PARC, a plataforma que gera um score de crédito através da avaliação do empréstimo e solicitante

Em entrevista ao COMPETE 2020, João Cunha, Business, Unit Manager no Departamento de Inovação da Match Profiler comentou o âmbito, os desafios e principais resultados do projeto PARC: Plataforma de Avaliação Automática de Risco de Crédito e a importância do apoio dos fundos comunitários.
 
 
1. Enquadramento
 
João Cunha, Business Unit Manager no Departamento de Inovação da Match Profiler explanou que “o projeto PARC: Plataforma de Avaliação de Risco de Crédito, consiste no desenvolvimento de uma plataforma eletrónica destinada aos particulares que buscam o pequeno crédito e às empresas que o concedem, que permita aos diferentes atores do processo uma participação mais segura e simplificada. Do lado de quem empresta ou investe, a possibilidade de acautelar o risco, do lado de quem solicita o crédito, uma forma mais rápida e eficaz de a qualquer momento demonstrar a sua capacidade de fazer face às responsabilidades do crédito”.
Os cenários de aplicação são múltiplos, desde a concessão de crédito nas plataformas de peer lending, à obtenção de financiamento para compras em prestações, passando pelo aluguer de casas. 

 

João Cunha, Business, Unit Manager no Departamento de Inovação da Match Profiler 

 

2. Entrevista
 
Quais foram os principais desafios com que se deparam no desenvolvimento do projeto PARC? O maior desafio do projeto é sem dúvida a questão dos dados. O projeto tem como núcleo fundamental a capacidade de produzir um score de crédito através da avaliação de um conjunto de dados variados que caracterizam o empréstimo e o seu solicitante. Esta avaliação está a cargo de um modelo de classificação obtido através da seleção e treino de algoritmos de aprendizagem automática. Independentemente da sofisticação dos algoritmos que possam ser usados, a chave do sucesso está na qualidade dos dados usados para treino. Não por acaso, as operações de obtenção e tratamento dos dados antes da sua utilização para treino do modelo são designadas por Data Mining. A estratégia para tratamento dos dados reveste-se de operações que são passiveis de automação em certo grau, o que permitiu acelerar as tarefas de análise e preparação dos dados. Desta forma é possível tratar novas fontes de dados rapidamente, ajustado o modelo de classificação a diferentes cenários crédito.
   
De entre os resultados alcançados, há algum que gostariam de destacar? Tendo em conta as dificuldades próprias da representatividade dos datasets, e das características do problema, nomeadamente do desequilíbrio dos dados (a maioria dos empréstimos são pagos), obtivemos um valor elevado da precisão média. Tal resultado foi em grande parte devido a Feature Engineering aliado à utilização de algoritmos de Ensemble Learning.
   
Qual o contributo do COMPETE 2020 para o percurso da Vossa empresa? A inovação é reconhecida como um motor do desenvolvimento e competitividade das empresas. No contexto da Match Profiler, os projetos de I&D no âmbito do COMPETE 2020, têm como objetivos o desenvolvimento de novos produtos e a incorporação de novas tecnologias. Tais objetivos só podem ser concretizados graças ao contributo do Programa em termos financeiros. A incorporação de novas tecnologias é fundamental em todos os sectores, e tem ainda maior impacto no sector das tecnologias de informação, onde o ritmo de mudança é mais pronunciado. As atividades de I&D são assim fundamentais para o progresso, para os ganhos de competitividade e para a resiliência dos nossos produtos e serviços.
 
 
 
3. Apoio do COMPETE 2020 
 
O projeto PARC: Plataforma de Avaliação Automática de Risco de Crédito foi cofinanciado pelo COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos à I&DT, envolveu um investimento elegível de 377 mil euros, o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 248 mil euros.
 
 
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27/02/2020 , Por Cátia Silva Pinto
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