SMASK: Máscara Inteligente com biossensor colorimétrico
Enquadramento
A atual situação de Pandemia, causada pela disseminação do vírus SARS-CoV-2 e pelo desenvolvimento da doença COVID-19, exigiu a implementação de medidas de proteção individual, como a obrigatorieda da utilização de máscaras de proteção respiratória em lugares públicos. A eficácia das máscaras depende do tempo de utilização, quantidade de humidade e contacto com agentes infeciosos. No caso particular da situação atual, importa perceber se estes equipamentos filtram com qualidade e se estão em contacto com o vírus SARS-CoV-2, principalmente em atividades que requerem a utilização destes equipamentos por períodos de tempo bastante alargados e/ou com risco de exposição ao vírus elevada, como profissionais de saúde, funções de atendimento ao público, motoristas de transportes públicos, etc., em que nem sempre o utilizador tem perceção da qualidade de proteção fornecida.
O Projeto
Em conversa com o COMPETE 2020, a responsável do projeto, Mónica Vieira, falou do SMASK e da importância dos Fundos Europeus:
Mónica Vieira | Responsável do Projeto SMASK“O projeto SMASK é financiado pelo COMPETE 2020, financiamento esse que foi fundamental para alavancar o desenvolvimento da tecnologia prevista no âmbito deste projeto. Com o apoio do COMPETE 2020 foi possível ter investigadores dedicados exclusivamente a este projeto, garantir a sua exequibilidade e atingir os objetivos propostos que, de outra forma, seria difícil conseguir.
Não existe, à data, nenhuma máscara de proteção que dê indicação específica sobre a sua capacidade de proteção ao longo do período de utilização. Neste sentido, é objetivo do presente projeto, o desenvolvimento de um biossensor colorimétrico, incorporado numa superfície têxtil, com capacidade de indicação direta da capacidade de proteção das máscaras de proteção de nível 2 e de nível 3 – máscaras para uso social de proteção respiratória, que dê ao utilizador informação sobre a capacidade de filtração do equipamento, com um sensor de humidade; e do estado de contaminação, com um sensor de existência de contacto com o vírus SARS-CoV2.
Desenvolvimento do Biossensor para a HumidadeEsta tecnologia está a ser desenvolvida com recurso à incorporação de nanopartículas de ouro funcionalizadas para a deteção da presença do vírus SARS-CoV-2. Estas partículas funcionalizadas serão incorporadas numa superfície têxtil, que será integrada na máscara de proteção. Para a monitorização do nível de humidade no tecido, um biossensor baseado em substâncias higroscópicas será, também, adaptado à superfície têxtil.
Desenvolvimento do Biossensor para a deteção de Sars-Cov 2
Este tecido inteligente será adicionado às máscaras de proteção na forma de etiqueta e darão, de forma simples, apenas pela mudança de cor, indicação ao utilizador sobre a eficácia e proteção. O utilizador não terá, assim, que ter conhecimentos diferenciadores ou qualquer tipo de formação específica para conseguir “ler” o estado de eficácia da máscara que utiliza, tornando, desta forma, esta máscara de proteção respiratória mais eficiente, segura e passível de ser utilizado por qualquer indivíduo, no desenvolvimento de qualquer atividade.
Teste de absorção do tecido
Este projeto está a ser desenvolvido em parceria entre a Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico do Porto (ESS-P.PORTO) e a CLOTHIUS, Tecelagem Lda, através da RDD Textiles - Research, Design and Development (RDD), marca registada da empresa CLOTHIUS.
A ESS-P.PORTO desenvolve, entre outras atividades, formação e investigação em processos biotecnológicos aplicados à saúde. Tem, como missão, contribuir para o desenvolvimento da sociedade, orientada para a criação, transmissão e difusão da cultura e conhecimento, através da educação e ensino, investigação e atividades de ligação à comunidade, em áreas relacionadas com a saúde. A inovação e desenvolvimento de novos produtos são dois vetores que caracterizam a CLOTHIUS, permitindo responder às necessidades atuais. A RDD é o laboratório técnico e científico e centro de I&I&D. Apresenta uma sólida equipa técnica e científica responsável pela inovação, investigação e desenvolvimento com vasta experiência em atividades de I&D em áreas da indústria têxtil, saúde, desporto e bem-estar, desenvolvendo estruturas inovadoras, composições, acabamentos e funcionalizações em processos biotecnológicos, químicos e têxteis aplicados.
As duas instituições complementam-se a nível de conhecimento e de áreas de atuação, que, apesar de distintas, são essenciais naquilo que é necessário para o desenvolvimento do projeto SMASK.”
O Apoio do COMPETE 2020
O projeto SMASK é promovido pelo Instituo Politécnico do Porto em co-promoção com a Clothius. e cofinanciado pelo COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos I&D Empresas e Infraestruturas de Ensaio e Optimização (COVID-19), envolvendo um investimento elegível de 169 mil euros, o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 135 mil euros.
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