Entrevista a Filipa Fixe, Administradora Executiva da Glintt e responsável do projeto WoW

Resumo do Projeto

Adesivos eletrónicos na epiderme humana (e-skin patches), que recolhem dados fisiológicos e comportamentais serão potencialmente transformadores em saúde digital graças à monitorização sem fios do paciente. Tais adesivos podem ser usados para identificar respostas fisiológicas e emocionais através da aquisição e classificação de diversos dados multimodais.

O projeto WoW propõe uma nova arquitetura centrada numa série de adesivos de biomonitorização para pacientes, incluindo adesivos sem fio, simples e impressos a baixo custo. Nesta arquitetura, as camas hospitalares dos pacientes terão um papel central. Estas serão equipadas com uma unidade inteligente IoT (“Internet das Coisas”), que fará parte de uma infraestrutura de informação e comunicação, interligando vários adesivos de biomonitorização a um Sistema de Informação Hospitalar na outra extremidade.


A Entrevista

Em entrevista ao COMPETE 2020, Filipa Fixe, Administradora Executiva da Glintt conversou sobre o projeto WoW:

Como nasceu o projeto WoW? Quais foram as principais motivações?

O projeto WoW (Wireless biOmonitoring stickers and smart bed architecture: toWards Untethered Patients) liderado pela Glintt em consórcio com o Instituto Superior de Robótica, Universidade de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Universidade de Carnegie Mellon, foi um dos escolhidos para ingressar o programa Go Portugal- Global Science and Technology Partnerships Portugal, pela sua diferenciação e inovação.

O principal desígnio foi o de desenvolver uma solução verdadeiramente impactante e diferenciadora, tanto em ambiente hospitalar como em ambiente domiciliário. A solução a desenvolver tem um grau de inovação muito elevado e permite responder à necessidade crescente de monitorização continua de doentes, com soluções easy-to-use, anytime, anywhere: adesivos de biomonitorização para pacientes, simples e impressos a baixo custo.

O que considera ser o elemento diferenciador no projeto WoW?

O WoW prevê o desenvolvimento e validação de material que permitirá, pela primeira vez, a monitorização de utentes através de adesivos biomonitorizadores, sem fios e de fina espessura, simples e impressos a baixo custo (0.5 a 20€, dependendo da aplicação). Estes adesivos vão permitir uma monitorização contínua e a longo-prazo de dados relativos à fisiologia humana, com uma excelente confiabilidade em termos de adesão à pele e uma excelente qualidade de sinal.

Outro elemento diferenciador (para além da tecnologia operante) é o fator interoperabilidade, ou seja, a ligação entre o adesivo e a cama não se limita apenas à aquisição e transmissão de dados, mas também permitirá a transferência e captação de energia sem fios através de bobines e antenas impressas nos adesivos. Adicionalmente, cada cama representará um nó de IoT que comunicará com o Sistema de Informação Hospitalar – Globalcare-  software proprietário da Glintt. Por fim é de realçar que este é um projeto criado em consórcio com entidades de referência a nível nacional e internacional e com competências complementares para a execução do projeto.

A inovação tecnológica aqui proposta tem por objetivo centrar os cuidados de saúde no cidadão e facilitar a sua monitorização para os profissionais de saúde. Quando a vontade de fazer mais e melhor para o bem estar do cidadão é um elo transversal a várias entidades com o poder para fazer acontecer, então a transformação digital da saúde acontece. E é o que acreditamos ser este projeto!

Quais os resultados concretos esperados no âmbito do projeto?

Queremos com este projeto providenciar a todas as entidades de saúde a possibilidade de conseguirem oferecer um serviço de monitorização mais eficaz, com menor margem de erro clínico e com maior grau de automatização. A aplicação e implementação  de tecnologias emergentes e altamente diferenciadoras vão permitir uma melhor gestão dos cuidados de saúde, com aposta clara na prevenção a custos controlados.

O facto de ser um serviço com interligação de sistemas faz com que toda a comunicação veicule numa infraestrutura de informação mais completa e assertiva, logo com uma maior qualidade aplicacional e de leitura. Para o doente significa melhor qualidade de serviço com uma contínua observação do seu estado clínico e, consequentemente, com maior sentimento de segurança.

 

O Apoio do COMPETE 2020

O projeto conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistemas de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Copromoção, Parcerias Internacionais, envolvendo um investimento elegível de 1,1 milhões de euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 743 mil euros.


Links

Instituto de Systemas e Robótica:

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Universidade de Coimbra:

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Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra:

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01/09/2020 , Por Miguel Freitas
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