VinylGreen – Produção de tubos de PVC isento de ftalatos

O projeto VinylGreen - Produção de tubos de PVC isento de ftalatos, pretende desenvolver uma nova gama de plastificante de base natural que serão sintetizados de forma a maximizar o seu efeito plastificante, que permitirá aumentar a biodegradabilidade dos materiais, e encontrar uma solução definitiva que não envolve a utilização compostos tóxicos.

 

Problema

O policloreto de vinilo - PVC é um polímero termoplástico muito usado a nível mundial, de baixo custo e enorme versatilidade, sendo um mercado em franco crescimento.

O PVC pode ser utilizado para diversos fins, tais como:

- Embalamento, material de uso médico, equipamento, cablagem elétrica, indústria automóvel, entre muitos outros.

A exploração comercial do PVC na indústria alimentar deve-se à sua excelente inércia química, baixa toxicidade, transparência, resistência aos processos de esterilização e grande resistência mecânica tornando-o especialmente adequado para aplicação nesta indústria.

Todavia, a versatilidade na utilização do PVC depende largamente da sua combinação com agentes plastificantes que modulam as suas propriedades mecânicas, como o são os ftalatos, amplamente reconhecidos como os mais eficientes. No entanto, apesar de os ftalatos serem compostos altamente eficientes na plastificação do PVC, a sua toxicidade acarreta inúmeros problemas de segurança e limita o tempo útil de vida das formulações, para além de interferirem com o metabolismo humano, sobretudo ao nível reprodutivo e de desenvolvimento celular.

Não obstante, a diferença de eficácia para outros compostos plastificantes é de tal ordem, que a regulamentação avançou nos últimos anos no sentido de permitir a utilização de ftalatos de tamanho molecular cada vez maior, não porque sejam significativamente menos inócuos, mas sim devido à menor migração destes compostos na matriz polimérica de PVC.

Um dos compostos mais utilizados até recentemente foi o DEHP (di-2-etil-hexilftalato), que apresenta uma elevada capacidade de plastificação, mas não resistiu no mercado devido à sua toxidade. O DINP (diisononilftalato) é dos mais utilizados, mas contém um anel aromático na sua estrutura, o que provavelmente, e decorrente da evolução dos estudos sobre a sua toxicidade, venha igualmente a ser banido a curto/médio prazo. Outro ftalato atualmente permitido, e de menor toxicidade, o DINCH (di-isononilciclo-hexano-1,2-dicarboxilato), não aromático, o que pode trazer vantagens ao nível da toxicidade, no entanto, o seu manuseamento é mais complexo do que o dos ftalatos aromáticos e consideravelmente mais caro.

Importa ainda referir que as alternativas ao DEHP identificadas baseiam-se, na sua totalidade, na utilização de produtos de origem fóssil, podendo também eles não resistirem devido à sua toxicidade.

 

Projeto

O projeto VinylGreen é liderado pela Politejo, em parceria com a Componit e o grupo de polímeros da Universidade de Coimbra, visando o desenvolvimento de um novo material plastificante, de base natural e sustentável, para produção de PVC flexível com as características que viabilizem a sua aplicação no mercado alimentar. No final do presente projeto é esperado que o PVC com o novo plastificante seja incorporado na produção de tubos flexíveis destinados especificamente à indústria alimentar.

O conhecimento gerado no âmbito do VinylGreen poderá ser aplicado numa pluralidade de outras áreas como: áreas da saúde e construção, onde os produtos poderão ser utilizados sem qualquer tipo restrição, seja ao nível da segurança seja ao nível ambiental, pois os plastificantes a desenvolver não apresentarão migração.

Outro aspeto essencial que é considerado no projeto corresponde ao facto da solução ser desenvolvida de acordo com os processos atuais de fabrico, o que garantirá a necessária competitividade ao produto final. Neste sentido, o novo material será compatível com as máquinas de injeção e extrusão atualmente existentes no mercado.

 

Equipa

Para a implementação do projeto criou-se um consórcio entre a POLITEJO - INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS S.A. detentora de larga experiência na produção de perfis de PVC; a Componit, que desenvolve formulações inovadoras para PVC desde a sua fundação; e a Universidade de Coimbra, que tem uma vasta experiência em processos sínteses de polímeros e sua aplicação à escala industrial.

O conhecimento que será criado com a execução deste projeto constituirá uma importante mais-valia para a afirmação da Politejo e da Componit como empresas líderes no mercado nacional, e altamente competitivas no quadro internacional, através da introdução de produtos diferenciadores que envolvem a utilização do PVC.

 

Apoio

O projeto VinylGreen foi apoiado pelo COMPETE 2020 no âmbito do I&DT Empresarial (Copromoção), com um Investimento elegível de 2.423 mil euros o que resultou num Incentivo FEDER de 1.463 mil euros.

23/05/2017 , Por Vanda Cardoso Pinheiro