Presidente da PortugalFoods quer divulgar Portugal como país produtor de excelência
Amândio Santos Presidente do Conselho de Administração da Portugalfoods desde 2012 |
|
Como nasceu o projeto PortugalFoods - Projeto Conjunto de Internacionalização? |
A PortugalFoods celebra neste momento o seu 10º aniversário, sendo que a Internacionalização esteve na génese da sua atividade. Em 2011, foi criada a Market Division da PortugalFoods com o objetivo de promover a internacionalização das empresas do setor agroalimentar, através de um suporte ativo, seja na sua capacitação para a internacionalização, seja na identificação de oportunidades através de Business Intelligence. O Projeto Conjunto de Internacionalização foi a ferramenta que a PortugalFoods identificou, desde o primeiro momento, como meio para a concretização da sua missão e que possibilitou organizar um plano anual de ações para promover a competitividade das empresas sob uma marca chapéu, comunicando Portugal como país produtor de excelência, através de uma presença forte e ativa nos mercados internacionais. |
Quantas edições já foram realizadas e quantas empresas envolveram? | A PortugalFoods iniciou a sua atividade de promoção internacional em 2011 e, desde então, submeteu e dinamizou 6 Projetos Conjuntos de Internacionalização que envolveram mais de 255 empresas. Estamos neste momento a executar o 7º Projeto, relativo a 2019/2020 e a preparar um novo projeto para 2020/2021, como resultado da Estratégia de Internacionalização para o setor agroalimentar que a PortugalFoods irá apresentar no final de março e que tem o apoio do Ministério da Agricultura e da Secretaria de Estado da Internacionalização. |
Este modelo tem apresentado resultados efetivos ao nível da concretização dos negócios e aumento efetivo de exportações? | As empresas continuam a apostar neste modelo, através da participação em feiras, missões empresariais, missões inversas, ações promocionais, etc. pois têm tido bons resultados, tanto ao nível de novos contactos, como de negócios concretizados e abertura de novos mercados. De facto, a realidade superou as metas estabelecidas. Em 2011, a estratégia para a promoção externa da indústria agroalimentar apontava para um crescimento anual das exportações na ordem dos 4%; mas o aumento real acabou por ser de 5,5%. Naturalmente que, para a dinâmica alcançada, tem também sido vital o contributo da “diplomacia económica” iniciada em 2011, que viabilizou uma maior aproximação entre empresas e entidades governamentais, para a abertura de mercados externos. |
Ir sozinha ou em conjunto? Quando deve uma PME saber que está preparada para uma abordagem de mercados sozinha, uma vez que no contexto de um projeto conjunto existe um trabalho preparatório feito por vocês? | Seguindo o lema “Sozinhos podemos ir mais rápido, mas juntos chegamos mais longe” ou ainda “sozinhos fazemos coisas pequenas, juntos fazemos grandes coisas”, devemos aproveitar a credibilidade que a marca Portugal já granjeou nos mercados internacionais para em conjunto conquistarmos novos mercados ou reforçar de posições noutros. As empresas só têm a beneficiar de uma marca umbrela forte como a marca PortugalFoods. Naturalmente, que cada empresa tem a sua dimensão e estágios diferentes em termos de exportação. Há empresas que estão a iniciar este processo e têm que aproveitar o trabalho e a experiência da PortugalFoods na preparação das ações e também usufruir das sinergias com outras empresas participantes. No entanto, há também grandes empresas com processos de internacionalização perfeitamente estabelecidos que, em determinados mercados ou tipologia de ações, vêm vantagens em participar com a PortugalFoods. |
Quais são as grandes ambições e os grandes desafios para estes projetos em 2019? | Em 2019 o objetivo é consolidar posições em mercados que têm sido trabalhados de forma contínua, Japão, China, Coreia do Sul, Estados Unidos e alguns países da Europa Ocidental e abordar novos mercados como o Brasil e Países Nórdicos. Seguindo também as tendências de mercado, temos também o desafio de organizar uma participação nacional na 1ª Feira Ibérica de Produtos Biológicos (Organic Food Iberia) da qual fazemos parte do Advisory Board que terá lugar em Madrid em junho deste ano. |
Da vossa experiência quais os fatores de sucesso para uma empresa conquistar clientes e mercados no exterior? | Não basta participar nas ações, a capacitação para os mercados, o conhecimento exaustivo de aspetos político-culturais, económicos, cadeia de distribuição, legislação, aspetos logísticos, análise da concorrência e consumo bem como preços praticados, são alguns dos aspetos essenciais a ter em conta na abordagem eficaz a um mercado de modo a mitigar possíveis constrangimentos e potenciar o sucesso na concretização de negócios. A PortugalFooods também tem vindo a desenvolver, no âmbito do Projeto Conjunto de Internacionalização, vários workshops abordando estes temas e através do seu Observatório de Tendências e Mercados, apoia as empresas a nível de Intelligence. Neste alinhamento está a ser estruturado um Radar de Negócio, que funcionará como uma plataforma agregadora e de fácil acesso, onde será integrada intelligence de mercado, produto, inovação. Ao nível da inovação, ponto igualmente indispensável para competir nos mercados externos, a PortugalFoods tem desenvolvido no seio da rede atividades com as entidades do sistema cientifico e tecnológico nacional, quer na facilitação de projetos I&DT Universidade-Empresa, consórcios mobilizadores, como o projeto MOBFOOD (www.mobfood.pt) e o Laboratório Colaborativo Colab4Food, que alicerça as empresas ai nível da inovação pré-competitiva, tendo sempre como premissa o papel do Cluster enquanto Estratégia de Eficiência Coletiva para o setor. |
Perfil de Amândio Santos
46 anos; Casado; 2 filhas; Formação em Contabilidade e Administração de Empresas pela Universidade de Aveiro. Iniciou a sua vida profissional com 17 anos no setor de Reparação Automóvel (1987-1990); Responsável de Operações na empresa Decoração de Interiores (Aveiro, 1991-199); Director Comercial da Empresa Industrial Ramo das Madeiras (Pombal, 1995-1997); Director Geral da Indústria de Transformação de Ovos – Derovo (Pombal, 1997-2007); Administrador Executivo Derovo SGPS (Pombal 2007-2014); Consejero Delegado da empresa Transformação de Ovos Ovofoods, SL (Asturias – Espanha, 2009-2014); Gerente da empresa de sobremesas Docereina LDA (Pombal 2010-2015); Presidente do Conselho de Administração da Portugalfoods desde 2012; Director da Associação dos Industriais no Conselho de Pombal; Membro dos Órgãos Fundadores de uma IPSS.