QTest - Desenvolvimento de kits de Diagnóstico Rápido para Deteção de Microrganismos Patogénicos

 

Enquadramento

O conceito de Segurança Alimentar tem vindo a impor-se de forma crescente ao consumidor e consequentemente à Indústria, fruto de uma evolução nos hábitos alimentares e de um controlo cada vez mais rigoroso na qualidade dos alimentos. O aumento da variedade de alimentos consumidos nos últimos anos tem vindo a aumentar exponencialmente. A capacidade de transporte e armazenamento tornou possível colocar qualquer tipo de alimento em qualquer parte do globo em menos de 24 horas.

 

A indústria de transformação de alimentos acompanhou as necessidades cada vez mais exigentes do consumidor, introduzindo uma enorme variedade de produtos no mercado. O controlo tornou-se mais apertado tanto a nível da presença de microrganismos indesejáveis como na verificação da fidelidade dos parâmetros que constam no rótulo do produto.

A competitividade das empresas do sector tem vindo a tornar-se dependente da eficácia e celeridade deste controlo, bem como do aumento de eficiência de processos.

Os métodos disponíveis já permitem fazer um controlo rigoroso e efetivo, as técnicas microbiológicas conseguem detetar uma única célula viável em qualquer matriz alimentar. No entanto são ensaios que necessitam de vários passos de incubação sendo os resultados obtidos apenas após 24h-48h, ou mais. Sendo técnicas complexas necessitam de ser efetuadas por técnicos especializados e em ambiente laboratorial controlado.

Os processos Biotecnológicos e todas as técnicas deles decorrentes têm-se mostrado ferramentas importantes e acompanhado este processo evolutivo com inovações que permitem dar respostas essenciais e de forma expedita. Embora o tempo necessário para se obter um resultado em termos de deteção de microrganismos tenha diminuído de vários dias para apenas algumas horas, a necessidade de pessoal altamente qualificado e de equipamentos com pouca portabilidade que permitam efetuar estas análises no local mantém-se.

 

Projeto

O projeto teve como objetivo desenvolver testes rápidos para pesquisa de bactérias patogénicas, com base na tecnologia de deteção de DNA.

A segurança alimentar assume cada vez maior importância nos países desenvolvidos o que leva ao uso de métodos de diagnóstico mais rápidos e com maior sensibilidade.

No que diz respeito aos patogénicos em questão, “Salmonella, Campylobacter e Listeria”, os métodos de diagnóstico existentes actualmente, obrigam ao envio das amostras para um laboratório especializado. As técnicas usadas carecem de infraestruturas relativamente complexas, mão-de-obra especializada e alguns dias para a sua realização e emissão dos resultados o que faz com que estes tenham pouco efeito imediato. Estes factores concorrem também para o elevado custo dos mesmos.

Testes rápidos que possam ser realizados nos locais de produção, com boa sensibilidade e especificidade, serão de extrema importância para a indústria alimentar e entrarão num mercado ainda pouco explorado.

O objectivo deste trabalho consistiu no desenvolvimento de sondas de DNA específicas para Campylobacter jejuni e Campylobacter coli, Salmonella e Listeria monocytogenes e posterior utilização em testes de hibridação. Pretende-se à posteriori o desenvolvimento de testes rápidos de identificação dos patogénicos em questão através da técnica de fluxo lateral que permita a detecção em 30 minutos dos patogénicos mencionados, em várias matrizes e em vários pontos da cadeia alimentar.

 

Apoio

O projeto, promovido pela CONTROVET foi cofinanciado pelo COMPETE - Programa Operacional Fatores de Competitividade no âmbito do Sistema de Incentivos à I&DT (Investigação e Desenvolvimento Tecnológico). O QTest envolve um investimento elegível de cerca de 123 mil euros, correspondendo a um incentivo FEDER de cerca de 74 mil euros.

 

Testemunho

Segundo Ana Henriques, responsável pela equipa do projeto, este projeto só foi possível com o apoio do COMPETE, possibilitando a aquisição de novos conhecimentos na área da Segurança Alimentar.

09/06/2015 , Por Célia Pinto