Projetos que contribuem para moldar o futuro digital de Portugal
A sociedade actual vive um novo modelo informativo, fragmentado e complexo, no qual os limites entre conteúdos, tecnologia e negócios tendem a desaparecer e onde as plataformas e os algoritmos organizam hierarquicamente e distribuem informações usando modelos de negócios ainda não consolidados e estruturas de organização em fase de teste ou de pouca maturação. Hoje, Portugal é um dos países que mais utiliza e implementa novas ferramentas e tecnologias de informação. Encontra-se nos primeiros lugares do ranking mundial de e-government, e-banking e acessibilidade ao mundo digital.
Internet das coisas, big data, gamificação, impressão 3D, bitcoin, blockchain, indústria 4.0, inteligência artificial, robotização, realidade virtual, digitalização da economia, disrupção digital, carros voadores, consultas médicas online através do telemóvel, comércio online, sensores digitais... A lista é interminável e pode ser avassaladora para as empresas privadas e públicas. Como vão elas usar tudo isto nos seus negócios? Que conceitos e tecnologias vão aplicar? Quanto é que precisam investir? E que retorno vão ter? E isto vai obrigar a despedir pessoas? Hoje, o significado de inovar deixou de ser apenas introduzir novidades, renovar, inventar ou criar.
O mundo da computação é tão natural no nosso dia a dia que hoje o nosso mundo seria quase impossível de imaginar sem este conjunto conjunto de recursos tecnológicos integrados entre si, que proporcionam, por meio das funções de hardware, software e telecomunicações, a automação e comunicação dos processos de negócios, da pesquisa científica, de ensino e aprendizagem entre outras.
Este maravilhoso “mundo novo” que afinal ainda é jovem tem o céu como limite para a inovação e um impato profundo na competitividade do país.
Dia 19 de fevereiro 2020, a Comissão Europeia apresentou a sua Estratégia para a Transformação Digital , contribuindo para uma sociedade europeia sustentada em soluções digitais que coloquem as pessoas em primeiro lugar, abrindo novas oportunidades para as empresas e impulsionando o desenvolvimento de tecnologia para promover uma sociedade aberta e democrática e uma economia sustentável.
A indústria vive um processo de mudança revolucionária: num futuro que já é presente, podemos esperar ver fábricas que operam como um único complexo integrado. Dispositivos de fabricação automatizada conectados, associados a um processo de negócios que controla o fluxo de materiais e logística.
As tecnologias digitais devem também ser capitalizadas enquanto facilitadoras no acesso e otimização dos principais fatores de produção - e.g. IoT - acesso remoto a informação de ativos em tempo-real, comunicação automática entre dispositivos e consequente automação de processos. Introduzir novas estratégias de sourcing de tecnologia, com um maior recurso a plataforma partilhadas (as-a-service).
A apropriação real do digital na forma como aprendemos, como nos relacionamos e sobretudo como as empresas se relacionam com o mercado é fundamental para o crescimento sustentável .
Esta descrição não é ficção, é um desafio a que as empresas portuguesas estão a responder de forma ativa e encontram nos instrumentos do COMPETE 2020 a alavanca ajustada.
Nesta edição da Newsletter falamos com:
- João Cunha, Business Unit Manager no Departamento de Inovação da Match Profiler sobre, os desafios e principais resultados do projeto PARC: Plataforma de Avaliação de Risco de Crédito, que envolve o desenvolvimento de uma plataforma eletrónica destinada aos particulares que buscam o pequeno crédito e às empresas que o concedem, que permita aos diferentes atores do processo uma participação mais segura e simplificada. Do lado de quem empresta ou investe, a possibilidade de acautelar o risco, do lado de quem solicita o crédito, uma forma mais rápida e eficaz de a qualquer momento demonstrar a sua capacidade de fazer face às responsabilidades do crédito;
- Bruno Antunes, Research Manager na Wavecom, sobre o projeto 5G PERFECTA, projeto que vai desenvolver uma solução de monitorização e garantia de desempenho 5G, através do desenvolvimento e utilização de indicadores de desempenho KPI (Key Performance Indicators) capazes de monitorizar o comportamento real da rede e dos serviços que correm sobre 5G, com foco principal na qualidade multimédia percebida pelo utilizador em cenários 5G.
E fomos à descoberta dos projetos :
- Data Sense, promovido Link Consulting, S.A., que visa criar um sistema informático que permita a identificação, categorização e criação de relações entre dados considerados sensíveis, de forma a possibilitar às organizações o seu entendimento e a poderem conhecer, de modo imediato, o conteúdo de dados que armazenam e processam. A empresa pretende que o Data Sense seja um software, altamente exportável, que permitirá dar capacidade às organizações de identificar e entender os dados sensíveis que estão na sua posse em informação textual não estruturada (documentos digitais), de forma a cumprir os desígnios legais, de conformidade e de segurança.
-CallBoB, promovido pela GoTelecom, Lda., é um projeto de I&DT cuja ambição é o desenvolvimento e validação tecnológica de um conceito de produto (software) dirigido a PME's que pretende facilitar a construção e utilização de bots de voz, entendidos como novas e disruptivas ferramentas de gestão das suas linhas de apoio telefónico.Esta ferramenta será disponibilizada sob a forma de uma plataforma Web de gestão e permitirá a criação de 'bots de voz' capazes de responder a utilizadores através de chamadas telefónica e desempenhar determinadas tarefas, de uma forma amigável, como a marcação de uma consulta ou a obtenção de informações relativas a um serviço.