Socori: nascida em 1988 começou pela distribuição de rolhas de cortiça

Conforme testemunha o presidente do COMPETE 2020, Rui Vinhas da Silva, no âmbito da iniciativa COMPETE 2020: ao lado de quem cria valor, “a Socori começou pela distribuição de rolhas de cortiça e só mais tarde avançou para a sua produção, o que por si só explica a forte orientação de mercado exibida pela empresa. Hoje a Socori é uma empresa cujo modelo de negócios assenta na verticalização de operações, num conjunto de atividades que vão desde a aquisição da cortiça diretamente da floresta até à comercialização de rolhas naturais e aglomeradas em mercados internacionais”, continua Rui Vinhas da Silva. “A Socori é um excelente exemplo de uma empresa que começa por comprar rolhas de cortiça e só depois avança para a sua produção, aproveitando dessa forma um conjunto de competências de mercado adquiridas entretanto e que viriam a provar como sendo de crucial importância para o sucesso da empresa no competitivo mercado global”, conclui o presidente do COMPETE 2020.

 

Breve descrição da empresa

A Socori – Sociedade de Cortiças de Riomeão S.A. nasceu em 1988, começou por laborar apenas com 14 funcionários, contando, nos dias de hoje, com cerca de 270. A empresa começou por comprar rolhas de cortiça e só gradualmente é que avançou para a sua produção.

As rolhas naturais foram o primeiro produto, depois avançaram para os granulados e as rolhas aglomeradas e de sidra pelo método de extrusão. Mais tarde alargou a sua atividade à manufatura de discos e rolhas técnicas 1+1, seguindo-se o fabrico de rolhas de microgranulado, e mais recentemente apostaram nas rolhas de champanhe. Destaca-se que a empresa detém todo o processo para a produção destas rolhas, desde a aquisição da cortiça diretamente na floresta e entrada em estaleiro até à marcação e embalagem, passando, ainda, por um laboratório que assegura os testes de controlo da qualidade, em duas estruturas que perfazem mais de 22 000 metros quadrados de área coberta, destacando-se a área para o estaleiro que ocupa mais de 50 000 metros quadrados.

A casa mãe em França e a delegação da empresa no Chile recebem a maior parte da produção de rolhas da SOCORI. Daqui, as rolhas da empresa partem para vários países no mundo.

 

Iniciativa “ COMPETE 2020: ao lado de quem cria valor”

“O sector da cortiça é globalmente dinâmico, caracterizando-se pelo empreendedorismo dos seus players que apostam em estratégias de diversificação de produto e mercado na procura de vantagens sustentadas no mercado global.” Foi assim que o presidente do COMPETE 2020, Rui Vinhas da Silva, caracterizou o sector da cortiça após uma visita de quatro dias a várias empresas espalhadas por todo o país.

Inserida na iniciativa “COMPETE 2020: ao lado de quem cria valor”, o programa, de 12 a 15 de janeiro de 2016, contou com a visita a 21 unidades industriais representativas dos diferentes subsectores da indústria da cortiça e, ainda, um encontro com mais quatro empresários que apresentaram as suas empresas no Observatório do Sobreiro e da Cortiça, em Coruche. Deste roteiro fez ainda parte a visita às três entidades representativas do sector: o Centro de Formação Profissional da Indústria de Cortiça (Cincork), o Centro Tecnológico da Cortiça (Ctcor), e a Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor) - entidade responsável pela organização das visitas.

O presidente do COMPETE 2020 salientou que “o sector da cortiça aposta em vantagens competitivas sustentáveis a montante na cadeia de valor, traduzido em processos produtivos eficientes e, a jusante, através da satisfação de requisitos de clientes exigentes em mercados diferenciados.” Assinalou, ainda, que “muitas empresas têm dotações de tecnologia e equipamento semelhantes, mas é o espírito empreendedor e a visão do empresário que fazem a diferença entre o sucesso e o insucesso.” Ao nível da tecnologia e dos processos produtivos, Rui Vinhas da Silva, destacou que as empresas do sector da cortiça são “dotadas de tecnologia sofisticada, demonstram uma preocupação constante com a gestão de processos de melhoria contínua através da adoção de sistemas e técnicas de gestão modernas e possuem elevado know-how, conhecimento profundo de processos produtivos e do mercado global.”

Rui Vinhas da Silva constatou, ainda, que o setor da cortiça “aposta em estratégias de diversificação de produto e mercado, ancoradas numa filosofia de inovação constante.” E afirmou: “é um sector com um forte entendimento dos ditames da competitividade da economia e dos requisitos do mercado global.”

Para o presidente do COMPETE 2020 existem “noções estereotipadas acerca do nível de desenvolvimento do país e da sua indústria e que levam, frequentemente, compradores, em contexto de B2B (business to business) e, principalmente, B2C (business to consumer), a ter menor disponibilidade na preferência de produtos de origem portuguesa ou a imporem tetos psicológicos de preço acima dos quais não estão disponíveis a pagar. Esta realidade tem vindo, progressivamente, a mudar, mas ainda há muito trabalho a fazer para que os produtos portugueses de elevada qualidade intrínseca consigam ser percebidos como tal e assim possam comandar prémios de preço em mercados exigentes junto de consumidores sofisticados e de elevado rendimento disponível. Estes estereótipos negativos do país de origem do produto cruzam sectores de atividade económica e são transferidos para produtos que muitas vezes não estão sequer relacionados entre si.” E concluiu: “a imagem externa do país poderá ser uma forte condicionante da agregação de valor a bens transacionáveis e da competitividade da economia portuguesa no mercado global. A realidade tem vindo a mudar mas há, ainda, um longo caminho a percorrer.”

 

14/03/2016 , Por COMPETE 2020
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