Um Novo Mundo Digital | O imperativo de apostar na Investigação

A sociedade actual vive um novo modelo informativo, fragmentado e complexo, no qual os limites entre conteúdos, tecnologia e negócios tendem a desaparecer e onde as plataformas e os algoritmos organizam hierarquicamente e distribuem informações usando modelos de negócios ainda não consolidados e estruturas de organização em fase de teste ou de pouca maturação.

Compreender este ecossistema, cada vez mais complexo, é fundamental se quisermos responder aos desafios que o setor enfrenta. Neste cenário complexo e mutável, emergiram algumas novas empresas - digitais nativas - que conseguiram na sua génese entender o novo ecossistema digital, móvel, social e global e que, mais importante, adaptaram-se aos novos métodos de consumo de um utilizador hiperconectado. E fizeram a opção mais sábia: colocaram a tecnologia no serviço das pessoas, dando prioridade às suas necessidades e desejos.

O mundo do digital, sobretudo quando pensamos nos media, pela sua própria natureza aberta, mutável e dinâmica, vivem um momento de intensa transformação. Neste contexto a única certeza parece ser a de enfrentar esta profunda transformação digital.

A pressão é constante sobre as empresas, os utilizadores exigem acesso a informações através de qualquer canal, a qualquer hora e em qualquer lugar. Nesse cenário, o acesso por telefones mudou drasticamente o modo de usar informações. Essa rápida evolução em relação aos telefones inteligentes tem um impacto na transformação digital da média, por exemplo, que tendem a avançar para o digital primeiro, quando os seus clientes já estão numa fase mais avançada e são utilizadores apenas de redes móveis. As redes sociais tornaram-se a principal área para partilhar informações e uma das principais fontes de tráfego para a média. Cerca de dois terços dos utilizadores do twitter e 70% dos seguidores da Reddit utilizam exclusivamente apenas essas plataformas.

A convergência entre telefones inteligentes e redes sociais tem um efeito multiplicador na mudança dos hábitos de consumo de informação. As informações, uma vez concebidas como uma coisa compacta, transformam-se num fluxo de informações: Twitter, Facebook, WhatsApp, Snapchat, e outros organizam e distribuem informações de maneira fragmentada, como um fluxo de informações múltiplo, diversificado e desestruturado. Devido a isso, e também devido à mudança na distribuição, estamos a passar de produtos para fluxos de informação regidos por algoritmos que participam da categorização e classificação de informações.

Neste admirável mundo novo as empresas nacionais apostam na investigação para desenvolvimento de produtos que as posicione como fornecedores de soluções digitais para distribuição organizada de conteúdos.

Nesta Newsletter mostramos-lhe projectos que mostram como as empresas portuguesas se posicionam na linha de frente dos desafios do digital que invadiu o quotidiano de todos nós e provam que é possível pensar em soluções em que a tecnologia está ao serviço das pessoas.

 

  • Projeto +TV4E: A Televisão Interativa como veículo de difusão de serviços sociais para apoio aos seniores.

Considerando a televisão como a principal tecnologia de entretenimento dos idosos, pretende-se, no projeto +TV4E, usá-la para fazer chegar a esse público-alvo informações relevantes sobre serviços públicos e sociais, especialmente as relacionadas com o apoio às atividades diárias. Um consórcio liderado pela Universidade de Aveiro desenvolveu uma plataforma de televisão interativa (iTV) que permite enriquecer, automaticamente, a experiência televisiva com a integração de conteúdos sobre serviços públicos e sociais, personalizados segundo o perfil do utilizador (idade, localização geográfica, quadro clínico, entre outros).

 

  • Alaska - Interactive Digital Signage Platform

O projeto Alaska, promovido pela EDIGMA, S.A., visa o desenvolvimento de uma plataforma tecnológica de distribuição e atualização em tempo real de conteúdos interativos, disponível e acessível independentemente da localização dos utilizadores da plataforma ou dos próprios postos de Interactive Digital Signage (IDS).Neste projeto pretende-se que o conceito de interatividade seja abrangente e agregue os conceitos tecnológicos mais recentes, nomeadamente Internet of Things, pelo que se pretende disponibilizar suporte para uma panóplia de tecnologias de interação que vão além da interação com o ecrã tátil. Estas incluem a integração com tecnologias embebidas em dispositivos como smartphones (Bluetooth, Wifi, NFC, Beacons) ou outros periféricos como câmaras, microfones, realidade aumentada, óculos de realidade virtual, sensores RFID, ou outros equipamentos.

 

  • Projeto Mog Wall Screen: Wall Screen Genneration - Hardware Accelerator

Tendo como principal objetivo o desenvolvimento de uma plataforma capaz de interligar os domínios do vídeo para profissionais UHD e as infraestruturas de sistemas de informação existentes, o projeto MOG WALL SCREEN deverá permitir, a partir da integração das mais recentes interfaces de conetividade e do aproveitamento de tecnologias IoT, o processamento, em tempo real, de grandes quantidades de informação geradas em ambientes com resolução 8K, assegurando um elevado desempenho ao nível da captura, da compressão e da reprodução do vídeo.

 

  • UltraTV: Um ecossistema de TV de nova geração

O UltraTV, projecto desenvolvido pela Altice Labs, em parceria com a Universidade de Aveiro e o Instituto de Telecomunicações oferece um ambiente de entretenimento personalizado e otimizado para cada utilizador, organizado por perfis. Através de uma interface em mosaico, o projeto Ultra TV propõe o acesso a conteúdos provenientes de várias fontes, nomeadamente da TV (operador MEO) e outras fontes da Internet, tais como vídeos no Youtube, Facebook, Netflix. Todos eles são apresentados de forma unificada, organizados por categorias, e segundo o mesmo modelo de interação.

Apresenta funcionalidades que permitem o controlo sobre o conteúdo visualizado, tais como marcar favoritos, controlos de timeshift (como recomeçar, retroceder, avançar, pausar). Comporta, igualmente, as atuais tendências de visualização seriada (binge watching) com a sugestão e reprodução automatizada de episódios seguintes e a funcionalidade de continuar a ver mais tarde, devidamente armazenados na área “Meu Conteúdo” de cada utilizador.

Pretende-se que o UltraTV represente um incremento para futuras soluções de IPTV dirigidas ao mercado de consumo e, em particular, ofereça uma alternativa competitiva e aliciante para as camadas jovens, com um padrão de hábitos de visualização pulverizado por vários dispositivos.

 

 

31/01/2018 , Por Paula Ascenção