Quinta dos Termos | A riqueza da Beira Interior nas castas e métodos tradicionais aliam-se à inovação

“A Quinta dos Termos é um bom exemplo de empreendedorismo no setor vitivinícola nacional cujo modelo de negócios assenta numa preocupação constante com a inovação de produtos e processos e a procura de mercados para vinhos de excelente qualidade. A Quinta dos Termos é um bom exemplo de dinamismo empresarial traduzido em diferenciais competitivos sustentáveis e numa filosofia de agregação de valor expressa na conceção de vinhos de elevada qualidade direcionados para mercados exigentes. Existe uma preocupação com a criação de marcas e orientação de marketing subjacente ao modelo de negócio.” (Presidente do COMPETE 2020, Rui Vinhas da Silva)

 

Breve Histórico da Quinta dos Termos  

A Quinta dos Termos está situada no centro de Portugal, nas faldas da encosta Sul da Serra da Estrela (montanha mais alta de Portugal Continental – 2.000 m), assim resguardada dos ventos frios do Norte e ensolarada pela sua exposição a Sul, permite-lhe atingir no Verão temperaturas por vezes superiores a 50ºC, o que conduz a um grau de maturação superior, dando origem a vinhos complexos, aromáticos e de boa consistência.

Esta região, denominada de Beira Interior, produz vinhos desde tempos ancestrais, sendo várias vezes referenciada na história de Portugal, e protagonista de lendas pelos seus bons vinhos.

No ano de 1945 é adquirida por Alexandre Carvalho a quarta gleba de um prédio correspondente a uma terra no sítio dos Termos ou Vilela, posteriormente denominada por Quinta dos Termos. Um espaço composto por terras de cultivo de centeio, vinhas e casas de quinteiro, situado em Carvalhal Formoso, perto de Belmonte, numa zona agreste de solos graníticos pobres e de paisagem lindíssima, exposto a sul, com condições excepcionais para o cultivo da vinha.

Protagonista de uma lenda provinda de tempos ancestrais, que retratava a história de uma linda Moura, que na manhã de S. João aparecia aos pastores da Quinta com um copo de vinho na mão, convidando-os a beber e deixando-os deslumbrados com aquilo que viam e bebiam.

Ciente que se tratava de uma terra talhada para o sucesso da cultura da vinha, em meados da década de cinquenta, Alexandre Carvalho decide reestruturar 3 ha dos 6 ha existentes de vinha, mantendo os outros 3 ha de vinhas velhas.

Toda a produção era vinificada e vendida nas tabernas da região.

No início da década de 80, decide alugar a Quinta, sendo as vinhas praticamente destruídas.

Em 1993, terminados os arrendamentos, a Quinta volta novamente para a família na pessoa de João Carvalho, filho de Alexandre Carvalho, que resolve dar corpo ao projeto de viticultura atual.

Assim, João Carvalho, aliando a sua vida de empresário têxtil e de professor do Departamento de Ciência e Tecnologia Têxteis da Universidade da Beira Interior, decide meter mãos à obra e começa por reestruturar as vinhas. Adquire novas parcelas de vinha, ilhas isoladas no interior da Quinta e novos direitos de plantação, possuindo hoje cerca de 42 ha em plena produção e 12 ha em início de produção.

A Quinta dos Termos tem atualmente cerca de 180 ha e dispõe de uma área vitícola em produção com 54 ha de castas selecionadas, entre elas as tintas Touriga Nacional, Alfrocheiro Preto, Tinta Roriz, Trincadeira Preta, Jaen, Rufete, Marufo, Baga, Sangiovese, Syrah, Petit Verdot, Tinto Cão, Vinhão e as brancas Síria, Fonte Cal e Riesling.

Esta visita inseriu –se na iniciativa “COMPETE 2020 : ao lado de quem cria valor”, dedicada à fileira vitivinícola.

Com a duração de uma semana, esta iniciativa incluiu a visita a 16 empresas do setor dos vinhos, procurando abranger todo o território do continente. A diversidade do setor e a sua representatividade regional permitiram uma seleção de percursos empresariais que se pretendem conhecer e analisar.  

Para o presidente do COMPETE 2020, Rui Vinhas da Silva, esta visita ao sector do vinho, pretende “aproximar este Programa das empresas, com a consciência que os instrumentos económicos ao serviço destas devem contribuir para orientar a economia portuguesa na filosofia de criação e agregação de valor a produtos e serviços inovadores, baseada num entendimento absoluto do ambiente competitivo em mercados internacionais sofisticados, procurando refletir a sua heterogeneidade e especificidades.”

 

02/02/2016 , Por Paula Ascenção
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COMPETE 2020: ao lado de quem cria valor