Engineering & Tooling from Portugal: A Marca do Cluster
Em entrevista ao COMPETE 2020, o secretário-geral da Cefamol, Manuel Oliveira, comenta que o projeto Engineering & Tooling from Portugal "tem sido o principal e mais visível instrumento da campanha de imagem e promoção internacional da Indústria Portuguesa de Moldes", tendo sido ao longo dos anos "um elemento estratégico e decisivo para a consolidação do posicionamento de destaque da Indústria Portuguesa de Moldes no mercado global, assumindo-se, atualmente, como terceiro produtor europeu e oitavo a nível mundial".
Manuel Oliveira Secretário-geral da Cefamol |
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Como nasceu o projeto Engineering & Tooling from Portugal? |
O projeto “Engineering & Tooling from Portugal” tem sido o principal e mais visível instrumento da campanha de imagem e promoção internacional da Indústria Portuguesa de Moldes. A sua primeira edição foi realizada no período 2004-2006, altura em que também esta denominação se assume como a marca coletiva do sector, demonstrando a capacidade de oferecer ao mercado soluções integradas, que vão do design ao produto final, passando pela conceção, desenvolvimento, prototipagem, produção de moldes e ferramentas especiais.
A partir de 2008, com a definição do Plano Estratégico para a Indústria de Moldes e, posteriormente, a constituição do Cluster Engineering & Tooling, esta foi a denominação assumida em todos os projetos de internacionalização promovidos pela CEFAMOL – Associação Nacional da Indústria de Moldes.
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Quantas edições já foram realizadas e quantas empresas envolveram? | Encontramo-nos na 11ª edição do Projeto “Engineering & Tooling from Portugal”, o qual já envolveu, no seu somatório 438 participações. Muitas destas são de empresas que integraram diversos projetos, atestando o reconhecimento e mais valia que o mesmo apresenta para os participantes, o que fez com que, em várias edições, o projeto tenha tido um nível de realização superior a 100%. |
Este modelo tem apresentado resultados efectivos ao nível da concretização dos negócios e aumento efectivo de exportações? |
A realização destes projetos conjuntos de internacionalização tem sido um elemento estratégico e decisivo para a consolidação do posicionamento de destaque da Indústria Portuguesa de Moldes no mercado global, assumindo-se, atualmente, como terceiro produtor europeu e oitavo a nível mundial.
A concretização de negócios tem sido uma realidade atestada pelos resultados alcançados nesta década (2010-2017), período onde as exportações cresceram 103% e, nos últimos seis anos, bateu, consecutivamente, recordes no valor das mesmas.
4. Ir sozinha ou em conjunto ? Quando deve uma PME saber que está preparada para uma abordagem de mercados sozinha, uma vez que no contexto de um projeto conjunto existe um trabalho preparatório feito por vocês?
Acreditamos no valor das participações coletivas e esta tem sido a estratégia seguida no seio do sector. Tem-se revelado como elemento diferenciador da Indústria Portuguesa de Moldes no mercado, muitas vezes, apontado como modelo a seguir por alguns dos seus principais concorrentes internacionais. Ressalta-se ainda o facto do sector ser maioritariamente composto por PME, com recursos mais limitados para uma intervenção a nível global, assumindo a cooperação e o trabalho conjunto, um papel fundamental para o seu posicionamento e reconhecimento internacional.
Em complemento a estas ações coletivas, as empresas deverão definir a sua estratégia de intervenção individual, reforçando o contacto com potenciais clientes ou relações já existentes. Será esta interação e complementaridade entre ações conjuntas e individuais que as empresas deverão ter em conta na sua intervenção promocional.
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Quais são as grandes ambições e os grandes desafios para estes projetos em 2019? |
Tendo em conta o atual momento de incerteza e de adaptação a uma nova realidade daquele que é, de longe, o maior cliente do sector – a indústria automóvel representa cerca de 80% da produção nacional – e que influencia decisivamente os resultados do nosso sector, será fundamental manter o contacto permanente com as empresas desta área para a identificação de novas oportunidades de negócio. Paralelamente, será estratégico manter a aposta na diversificação de mercados (geográficos e sectoriais), que tem vindo a ser seguida nos últimos anos.
É neste contexto, que, neste ano, os principais desafios para o sector passam pela consolidação do seu posicionamento internacional, gerindo ganhos de internos de competitividade e produtividade que permitam sustentar um arrefecimento do mercado, ao mesmo tempo, que se pretende conquistar novos clientes que permitam minimizar as dependências atualmente existentes. No fundo, manter a trajetória que tem vindo a ser seguida e que tão bom resultado tem apresentado nos últimos anos.
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Da vossa experiência quais os factores de sucesso para uma empresa conquistar clientes e mercados no exterior? |
Uma estratégia de abordagem ao(s) mercado(s) clara, com objetivos e metas bem definidas e um plano de ação coerente com os mesmos, será elemento indispensável para atingir o sucesso. Em complemento, e principalmente para as PME, será muito importante criar parcerias, gerando valor e massa critica que apoie a sua intervenção internacional, nomeadamente na abordagem a novos mercados ou junto de clientes que possam originar maior valor acrescentado. É aqui que as ações coletivas assumem real preponderância.
Nenhuma destas intervenções terá sucesso assinalável, se as empresas não se dotarem de recursos técnicos, humanos e financeiros, que permitam investir, realizar ações contínuas e sistemáticas que garantam conhecimento do mercado e follow-ups adequados às ações promocionais que venham a ser realizadas (feiras, missões, visitas, etc.). Persistência, resiliência e análise critica serão palavras chave.
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Qual a relevância do COMPETE 2020 para esta abordagem conjunta à conquista de mercados? |
O COMPETE 2020 tem sido um instrumento fundamental para que o sector tenha conseguido, ao longo dos últimos anos, fazer uma campanha internacional credível, contínua e consistente, envolvendo um alargado número de empresas e permitindo gerar parcerias, não apenas entre estas, mas também entre associações de diferentes sectores para a realização de ações conjuntas.
Esta intervenção tem apoiado decisivamente as empresas a investir em ações promocionais, a chegar junto de clientes de maior valor acrescentado, a abordar novos mercados. Acreditamos que este apoio foi bem aproveitado e que o retorno do investimento está bem evidenciado no crescimento e investimento do sector, na duplicação das suas exportações ou na criação de mais de 3500 postos de trabalho líquidos ao longo desta década.
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13/02/2019 , Por Cátia Silva Pinto
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