Certifica +

Foi com esta imagem e identidade criativa que a AIFF – Associação para a Competitividade da Indústria Florestal, entidade dinamizadora do Pólo das Indústrias de Base Florestal, em conjunto com os seus associados e co-promotores no projeto candidatado ao SIAC, APCOR – Associação Portuguesa da Cortiça, CELPA – Associação da Indústria Papeleira e Centro Pinus – Associação para a Valorização da Floresta de Pinho, se lançaram num dos maiores desafios que se coloca aos produtos de base florestal naquele que é o mundo global onde a sustentabilidade assume um papel fulcral na abertura e permanência de mercados mais competitivos e que melhor valoram a nossa produção.

A identidade visual da marca deste projeto foi pensada para acrescentar valor “positivo” à floresta, projetando a marca para um patamar superior de credibilidade, afirmação e de visão de futuro. A marca expressa de forma consistente os princípios de sustentabilidade assentes em três pilares: ambiental, social e económico. Uma imagem moderna, responsável e dinâmica, representativa do setor e de perceção imediata.

 

Estratégia de Eficiência Coletiva do Pólo AIFF

No âmbito da estratégia de eficiência coletiva do Pólo AIFF, foi assumido como uma das prioridades, a intensificação dos argumentos na competição global, com realce para os que advêm da conformidade com os princípios da sustentabilidade ambiental, tendo para esse efeito identificado a “Certificação da gestão florestal e da cadeia de responsabilidade/custódia da indústria da fileira florestal e melhoria da base florestal” como um dos seus projetos âncora integrado na linha de ação do seu programa “Criar a Floresta do Futuro”.

 

Projeto

A sustentabilidade das indústrias de base florestal em Portugal necessita que o aproveitamento dos recursos naturais, de forma a garantir no presente e no futuro as suas funções económicas, ecológicas e sociais, possa ser assegurada através da implementação de sistemas de certificação de gestão florestal sustentável que incidem em todos os elos da cadeia, desde a floresta até ao consumidor.

 

 

A certificação da gestão florestal e da cadeia de custódia, assegura ainda benefícios para a economia do país já que permite o acesso e a garantia de mercado para os produtos de base florestal, cria produto com mais valor, assegura maior eficiência na gestão florestal, aumenta substancialmente a produtividade florestal, valoriza a atividade e o trabalho florestal, reduz os impactes negativos sobre o ambiente e a economia, nomeadamente os resultantes dos incêndios e assegura a sustentabilidade económica a longo prazo da atividade florestal.

A Certificação Florestal é, sem dúvida, uma necessidade cada vez mais imperiosa para todas as indústrias de base florestal, em virtude de:

> Aumentar e reforçar a competitividade dos produtos de base florestal no mercado global, face a produtos alternativos e concorrentes, esta questão é particularmente importante para as indústrias de Cortiça e nas indústrias de Madeira.

> Permitir o acesso aos mercados externos, resultado da crescente procura, dos mercados internacionais, por produtos de base florestal certificados;

> Permitir operar num segmento de produtos de qualidade, o qual passa pela afirmação de excelência na qualidade do produto e na qualidade da gestão, incluindo a gestão florestal. Esta questão é particularmente relevante para a indústria de Pasta e Papel.

> Garantir uma gestão sustentável e responsável dos recursos florestais, contribuindo para assegurar no longo prazo, a disponibilidade de matéria-prima para as indústrias de base florestal.

> Garantir a concretização dos objetivos e das estratégias dos diferentes Programas de Ação de ambiente e biodiversidade, estabelecendo políticas que vão ao encontro de economia ecológica inclusiva, contribuindo para o desenvolvimento sustentável dos espaços florestais na UE e a nível mundial.

 

Objetivos

Assim, estabeleceu-se para este projeto, como objetivos gerais, por um lado, disponibilizar, às atuais e potenciais entidades responsáveis pelos Sistemas de Gestão Florestal, os meios, as ferramentas e a informação adequadas, e por outro, promover uma apropriada divulgação da Certificação Florestal. Estas ações permitem tornar o processo de implementação e manutenção dos sistemas de certificação mais célere e eficaz.

 

Apoio

O Projeto Certifica+ mereceu o apoio do COMPETE no âmbito do Sistema de Apoio a Acções Colectivas, o projeto envolveu um investimento elegível de 468 mil euros, correspondendo a um incentivo FEDER de 374 mil euros.

 

Resultados

O Projeto Certifica+ atingiu e superou todos os indicadores de sucesso a que entidade promotora se tinha proposto, nomeadamente, o aumento percentual da área florestal certificada em 5%, o aumento percentual do número de certificados de cadeia de custódia ou responsabilidade em 7%, o aumento em 5% do volume de vendas de rolhas de cortiça, de pasta, papel e cartão e o aumento do volume das exportações em valor de madeira até 2,5%.

