Leia a entrevista de Sérgio Salústio, Director do Consórcio Smart Green Homes entre a Bosch e a Universidade de Aveiro
O projecto Smart Green Homes resulta de uma parceria entre a Bosch e a Universidade de Aveiro e visa desenvolver soluções integradas de produtos e tecnologias para ambiente doméstico, elevando os padrões de conforto, segurança e satisfação de utilização a um novo nível e, ao mesmo tempo, dar resposta aos problemas de sustentabilidade do planeta, aumentando a eficiência energética e diminuindo as emissões de gases poluentes e o consumo de água.
Fique a par do trajeto percorrido no âmbito deste consórcio de investigação multidisciplinar - em conectividade, energias renováveis, eficiência energética, reciclagem e materiais inteligentes para soluções inovadoras em residências sustentáveis, com o máximo conforto e segurança - na entrevista de Sérgio Salústio, Diretor do Consórcio SGH entre a Bosch e a Universidade de Aveiro e Diretor da área de tratamento de água na Bosch Termotecnologia. |
O que vos mobilizou para concretizar o projeto? | O sector da Termotecnologia vive momentos de grande mudança, marcados pelas exigências de melhoria da eficiência energética, redução de emissões de poluentes, integração de energias renováveis e incorporação de soluções e serviços conectados na Internet das coisas. Esta mudança só é possível com a criação de novas soluções e serviços baseados em tecnologias emergentes, que exigem desde logo o aprofundamento e expansão das nossas competências tecnológicas, numa rede de conhecimento avançada e multidisciplinar. A formação de um consorcio de Investigação com a Universidade de Aveiro, integrando múltiplas áreas de conhecimento desta Instituição, era por isso, mais de que uma conveniência, um desígnio, para uma concretização sustentável dos nossos objetivos. |
Quais os principais desafios com que se deparam na concretização do projeto? |
A interligação de Instituições tão diferentes como a nossa organização e uma Universidade, apresenta dificuldades, logo à partida, pelas diferenças culturais e divergências nas abordagens e prioridades de cada organização. Num segundo patamar, o elevado número de investigadores, mais de 170, provenientes de áreas muito diversas que têm que trabalhar em estreita colaboração, obriga a um alinhamento complexo e contínuo de temas que muitas vezes não apresentam uma linguagem comum e são de encadeamento difícil. A solução tem passado sempre por uma comunicação frequente entre as equipas nucleares de cada tema e fóruns regulares de discussão e alinhamento dos requisitos e tarefas de investigação. No fundo trata-se de resolver o desafio da transição da investigação mais fundamental para desenvolvimento aplicado a soluções concretas para os nossos clientes.
Além disso, o elevado grau de inovação pretendido no projeto e o grande nível de incerteza que lhe está inerente, obrigam a uma constante revisão das abordagens e soluções planeadas, para poder dar resposta ás dificuldades técnicas e desvios que surgem à medida que vai evoluindo a maturidade dos temas em estudo.
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Quais são os vossos objetivos para 2019? | O grande objetivo de 2019 é o inicio da construção de protótipos e inicio da implementação e operação dos vários sistemas propostos. Vamos dar início portanto à materialização dos diferentes conceitos desenvolvidos e preparados nos dois anos anteriores e começar a construir os elementos de aquecimento de água e condicionamento do ar ambiente e os elementos de conectividade e controlo que irão compor a nosso portfolio com soluções inteligentes de aquecimento e ar condicionado para casas confortáveis e sustentáveis. |
Qual o contributo do COMPETE 2020 para os objetivos que definiram para o projeto? | O desenho e metodologia subjacentes ao programa no qual nos inscrevemos veio dar o suporte e motivação necessária para podermos avançar com um projeto deste nível de colaboração e ambição tecnológica. Sem um programa deste tipo estaríamos provavelmente bastante mais limitados quer no tipo de colaboração a adotar quer na ambição dos objetivos a atingir. |