultura de bactérias S. aureus. Pode-se ver que existe uma atividade antibacteriana bastante boa por parte do óxido de cobre utilizado, e equiparável ao aditivo de base prata.

 

Exemplo de alguns protótipos (EPIs) desenvolvidos para a área da saúde com a incorporação de um aditivo à base de prata no LDPE, aplicado sobre um tecido não-tecido (TNT) como um revestimento antibacteriano.

 


O Consórcio

O Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP) é uma associação privada sem fins lucrativos, de matriz tecnológica e científica, baseada num modelo de gestão empresarial.

O CITEVE é uma entidade privada, sem fins lucrativos, de referência a nível nacional e internacional, reconhecida como sendo um promotor de inovação e desenvolvimento da Indústria Têxtil.

A TrimNW é uma empresa Portuguesa sediada em Santarém, especializada na fabricação de TNTs industriais ligeiros e de componentes têxteis termoconformados para a mobilidade.

O Apoio do COMPETE 2020

O projeto foi cofinanciado pelo COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Empresas - COVID-19, envolvendo um investimento elegível de 315 mil euros, o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 261 mil euros.

Links

PIEP: Website | Facebook | Linkedin | Twitter

CITEVE: Website | Facebook | Linkedin | Twitter

TrimNW: Website | Facebook

 

24/06/2021 , Por Miguel Freitas
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