StrokeTherapy: investigação portuguesa usa células estaminais para tratamento de AVC

Cofinanciado pelo COMPETE 2020 e liderado pela Crioestaminal, o médico e investigador João Sargento-Freitas comenta que o projeto supra visa criar uma plataforma terapêutica para doentes de AVC através de uma “técnica inovadora em Portugal e a nível internacional” que irá “recriar novos vasos para voltar a dar sangue à zona lesada”, a “ser testada em 30 doentes”.
 
 
StrokeTherapy: Plataformas terapêuticas para acidentes vasculares cerebrais
 
1. Síntese do projeto
 
Cofinanciado pelo COMPETE 2020, o projeto StrokeTherapy visa criar uma plataforma terapêutica inovadora e proprietária (eventualmente patenteável pela empresa) para pacientes com AVC, utilizando células estaminais isoladas da medula óssea do próprio paciente e/ou vesiculas isoladas de sangue do cordão umbilical.
 
 
2. Sobre o projeto 
 
O projeto StrokeTherapy, liderado pela Crioestaminal, pretende criar uma plataforma terapêutica inovadora para pacientes vítimas de AVC, e conta com a contribuição de um consórcio completo de parceiros que completam a cadeia de valor: centro de investigação (Universidade de Coimbra, através do grupo de investigação em Células Estaminais e Biomateriais liderado pelo investigador Lino Ferreira, pertencente ao Centro de Neurociências e Biologia Celular), dois hospitais (o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, através da Unidade de AVC, liderada pelo Dr. João Sargento-Freitas e o Hospital Rovisco Pais, através do serviço de Internamento de Reabilitação Geral de Adultos, liderado pela Dra. Anabela Pereira) e a Crioestaminal enquanto empresa dedicada ao desenvolvimento de terapias celulares avançadas. 
 
Do ponto de vista técnico-científico, este projeto tem dois objetivos principais: 
 
1) avaliar o efeito terapêutico de células CD34+ da medula óssea de doentes que tenham sofrido AVC isquémico, na fase aguda e subaguda (ensaio piloto) e 
2) avaliar o efeito terapêutico de vesículas secretadas por células mononucleadas do sangue do cordão umbilical em modelos animais de AVC (testes pré-clínicos).
 
Para alcançar o primeiro objetivo será necessário que a empresa desenvolva um processo de isolamento de células estaminais da medula óssea, o qual se constitui como um outro objetivo paralelo e através do qual a empresa espera poder vir a lançar um novo serviço no mercado, numa lógica de diversificação de fontes de células que podem ser processadas e criopreservadas pela empresa.
 
Para o médico e investigador Dr. João Sargento-Freitas, pretende-se com esta nova hipótese de tratamento, alternativa às atuais, "recriar novos vasos para voltar a dar sangue à zona que foi lesada". Na prática, acrescenta, o método passa por "otimizar os recursos de cada um, colocando o maior número de células que se conseguir no sítio onde elas são precisas (local do AVC)". Trata-se de uma técnica inovadora em Portugal e a nível internacional, que vai ser testada em 30 doentes, durante um ano, e que tem apoio através do programa comunitário COMPETE 2020. 
 
 
Em declarações ao COMPETE 2020, André Gomes, Diretor Geral da Crioestaminal,comenta que  “o incentivo financeiro atribuído pelo COMPETE 2020 para a realização deste projeto constitui um apoio imprescindível à investigação e desenvolvimento nesta área, que é fundamental para a translação dos conhecimentos científicos para o nível clínico e colocar Portugal no mapa das terapias celulares, podendo neste caso contribuir para o surgimento de novas terapias celulares e para o progresso da empresa na cadeia de valor.

 

 
3. Apoio do COMPETE 2020 
 
O projeto StrokeTherapy é cofinanciado pelo COMPETE 2020, no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, na vertente em co-promoção, envolvendo um investimento elegível de cerca de 744 mil euros, o que resultou num incentivo FEDER de 541 mil euros. 
 
 
4. Links
 
 

19/04/2018 , Por Cátia Silva Pinto
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