Inquérito sobre a literacia financeira de empresários de micro e pequenas empresas e os desafios da covid-19 em Portugal 2021
Em julho de 2022 foi publicado o relatório que analisa os resultados do 1º Inquérito à Literacia Financeira dos empresários de micro e pequenas empresas em Portugal, com menos de 50 trabalhadores. O inquérito integrou o primeiro exercício de comparação internacional da literacia financeira destes empresários, promovido pela presidência italiana do G20 no âmbito da Global Partnership for Financial Inclusion, com base no questionário desenvolvido pela International Network on Financial Education (INFE) da OCDE. O exercício contou com a participação de 14 países, nove pertencentes ao G20 e cinco não pertencentes ao G20. Com este estudo, o G20 e a OCDE/INFE tiveram como objetivo avaliar a literacia financeira dos empresários e o nível de digitalização das suas empresas, aproveitando também a oportunidade para medir o impacto da pandemia de COVID-19.
Em Portugal, este inquérito foi realizado online em julho e agosto de 2021 junto de uma amostra de 1541 empresas.
No exercício de comparação internacional deste estudo, Portugal ficou em 1º lugar no indicador global de literacia financeira, nas empresas até nove trabalhadores, e em 2º lugar, nas empresas entre 10 e 49 trabalhadores, tendo apresentado uma posição favorável nos indicadores de atitudes, comportamentos e conhecimentos financeiros.
O estudo revelou que a generalidade das empresas inquiridas tem uma conta bancária própria e cerca de metade tem seguro de responsabilidade civil sendo que cerca de 41% dizem conhecer o financiamento através do mercado de capitais. Quase dois terços conhece as linhas de crédito protocoladas com o Estado e mais de um quarto (26,3%) contrata este tipo de crédito.
No que diz respeito à gestão e planeamento das finanças da empresa, mais de metade dos inquiridos (54,8%) recorre a contabilistas e mais de um terço a intermediários financeiros (38,8%) para ajuda na tomada de decisões financeiras, sobretudo relacionadas com contabilidade e impostos. A generalidade dos empresários dispõe de meios apropriados (seguros, fundos próprios, dinheiro reservado para emergências) para lidar com imprevistos como o roubo de equipamento.
De acordo com o inquérito, a pandemia de COVID-19 teve um impacto global negativo em cerca de metade das empresas inquiridas, nomeadamente na diminuição dos lucros, no volume de negócios e na liquidez. Quase dois terços recorreram a medidas de apoio público.
(Fonte: O Portal Todos Contam do Plano Nacional de Formação Financeira)
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