RREDUCE: Reutilização e reciclagem num processo circular integrado de resíduos vindos da produção de embalagens farmacêuticas
Sintese do Projeto
Um dos principais objetivos do projeto RREDUCE visa a recuperação, reintegração e reciclagem contínua de matérias-primas secundárias (“resíduos industriais”), provenientes da produção de embalagens farmacêuticas, por extrusão- e injeção-sopro.
No âmbito deste projeto, a Neutroplast implementa um plano de ação inovador assente no desenvolvimento sustentável e competitivo de embalagens farmacêuticas, alimentares e/ou cosméticas com o objetivo máximo do conceito “resíduo zero”. Todos os recursos considerados até agora como “resíduos industriais” serão reciclados e reintegrados nas linhas produtivas de embalagens, através de, por exemplo, processos de co-extrusão, com redução ou eliminação do desperdício de matérias-primas virgens. O INEGI desempenha um papel preponderante no desenvolvimento de novos compounds através de reciclagem mecânica (secundária), com o objetivo de assegurar uma adequada homogeneização da mistura e dispersão dos aditivos a serem incorporados.
A Entrevista
Entrevistamos João Redol, CEO da Neutroplast, que nos falou do projeto RREDUCE apoiado pelo COMPETE 2020
O projeto nasceu da identificação de uma necessidade que a Neutroplast tem de reutilizar alguns dos resíduos que gera e atualmente são enviados para outras indústrias. Com o projeto pretendemos assim reduzir a quantidade de polímero, que não é possível transformar em produto na empresa, com vantagens económicas e de redução de pegada ecológica da empresa. Esta motivação requer um investimento, não só em meios físicos, para que seja possível processar os resíduos, mas também em meios humanos que poderão assegurar todo o processo e dar origem a novas iniciativas, dentro da mesma temática.
O que considera ser o elemento diferenciador no projeto RREDUCE?
Um dos elementos diferenciadores do projeto é o objetivo da Neutroplast ter dentro de portas os meios e o know-how para poder proceder à reciclagem de grande parte de resíduos poliméricos que gera e que, atualmente, não podem ser usados nos seus processos. Esta aquisição de competências permitirá à empresa ter a capacidade de, não só reciclar desperdícios produzidos pela empresa, mas também poder a vir no futuro receber matérias primas de empresas nas vizinhanças, que poderá reciclar e incorporar nos seus produtos, tendo assim um efeito dinamizador na indústria local.
Quais são os principais desafios com que se estão a deparar no desenvolvimento do projeto?
Os desafios estão relacionados principalmente com as normas que temos de cumprir no que diz respeito aos materiais utilizados para o fabrico dos nossos produtos. Sendo os nossos mercados principais os sectores farmacêuticos e alimentares os nossos produtos tem de cumprir com normas muito rigorosas no que diz respeito às matérias primas que podem ser usadas no seu fabrico, tendo estas de ser devidamente certificadas pelos produtores. Desta forma, com o projeto temos de não só proceder à recuperação dos materiais que são reciclados, mas também garantir a qualidade e conformidade dos produtos finais. Neste sentido, estamos dentro do projeto a seguir diferentes abordagens complementares, que nos permitem responder de forma assertiva a este desafio. Temos, claro, alguns desafios técnicos e científicos a resolver, contando aqui com a valiosa colaboração do INEGI, com base no seu conhecimento neste tipo de processos.
Quais os resultados concretos esperados no âmbito do projeto?
Com o final do projeto esperam-se obter dois principais resultados. Um é a dotação da empresa da capacidade de reutilizar parte de alguns polímeros, que não são nesta altura reaproveitados para os produtos da empresa, com benefícios a nível financeiro e ambientais com a redução da pegada ecológica da empresa. O segundo objetivo está relacionado com a capacitação das equipas técnicas, Desenvolvimento, Produção e Qualidade, que ao longo do projeto vão assimilar novos conhecimentos que poderão ser aplicados em novos projetos relacionadas com as temáticas de economia circular. Estas novas competências poderão também dar origem a projetos com a incorporação de novos materiais, de base bio por exemplo, nos nossos produtos, algo que tem vindo a ser cada vez mais pedido pelos clientes e parceiros, tendo assim a empresa as competências e meios físicos para dar resposta aos novos desafios.
O Apoio do COMPETE 2020
O projeto RREDUCE é promovido pela Neutroplat em copromoção com o INEGI e conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistemas de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, envolvendo um investimento elegível de um milhão de euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 761 mil euros.
Links