COMPETE2020: o imperativo de mobilizar os protagonistas para a Transferência de Tecnologia

Nenhuma empresa ou país detém toda a tecnologia, nem é capaz de se manter na fronteira do conhecimento exclusivamente por seus esforços, mediante à atual difusão da ciência e da tecnologia.

O objetivo central da transferência tecnológica é a elevação do patamar tecnológico e competitivo de países ou empresas valendo-se do estado da arte já disponível.

De forma muito sintética a transferência de tecnologia pode ser entendida como o processo de transferência de propriedade intelectual (patentes, copyrights, know-how, etc) desde o laboratório até ao mercado. Este é um processo que abrange todo o ciclo de vida de um produto, desde a ideia inicial até ao marketing e venda do produto. Por exemplo , um processo que envolva gerir os direitos de propriedade intelectual e um trabalho de transformação da pesquisa em produtos ou então um processo de obter uma dada tecnologia que existe num dado mercado e transferi-la para outro mercado, normalmente menos desenvolvido. Isto pode ser exemplificado pela transferência de produtos com algum tipo de propriedade intelectual para mercados de exportação. É pois uma etapa crucial quando pretendemos alcançar patamares elevados de competitividade. Não podemos deixar de estimular processos que permitam relacionar todos os stakeholders envolvidos num processo que conduz a inovação.

 


Testemunho  de Jaime Andrez

 

 

A eficácia da inovação empresarial – um dos objetivos fundamentais do COMPETE 2020, de suporte ao reforço da competitividade das empresas e da economia – depende de uma articulação sistémica de produção de conhecimento, da sua aplicação em invenções e da aceitação destas no mercado, com valor económico. Podemos chamar a este processo inovador de valorização económica do conhecimento.

Neste processo é necessário, em primeiro lugar, a produção de conhecimento para satisfação das necessidades das empresas, e, em segundo lugar, transformar e transferir esse conhecimento para as empresas sob a forma de tecnologias – produtos ou processos – que reforcem a sua competitividade.

Só um sistema de inovação completo e densificado – juntando as entidades dos sistemas empresarial, científico e tecnológico, da propriedade industrial, entidades de financiamento e agências públicas –, poderá assegurar esse fluxo virtuoso e efetivo de conhecimento, invenções e inovações de sucesso no mercado. Completo e densificado de instituições de produção do conhecimento orientado para as empresas, como as universidades e os laboratórios de investigação; entidades de interface entre as instituições de saber e as empresas, como os centros tecnológicos, ao centros de valorização do conhecimento e os gabinete de apoio à propriedade industrial; e empresas propensas a inovar e a estabelecer parcerias estratégicas com as entidades anteriores.

Estando a inovação, e consequentemente a transferência do conhecimento, presente nos critérios de acesso e seleção de projetos do COMPETE 2020, em todas as suas tipologias – I&D, produção, qualificação e internacionalização – e em todas as naturezas de instituições envolvidas nos seus instrumentos de apoio – desde as empresas até às instituições do sistema científico e tecnológico, passando também pelas entidades da Administração Pública, apoiando a sua adesão à economia digital, o COMPETE 2020 tem em conta esta abordagem sistémica e intervêm em todas as dimensões so sistema de inovação.

 

 

 

04/10/2018 , Por COMPETE 2020