UltraTV: Um ecossistema de TV de nova geração
COMPETE 2020 alavanca investimento da Altice Labs, em parceria com a Universidade de Aveiro e o Instituto de Telecomunicações, para testar modelos de interação e acesso a conteúdos através de novas interfaces gráficas de televisão, assim como proporcionar uma elevada qualidade de experiência ao utilizador na visualização dos conteúdos.
1. Síntese
Em declarações ao COMPETE 2020, Bernardo Cardoso - Diretor de Digital, Internet e Televisão na Altice Labs, Jorge Ferraz de Abreu - Universidade de Aveiro e Susana Sargento - Instituto de Telecomunicações, sintetizam o contributo do projeto UltraTV, bem como a mais-valia da parceria entre aquelas entidades e a importância do apoio do COMPETE 2020.
|
2. Sobre o projeto
O objetivo do projeto UltraTV é desenvolver um ecossistema de aplicações de TV Interativa que permita suportar um serviço de TV com as funcionalidades mais avançadas do mercado. Para tal, propõe testar modelos de interação e acesso a conteúdos através de novas interfaces gráficas de televisão, assim como proporcionar uma elevada qualidade de experiência ao utilizador na visualização dos conteúdos.
Assim, a Altice Labs e os seus parceiros de consórcio, Instituto de Telecomunicações de Aveiro e a Universidade de Aveiro, colaboram no projeto UltraTV de modo a:
> Desenvolver um ecossistema de aplicações de TV Interativa, que permita suportar um serviço de TV com as funcionalidades mais avançadas do mercado, suscetível de servir de base a uma nova geração do MEO;
> Que esse ecossistema seja suportado em normas abertas, como HTML5, JavaScript, MPEG-DASH, e possa ser alvo de desenvolvimentos por qualquer entidade com competências para tal;
> Que sejam suportadas STBs de operador, com o desenvolvimento das respetivas aplicações de suporte, mas também STBs abertas, bem como televisores “inteligentes”, computadores, tablets e telemóveis;
> Que o foco das aplicações seja facilitar o consumo de conteúdos a pedido de uma forma integrada, que vá para além da lógica linear dos alinhamentos tradicionais de canais;
> Que todo o ecossistema use tecnologias de distribuição adaptativa como base para a transmissão de conteúdos para que seja o mais agnóstica possível às condições das redes de comunicação.
Proposta de unificação de fontes de conteúdo audiovisual na televisão
O UltraTV oferece um ambiente de entretenimento personalizado e otimizado para cada utilizador, organizado por perfis. Através de uma interface em mosaico, o projeto Ultra TV propõe o acesso a conteúdos provenientes de várias fontes, nomeadamente da TV (operador MEO) e outras fontes da Internet, tais como vídeos no Youtube, Facebook, Netflix. Todos eles são apresentados de forma unificada, organizados por categorias, e segundo o mesmo modelo de interação.
Apresenta funcionalidades que permitem o controlo sobre o conteúdo visualizado, tais como marcar favoritos, controlos de timeshift (como recomeçar, retroceder, avançar, pausar). Comporta, igualmente, as atuais tendências de visualização seriada (binge watching) com a sugestão e reprodução automatizada de episódios seguintes e a funcionalidade de continuar a ver mais tarde, devidamente armazenados na área “Meu Conteúdo” de cada utilizador.
A existência de diferentes perfis, agregados na mesma box, aliada à apresentação, num mesmo ecrã, de conteúdo sugerido e organizados para cada perfil, faculta uma nova experiência de zapping, totalmente personalizada. Este novo paradigma, além de fomentar a descoberta de novos conteúdos, permite uma escolha mais rápida e informada do conteúdo que se pretende assistir, uma vez que faculta uma pré-visualização do vídeo, antes mesmo de se optar por uma apresentação em ecrã completo.
Um controlo remoto minimalista dá suporte a um modelo de interação focado, sobretudo, nas teclas direcionais. Deste modo, a interface de utilizador remete a atenção exclusivamente para os vídeos dispostos na grelha, abandonado uma organização clássica por números de canais e linha cronológica de programação, em prol de uma abordagem que incorpora os padrões navegacionais de plataformas e players OTT, os quais desempenham hoje uma fatia cada vez maior do consumo audiovisual. Esta agregação de várias fontes no mesmo ecrã do televisor, permite tirar partido não só da possibilidade de dispor mais conteúdos e menus informativos em simultâneo, como também da elevada qualidade de imagem, com os atuais formatos 4K Ultra HD.
Para que os conteúdos sejam visualizados com uma elevada qualidade de experiência para o utilizador, esteja ele em casa, na rua ou num comboio, estão a ser desenvolvidos os mecanismos que permitem a adaptação da entrega de conteúdos à qualidade das redes de comunicação, prevendo as necessidades e a localização dos utilizadores e colocando os conteúdos mais próximo e antes de serem necessários (para que os consumidores possam visualizar os seus conteúdos com a melhor qualidade possível mesmo que em movimento), e que permitem otimizar as condições da rede e o modelo de distribuição de uma forma integrada com a qualidade atualmente esperada.
Todos estes fatores pretendem enriquecer e potenciar a imersividade da experiência de utilização, do ponto de vista da diversidade e da sistematização dos conteúdos disponibilizados, aliada à coerência e continuidade na apresentação e do modelo de interação, sem pôr de parte uma dimensão exploratória que complementa uma proposta assente na recomendação personalizada de conteúdos.
Pretende-se que o UltraTV represente um incremento para futuras soluções de IPTV dirigidas ao mercado de consumo e, em particular, ofereça uma alternativa competitiva e aliciante para as camadas jovens, com um padrão de hábitos de visualização pulverizado por vários dispositivos, geralmente mais apartado do ecrã tradicional da televisão.
3. Apoio do COMPETE 2020
O projeto é cofinanciado pelo COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, na vertente de projetos em co-promoção, envolvendo um investimento elegível de 1.5 milhões de euros, o que resultou num incentivo FEDER de 795 mil euros.
4. Links
01/02/2018 , Por Cátia Silva Pinto
Portugal 2020
COMPETE 2020
Europa