Entrevistamos Professor Paulo Santos investigador responsável pelo projeto Tyre4BuildIns

 

 

Entrevista a Paulo Santos

Professor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra e Investigador Responsável pelo Tyre4BuildIns, projeto que tem como objetivo principal desenvolver um novo material compósito, à base de borracha de pneus reciclada e aerogel, para isolamento térmico e acústico, “amigo do ambiente” e com uma boa relação custo-benefício.

Para além de desenvolver um novo material à base de borracha de pneus reciclada o projeto tem como objetivos avaliar e otimizar a utilização deste novo material como tiras de corte térmico por forma a melhorar o desempenho térmico e acústico de elementos em LSF (Light Steel Framing), bem como avaliar os impactos ambientais e custos através de uma análise ciclo de vida deste material.

A equipa de investigação conta a participação dos Departamentos de Engenharia Química e Civil da Universidade de Coimbra. Enquanto o primeiro se concentrará no desenvolvimento do inovador material compósito, o segundo terá como objetivo a sua avaliação e otimização ao nível dos componentes de construção.

O que considera ser o elemento diferenciador no projeto Tyre4BuildIns?

 
O principal elemento diferenciador do projeto Tyre4BuildIns consiste na proposta de desenvolvimento de um material inovador de isolamento que contribua para a resolução de diversos problemas atuais da nossa sociedade: poluição, gestão de resíduos, consumo de energia e ruído.
 
 
 
 
 

Quais os resultados concretos esperados no âmbito do projeto?

O principal resultado concreto esperado no âmbito deste projeto é um novo material compósito de isolamento térmico e acústico para edifícios que seja simultaneamente ecológico e económico. Para além do desenvolvimento do referido material, pretende-se ainda: (i) avaliar e otimizar o seu desempenho através da caraterização das suas propriedades (higrotérmicas, acústicas, reação ao fogo, resistência mecânica e durabilidade); (ii) otimizar o uso do novo material de isolamento em elementos construtivos (e.g. paredes) de modo a tirar o máximo beneficio no que respeita ao seu desempenho térmico e acústico; e (iii) avaliar os seus impactos ambientais e custos numa perspetiva de ciclo de vida. Como resultado deste trabalho de desenvolvimento e investigação espera-se conseguir: 2 patentes (uma das quais EPO); 10 publicações científicas em revistas nacionais e internacionais; 8 comunicações em encontros científicos nacionais e internacionais; 3 relatórios técnicos; 1 seminário técnico; 6 teses de mestrado e doutoramento; 1 aplicação computacional; 1 protótipo laboratorial, e 2 produtos.

 

Empresas e Universidades. Ainda são dois mundos?

 
Apesar da aproximação ocorrida nestes últimos anos, de facto o mundo empresarial e o mundo universitário ainda não se aproximaram o suficiente e o desejável. Esta aproximação, a meu ver, é fundamental: para as empresas, pois permite a sua modernização através do desenvolvimento de produtos inovadores e novas técnicas de produção; para as universidades, pois permite que exista uma maior ligação das suas atividades de I&D às necessidades das empresas, assim como a posterior aplicação e produção para os mercados e a sociedade em geral.

 

Qual tem sido o contributo dos Fundos da União Europeia para o seu trabalho de investigação?

 

O contributo dos fundos da União Europeia tem sido essencial para o trabalho de investigação que tenho realizado. De facto, a maior parte da minha investigação foi realizada no âmbito de projetos de investigação nacionais e internacionais, realizados com o patrocínio de Fundos da União Europeia. De entre estes destaco os projetos nacionais QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional) e os projetos Europeus RFCS (“Research Fund for Coal and Steel”).

 

 

O Apoio COMPETE 2020

O projeto conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Apoio à Investigação Cientifica e Tecnológica, envolvendo um investimento elegível de 238 mil euros o que resultou num incentivo FEDER de 203 mil euros.

18/09/2018 , Por Miguel Freitas
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