 

Atividades Desenvolvidas

No âmbito do Projeto, foram realizadas várias ações, um pouco por todo o país, entre as quais:

> Sessões de sensibilização com as organizações de produtores florestais;

> Workshops técnicos para aumentar os conhecimentos sobre os dois Sistemas de Certificação da Gestão Florestal reconhecidos mundialmente, a saber FSC® (Forest Stewardship Council) e PEFC^© (Programme for the Endorsement of Forest Certification), quer na vertente da gestão, quer na cadeia; um seminário “É garantir o Futuro” que reuniu vários profissionais e entidades do setor para o debate das perspetivas da certificação florestal e para apresentação dos produtos deste Projeto, facilitadores dos processos de certificação; filmes de sensibilização de toda a cadeia de valor da fileira florestal e filmes tutoriais para facilitar o acesso e utilização da ferramenta Certifica+;

> Foram desenvolvidos manuais e brochuras com linguagem acessível e disponibilizados em papel e online no site www.certificamais.pt;

> criou-se um jogo focado no tema da Certificação Florestal e da sua importância para a economia portuguesa que se desenrolou nos dois certames do sector agro-florestal mais visitados em 2015, em que se abordou o papel dos dois sistemas internacionais presentes em Portugal, FSC e PEFC, promovendo os compromissos assumidos pelas principais fileiras florestais face à certificação, focando as três sub-fileiras principais: cortiça, pasta cartão e papel, e madeira e mobiliário;

> além de termos desenvolvido todo o material de divulgação com produtos de base florestal certificados, promovendo os nossos objetivos através do exemplo. A participação nos dois maiores eventos de promoção agro-florestal em Portugal apostou também na sensibilização para um público mais jovem e nos elementos fundamentais de elaboração e decisão política como sejam elementos do Governo e dos Deputados da Comissão Permanente de Agricultura da Assembleia da República, estes últimos que aceitaram participar numa iniciativa a que chamámos “Mitos da Certificação Florestal” e que possui uma mensagem impactante de destruição dos grandes dogmas que ainda afastam os proprietários florestais de aderir a uma gestão florestal sustentável certificada e que foi possível ficar registado em vídeo disponibilizado no nosso canal do youtube.

> A AIFF recebeu o Vice-Primeiro Ministro Paulo Portas e a Comissão Parlamentar da Agricultura e do Mar na Feira Nacional da Agricultura 2015. Num ato simbólico, foram “quebrados” os mitos da certificação florestal, representados através de tábuas que foram partidas.

É importante destacar que as atividades desenvolvidas ao abrigo do Projeto Certifica+, tiveram um acompanhamento próximo, através de reuniões de acompanhamento e coordenação, em que além dos co-promotores e da própria Direção da AIFF, também foram envolvidos nas tomadas de decisão e realinhamento, as entidades representativas dos sistemas a operar em Portugal (FSC e PEFC), as entidades representativas das organizações de produtores florestais, de âmbito nacional e regional, filiadas na AIFF (CAP, Forestis, Forum Florestal e UNAC) e todos os parceiros que detinham competências evidentes no tema da certificação.

Com este projeto impulsionou-se a certificação florestal, tanto a nível da gestão florestal como da cadeia de custódia ou responsabilidade, contribuindo para uma maior capacitação das entidades responsáveis pelos Sistemas de Gestão Florestal, não só as que já se encontravam devidamente implantadas no terreno, com certificados atribuídos, como todas aquelas que se pretendiam implantar. Criaram-se condições para promover a adesão das entidades a estes processos e facilitassem a implementação e a manutenção dos certificados, garantindo que todos os elos da cadeia, da produção à indústria, se encontrassem certificados e sensibilizados para a relevância desta matéria.

Como exemplo da correta articulação entre as atividades previstas e os objetivos que se alcançaram, após o término do período de vigência da candidatura, a AIFF, os co-promotores e os parceiros já foram fazer diversas apresentações dos produtos desenvolvidos em certames e outros eventos da fileira florestal, onde a recetividade e a crítica efetuada tem sido bastante positiva.

O grande desafio que se enfrenta atualmente, e para o qual este projeto pretendeu ser um forte contributo, é a expansão da área florestal certificada que se encontra por certificar em Portugal e que na sua maioria é detida por pequenos proprietários florestais privados com explorações com dimensão inferior a um hectare e com características sociais deveras específicas, quer quanto à idade, escolaridade e presença no espaço rural, daí ser tão importante o conteúdo da mensagem deste projeto passar por linguagem acessível, pelo exemplo (utilizando materiais certificados, recolhendo testemunhos reais de pessoas (re)conhecidas pelos destinatários), e pela utilidade dos mesmos.

Perseguindo o objetivo de aumentar a área sujeita a certificação da gestão florestal, o presente projeto apostou no impulsionamento das iniciativas de certificação de grupo e de certificação regional, em virtudes destas, comparativamente com as iniciativas de certificação individual, corresponderem a iniciativas de âmbito coletivo, melhor adaptadas à realidade do minifúndio (norte e centro do pais onde a certificação florestal tem tido mais dificuldade de implementação), caracterizarem-se por menores custos associados ao processo e por terem um maior acompanhamento técnico.

 

Testemunho

O Prof. João Ferreira do Amaral, Presidente da AIFF, promotor líder do Projeto defende que executar “Este projeto permitiu-nos consolidar a aposta fundamental da indústria de base florestal, que será no aumento da produção florestal, tanto em quantidade, como em qualidade. É aí que está a importância da certificação, que é fundamental para que a produção de matéria-prima possa acompanhar a grande dinâmica dos setores de indústrias de base florestal.”