Adega de Borba – O equilíbrio da Modernidade e Tradição

“A Adega de Borba configura um exemplo de modelo de negócios cujas vantagens competitivas assentam numa filosofia de vanguarda tecnológica como garante da consecução de eficiências produtivas a montante na cadeia de valor. Isso é amplamente evidenciado pelo esforço de investimento efetuado em infraestrutura e tecnologia que permite a obtenção de vinhos de grande qualidade numa estratégia tendencialmente direcionada para o mercado internacional” , palavras do Presidente do COMPETE 2020, Rui Vinhas da Silva depois de terminar a sua visita à Adega de Borba .

 

Breve Histórico da Adega de Borba

A Adega de Borba criada em 1955 tem vindo a crescer e a modernizar-se constantemente ao longo de mais de seis décadas, ocupando fisicamente 2 áreas distintas, a original de 12.000 m2 e a mais recente com 140.000 m2 onde está localizada a ampliação e instalação da nova Adega.

Em 2011 foi feito um investimento de 12 milhões de Euros na ampliação e construção de um novo centro de vinificação para vinhos tintos e armazenagem de granel, e também em armazenagem e expedição de produto acabado, depois de em 2004 já se ter investido num processo de modernização que ascendeu a 8 milhões de Euros.

A capacidade de vinificação ascende assim a 1.200 Ton/ dia de uva, com uma capacidade total de fermentação de 6.000 Ton. Em termos de armazenagem de vinhos a granel, a capacidade da Adega de Borba é neste momento de 450.000 hl. Com o novo armazém de produto acabado e expedição, a capacidade de armazenagem ascende a 7.000 paletes, cerca de 40.000hl de vinho acondicionado.

O centro de vinificação possui tecnologia de ponta tanto na área de software de gestão como nos equipamentos. Dispõe de cubas com diferentes tecnologias de fermentação: verticais com e sem pisa mecânica, horizontais rotativas, ganimedes, lagares, etc, havendo ainda a possibilidade de efectuar operações de delastage, lixiviação e macro-oxigenação.

A Adega de Borba em 2014 inaugura uma nova adega para vinhos topo de gama. Esta nova adega situa-se no interior do novo edifício da Adega de Borba e significa um investimento de mais de um milhão de Euros. Esta nova adega permitirá a produção de vinhos de categoria superior através de novos processos de inovação e altamente sofisticados de elevada capacidade tecnológica que permitem, a selecção da uva bago a bago, através de um desengaçador Oscillys e de uma mesa de escolha Vistalys. Desta forma, a Adega de Borba consolida ainda mais a sua estratégia de ser uma referência nos vinhos do Alentejo, tendo agora um enfoque especial na gama de vinhos Super Premium.

Por outro lado, considerando a importância de manter a tradição e os costumes da região Alentejo de antigamente, a Adega de Borba criou em 2015 um espaço para vinificação de forma tradicional através do processo de produção de vinho de talha. Processo muito diferente, em que as uvas fermentam em recipientes de barro muito lentamente e que após concluída a fermentação, dia após dia, as películas e grainhas vão caindo para o fundo da talha, formando uma manta compacta, conhecida por ‘mãe’. Esta tem a função principal de filtrar naturalmente o vinho. Este vinho em contacto com o oxigénio liberta características de genuidade e de carácter aromático-gustativas sui-generis das castas tradicionais, originando um vinho completamente diferente dos vinhos ditos mais tecnológicos.

Do ponto de vista de comercialização no mercado internacional, a Adega de Borba exporta cerca de 20% do seu total anual. Os principais mercados de exportação fora da EU são a Rússia, Macau, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Brasil, EUA, Canadá, entre outros.

Esta visita inseriu –se na iniciativa “COMPETE 2020 : ao lado de quem cria valor”, dedicada à fileira vitivinícola.

Com a duração de uma semana, esta iniciativa incluiu a visita a 16 empresas do setor dos vinhos, procurando abranger todo o território do continente. A diversidade do setor e a sua representatividade regional permitiram uma seleção de percursos empresariais que se pretendem conhecer e analisar.  

Para o presidente do COMPETE 2020, Rui Vinhas da Silva, esta visita ao sector do vinho, pretende “aproximar este Programa das empresas, com a consciência que os instrumentos económicos ao serviço destas devem contribuir para orientar a economia portuguesa na filosofia de criação e agregação de valor a produtos e serviços inovadores, baseada num entendimento absoluto do ambiente competitivo em mercados internacionais sofisticados, procurando refletir a sua heterogeneidade e especificidades.”

02/02/2016 , Por Paula Ascenção
COMPETE 2020
Presidente do COMPETE 2020