Economia Circular: reutilizar, recuperar e reciclar materiais e energia. Quando o desperdício vira produto
O conceito de Economia circular é, de uma forma muito simplista, dar vida nova àquilo que normalmente já seria um desperdício. Com base nesta ideia podemos concluir que este modelo circular representa uma oportunidade importante com benefícios associados, nomeadamente ao nível:
> do impacto ambiental, com a diminuição da utilização de recursos naturais e matérias-primas
> do impacto económico na perspetiva que se promove a criatividade pela busca de soluções novas e diferentes
Quando o desperdício vira produto existe nitidamente uma alteração ao conceito de fim-de-vida uma vez que se criam novos fluxos circulares de reutilização, restauração e renovação, num processo integrado.
A «Economia Circular» tem sido um tema recorrente nas agendas internacional, Europeia e nacional nos últimos anos, assumindo-se como um elemento chave para promover a dissociação entre o crescimento económico e o aumento no consumo de recursos.
Esta mudança de paradigma de modelo económico potencia a maximização do valor económico do produto, mas simultaneamente assume-se como um desafio para os diferentes setores de atividade económica nacional incentivando a um esforço de criatividade, investigação e de tecnologia que acompanha as prioridade da Comissão Europeia, que em dezembro de 2015 adota o «Plano de Ação para a Economia Circular», visando garantir o crescimento sustentável na União Europeia e estimular a transição da Europa para uma economia mais circular.
O atual enquadramento político nacional para a economia circular é o «Plano de Ação para a Economia Circular em Portugal», aprovado através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 190-A/2017, de 23 de novembro, e cujo objetivo consiste em definir uma estratégia nacional para a economia circular assente na produção e eliminação de resíduos e nos conceitos de reutilização, reparação e renovação de materiais e energia. O «Plano de Ação para a Economia Circular em Portugal» tem como epígrafe «LIDERAR A TRANSIÇÃO» e consubstancia a estratégia nacional visando a mudança do paradigma económico de «linear» para «circular», englobando um conjunto de sete ações concretas a serem cumpridas até 2020, que visam acelerar esta mudança, mas simultaneamente promover a criação de emprego, o crescimento económico, o investimento e a justiça social. (Fonte: http://www.dgae.gov.pt/servicos/sustentabilidade-empresarial/economia-circular.aspx)
Esta semana a Newsletter do Compete 2020 apresenta projetos totalmente inovadores pelo aproveitamento de subprodutos:
Shellution: Desenvolvimento de ECO-Produtos inovadores pela incorporação de carbonato de cálcio biogénico (Resíduos)
A recuperação e valorização dos resíduos gerados por qualquer indústria são, nos dias de hoje, ações de grande impacto. A Shellution visa a incorporação de resíduo de casca de ovo sem membrana, na indústria de tintas e papel conferindo aos produtos finais propriedades inovadoras.
ECOGRÉS + NG: uma pasta de grés inovadora
O projeto visa o desenvolvimento de uma pasta corada de grés para louça de mesa a partir de resíduos e subprodutos industriais, valorizando não só os da GRESTEL mas também de empresas de outros sectores.
EGR-EcoGreenRoof: Desenvolvimento de eco-materiais para coberturas verdes
Desenvolvimento de substratos ecológicos, através da seleção e utilização de resíduos industriais de base inorgânica e orgânica, para aplicação em coberturas verdes.
MicoBioExtract: Valorização integral de subprodutos resultantes da produção de cogumelos em bioextractos
Valorização de subprodutos e resíduos da produção de cogumelos em sistema fechado para a produção de novos ingredientes e revestimentos alimentares.