SubSeaPipe: Compósitos de cimento e cortiça para desempenho térmico melhorado de oleodutos para águas ultraprofundas
Enquadramento
A maioria das empresas petrolíferas tem demonstrado interesse em explorar óleo e gás em águas profundas e ultraprofundas. Explorações deste tipo na costa do Brasil têm vindo a ser reconhecidas internacionalmente devido, não apenas às descobertas contínuas dos campos de petróleo offshore, mas também às experiências práticas em tecnologia de águas profundas acumuladas pelo país. Além dos conhecidos problemas relacionados com a perfuração nos campos do pré-sal, a distâncias de mais de 300 km da costa e águas com profundidades superiores a 2,5 km, colocam-se novos desafios nas operações de transporte do petróleo e gás para terra. Estes ambientes impõem que os oleodutos sejam dotados de adequado isolamento térmico, que garanta o escoamento e não comprometa a facilidade de operação e instalação.
O Projeto
O projeto SubSeaPipe insere-se em investigações em curso, especializando-se no material do anular a ser usado nestas configurações. Tem assim como objetivo desenvolver um material de base cimentícia integrando cortiça que possa oferecer uma solução otimizada para o oleoduto sanduíche que permita, de uma forma mais eficaz, escoar a produção de reservatórios em águas profundas e distantes da costa. O projeto investigará todos os aspetos envolvidos, desde a seleção de materiais e desenvolvimento do compósito, até ao comportamento estrutural e termodinâmico dos oleodutos. As propriedades termomecânicas do oleoduto e do compósito, bem como a durabilidade do compósito, serão analisadas experimentalmente, complementadas por simulações numéricas do comportamento estrutural e da transferência de calor através e ao longo do oleoduto.
Como resultado do projeto, espera-se desenvolver e otimizar um novo compósito cimentício flexível, integrando grânulos de cortiça, que garanta um elevado desempenho estrutural e térmico dos oleodutos sanduíche para transporte de óleo/gás em águas profundas.
Prof. Julieta António, responsável do projeto |
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O Consórcio
A execução do projeto será efetuada por um consórcio, com complementaridade de conhecimento e recursos, integrando o ITeCons (Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade), o CENTEC (Centro de Engenharia e Tecnologia Naval e Oceânica) do Instituto Superior Técnico, a Amorim Isolamentos (AISOL) e a Amorim Cork Composites (ACC). Com laboratórios modernos e elevado conhecimento no desenvolvimento de modelos numéricos, o ITeCons será responsável pela conceção e caracterização do novo compósito, e pela modelação térmica do novo sistema. O CENTEC, com experiência consolidada em estruturas submarinas, participará nestas atividades e será responsável pela modelação estrutural. A AISOL e a ACC participarão na definição e caracterização do novo compósito, dado o seu conhecimento na integração de cortiça em compósitos. Todos os membros de consórcio participarão na validação experimental.
O Apoio COMPETE 2020
O projeto conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica, envolvendo um investimento elegível de 240 mil euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 120 mil euros.