SIDENAV: Smart infrastructure for deep sea navigation
Sintese do projeto
O projeto visa a validação e aplicação de uma tecnologia que foi desenvolvida no âmbito do projeto TURTLE (cofinanciado pelo QREN) que possibilita a exploração de recursos biológicos e geológicos (recursos minerais) a grandes profundidades marítimas, quer na coluna de água quer no solo e subsolo sob jurisdição Portuguesa.
O solo e subsolo marinho do Mar Português caracteriza-se por se encontrar em média a uma grande profundidade (aproximadamente 4000 m). Este facto dificulta ou mesmo impede a exploração do solo e subsolo marinho Português, quer através de sistemas autónomos quer através dos sistemas tele-operados. A exploração industrial sustentável destes recursos subaquáticos requer que exista a capacidade de observar o meio, que seja possível transportar sistemas da superfície para o solo marinho e que a navegação de equipamentos seja de elevada exatidão a custos controlados.
O SIDENAV propõe ultrapassar este desafio através da implementação de uma infraestrutura móvel “recolocável” que possa acompanhar o movimento da zona da operação garantindo a localização dos equipamentos e das máquinas industriais na zona (como por exemplo na localização das escavadoras de uma operação de mineração no fundo marinho), bem como fazer a monitorização do impacto da ação da operação.
A entrevista
Entrevistamos Claudia Matos Pinheiro, Presidente do Conselho de Administração da A. Silva Matos Metalomecânica, que nos falou do SIDENAV, um projeto Demonstrador cofinaciado pelo COMPETE 2020:
Como nasceu o projeto SIDENAV? Quais foram as principais motivações?
Após o sucesso do projeto TURTLE (que consistiu no desenvolvimento de um "lander" robótico), houve a necessidade de mostrar que este sistema era apropriado para o estabelecimento de infraestruturas móveis subaquáticas. O projeto demonstrador em questão, teve como principal objetivo a validação do conceito de rede móvel subaquática de apoio à navegação de sistemas autónomos, constituída por pelo menos três pontos recolocáveis (TURTLE I do projeto ID&T em Co-promoção anterior e dois TURTLE II, desenvolvidos no âmbito deste projeto demonstrador). Este sistema de “landers” robóticos permitiu também demonstrar que é possível o estabelecimento de uma rede sensorial distribuída subaquática em profundidades até 1000m de profundidade.
O que considera ser o elemento diferenciador do projeto?
O projeto em questão é diferenciador por ser o primeiro projeto do género a nível nacional que desenvolve uma rede móvel subaquática sensorial e de apoio à navegação recorrendo a "landers" robóticos reposicionáveis.
Quais foram os principais desafios com que se depararam no desenvolvimento do projeto?
Os principais desafios encontrados estão relacionados com os ambientes hostis em que foram feitas as demonstrações. O Oceano Atlântico é um ambiente muito hostil, onde, para além da grande profundidade que verificamos existir a relativamente poucas milhas náuticas de distância de terra, apresenta ondulação e correntes muito fortes, o que torna o processo de colocação no mar do “lander” bem como a sua operacionalidade, um desafio complexo. Todos os desenvolvimentos efetuados tiveram de ter em conta o cenário de aplicação e por si só foi um desafio conseguir desenvolvimentos dos sistemas capazes de operar com pleno sucesso nestas condições.
De entre os resultados alcançados, há algum que gostaria de destacar?
O destaque deve ser dado ao resultado final, que permite hoje a existência de tecnologia portuguesa consolidada e que possibilita, por sua vez, que robots desenvolvidos em Portugal possam endereçar/assegurar operações (complexas/desafiantes) no deep-sea.
O Apoio do COMPETE 2020
O projeto é promovido pela A. SILVA MATOS - Metalomecânica SA em copromoção com o INESC TEC, o ISEP – Instituto Superior de Engenharia do Porto, o CINAV – Centro de Investigação Naval e o IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera e conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica (I&DT Empresarial) na vertente de projetos Demonstradores em Co-promoção, envolvendo um investimento elegível de 1,3 milhões de euros o que resultou num incentivo FEDER de 738 mil euros.