A Reinvenção da Indústria Têxtil e do Vestuário
Não é a primeira vez que a indústria do têxtil e do vestuário teve de se Reinventar…
O setor têxtil e do vestuário viveu uma crise profunda no final do século XX e início do século XXI provocado pela abertura e a liberalização do comércio internacional, pela entrada da China em 2000 na Organização Mundial do Comércio e pela abertura da União Europeia em 2004 aos países de Leste.
A indústria do vestuário teve de reagir…teve de se reinventar. Vez isto olhando para pontos de diferenciação que não fossem pelo preço, nomeadamente de apostar em moda, design, coleções, serviços e mais presença em eventos internacionais. E também na inovação tecnológica e nos têxteis técnicos e funcionais. Este foi um processo que a partir de 2010 iniciou um percurso ascendente que desde então não tem parado e se tem consolidado.
Até 2020, até ao confinamento que resultou da pandemia provocada pela COVID-19 que causou grandes quebras no setor, principalmente nas exportações da ITV. E como no fim da primeira década deste seculo, a indústria do têxtil e do vestuário reagiu e reinventou-se, pelo menos temporariamente.
O sector prontificou-se a fornecer o país, e também clientes internacionais, com equipamento de proteção individual (EPI), como batas reutilizáveis e descartáveis, cobre sapatos, toucas e coverall e principalmente com as novas máscaras sociais que resultam de normativas aprovadas em conjunto pelo CITEVE, Direção-Geral de Saúde e Infarmed.
Esta reação contou com o apoio dos fundos comunitários. Na esfera do Quadro Temporário relativo a medidas de auxílio estatal de apoio da economia no contexto do surto da COVID-19, foram publicados em abril de 2020 no âmbito dos Sistemas de Incentivos à Empresas do Portugal 2020, avisos para apoiar projetos promovidos por empresas e entidades do sistema científico e tecnológico. A medida Inovação Produtiva Covid-19 apoiava todas as empresas que pretendam estabelecer, reforçar ou reverter as suas capacidades de produção de bens e serviços, focando-se em produtos destinados a combater a pandemia.
Em junho de 2020, o COMPETE 2020 lançava o aviso 17/SI/ 2020, com o objetivo de estimular as empresas a olharem outros produtos e a diversificarem a oferta, numa racionalidade entre a pressão do mercado, a necessidade de diminuir a importações de produtos diretamente relacionados com a crescente procura de produtos associados a COVID 19.
Dedicamos várias Newsletters à Reação de Portugal à pandemia e numa destas falamos do projeto Endutex Covid19 Medical Fabrics.
Mas também na segunda década deste seculo o setor ITV já se estava a reinventar e a robustecer a nível científico e tecnológico e a apostar na inovação, na sustentabilidade e na construção de um futuro mais próspero através de projetos como TexBoost - Less Commodities more Specialities, um projeto estruturante do Cluster Têxtil: Tecnologia e Moda que teve o objetivo de englobar um conjunto de iniciativas de I&D de forte carácter coletivo e elevado efeito indutor e demonstrador, com o envolvimento central de 23 empresas da fileira Têxtil e Vestuário e 15 entidades não empresariais do sistema de I&I.
O projeto TexBoost foi co-financiado pelo COMPETE 2020 e visou:
• Desenvolver uma nova geração de soluções têxteis, incluindo a geração de novos conhecimentos científicos.
• Desenvolver produtos e processos altamente inovadores, com recurso a tecnologias emergentes e de ponta que irão permitir novas experiências aos consumidores e às empresas participantes.
• Facilitar o acesso a novos mercados/ áreas de negócio ou o reforço dos atuais mercados/ áreas de negócio, tanto a nível nacional como internacional.
E claro, demos palco ao projeto TexBoost numa das nossas Newsletters – Leia aqui