"Ultra-Light Felts" - Nova geração de feltros leves da FEPSA

 

O projeto “Ultra-Light Felts - Nova geração de feltros leves” promovido pela FEPSA, visa o desenvolvimento de uma nova geração de feltros leves com gramagens abaixo dos 80 gramas (referência feltro leve - copa B / aba 8 cm), reforçando as características e os níveis de qualidade, tendo como objetivo atingir as 40/50 gramas.

 

Projeto

O projeto Ultra-Light Felts envolve diversas atividades de Investigação Industrial e de Desenvolvimento Experimental devidamente articuladas, capazes de ultrapassar desafios e incertezas tecnológicas relevantes para que se responda com sucesso ao conjunto de objetivos que se pretendem alcançar.

As tarefas de Investigação Industrial são inerentes à elaboração das especificações técnico-científicas do novo produto (feltro) e decorrem em paralelo às tarefas do novo processo de Desenvolvimento Experimental para a construção de um protótipo de equipamento para ensaios de feltragem com elevada flexibilidade na capacidade de interferência controlada e monitorização detalhada das principais variáveis do processo.

 

O feltro

O feltro é a estrutura têxtil mais antiga produzida pelo homem e consiste num emaranhado robusto de fibras de origem animal, dispostas aleatoriamente, obtidas por compactação - a feltragem. É a morfologia destas fibras, com a presença de escamas na sua superfície, que faz com que este fenómeno possa ocorrer.

A indústria de fabrico de feltros para chapéus assenta no controlo da feltragem que é o ponto determinante para a obtenção do feltro. O processo de fabrico inicia-se com a construção de um feltro em cone de grandes dimensões que encolhe gradualmente ao longo do processo de feltragem, devido à ação progressiva da temperatura e pressão, na presença da humidade de um meio aquoso.

No final do processo de feltragem, o cone encolheu cerca de 75% da sua superfície, aumentando a sua espessura. Esta fase do processo de fabrico, que é também a mais crítica, permite obter uma estrutura tridimensional com propriedades e características que a tornam capaz de responder, de forma eficaz, às operações que se seguem até ao fabrico do chapéu e às exigências da utilização do produto final.

Este processo de feltragem é um processo-chave nesta indústria, determinante para a obtenção de um feltro para chapéu de boa qualidade, revestindo-se de uma enorme complexidade e de difícil controlo.

 

 

A FEPSA é líder mundial no fabrico de feltros para chapéus, é a empresa que melhor domina este fenómeno, conseguindo produzir estruturas tridimensionais com gramagens que variam entre 80 gramas (referência feltro leve - copa B / aba 8 cm) e 250 gramas (referência feltro pesado - tipo cowboy).

Atualmente assiste-se a uma crescente procura, por parte dos principais fabricantes de chapéus de moda, de feltros cada vez mais leves, que permitam também a sua utilização em chapéus de verão, nos climas temperados, substituindo os tradicionais chapéus de palha, menos confortáveis e com limitações estéticas, principalmente ao nível da palete de cores. Por outro lado, fabricar chapéus de feltro muito mais leves, possibilita a sua utilização por parte do público mais jovem, que, tradicionalmente, não usam chapéus.

 

 

A FEPSA, sempre atenta às solicitações do mercado, pretende responder também de forma eficaz a estes novos desafios, fabricando feltros para chapéus significativamente mais leves que o tradicional, com gramagens de 40/50 gramas (referência feltro leve - copa B / aba 8 cm).

Todavia, o evoluir para gramagens abaixo dos 80 gramas, mantendo as características e os níveis de qualidade recomendados, é um processo complexo, só concretizável, se o mesmo processo for repensando, recorrendo a tecnologia avançada, a ser desenvolvida pela FEPSA. Pois, as atuais limitações tecnológicas dos equipamentos de feltragem existentes implicam a utilização de 3 tipos específicos de máquinas de feltrar, comummente apelidadas de multirolos, em função do estádio da feltragem.

Criar uma máquina de feltragem que desenvolva, numa só operação, todo o processo sequencial com mecanismos de controlo adequados e com processos revistos, vai possibilitar a produção de feltros com gramagem muito inferior à atual, atingindo o objetivo de 40/50 gramas por feltro (referência feltro leve -> copa B / aba 8 cm). A aplicação deste processo de feltragem contínuo sequencial ao universo dos feltros fabricados pela empresa, independentemente da sua gramagem, irá permitir melhorar a qualidade da feltragem e, consequentemente obter feltros de melhor qualidade global.

É necessária uma abordagem científica para a resolução do problema existente da feltragem, repensando e desencadeando todo um conjunto de atividades de I&D, que irão culminar na construção de um protótipo à escala real, (dada a impossibilidade de abordar o assunto à escala piloto), que permitirão a realização de testes e ensaios, para o estudo de todo o processo de feltragem, por forma a otimizá-lo.

Este novo sistema permitirá o desenvolvimento de um novo processo de feltragem a aplicar na FEPSA, o que muito contribuirá para a continuidade do sucesso e pioneirismo desta empresa, reforçando a sua posição de liderança no mercado já existente, e conquistando novos segmentos de mercado cujo público-alvo não é um consumidor habitual de chapéus de feltro.

 

Apoio

O projeto Ultra-Light Felts tem como promotor FEPSA - FELTROS PORTUGUESES S.A. e conta com cofinanciamento do Programa COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos I&DT Empresarial - Projetos Individuais, envolvendo um Investimento elegível de 576 mil euros, que resultou num Incentivo FEDER de 254 mil euros.

 

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31/07/2017 , Por Vanda Cardoso Pinheiro