Dry2Value – O estudo e desenvolvimento de um sistema de secagem para a valorização de lamas
Entrevistámos Pedro Veríssimo, administrador da HRV – Equipamentos de Processos, S.A e responsável do Dry2Value, que nos falou dos resultados esperados e principais desafios projeto bem como do contributo dos Fundos da União Europeia.
Enquadramento
O Dry2Value centra-se no desenvolvimento e construção de um sistema protótipo de secagem de lamas, capaz de diminuir drasticamente o teor de humidade, até cerca de 20% se a aplicação for para fins agrícolas, ou até 10% se a opção for a valorização energética.
O sistema de secagem a desenvolver será cerca de 30% mais económico em termos de custo de investimento, e terá ainda a vantagem de utilizar de modo flexível, energias renováveis (biomassa, lamas secas, biogás e outros gases quentes eventualmente disponíveis no processo industrial).
Este projeto está alinhado com o desenvolvimento sustentável atualmente preconizado pelas políticas nacionais e europeias, no sentido que minimiza os impactes ambientais negativos, contribuindo para a economia circular e de baixo carbono.
O projeto é realizado por um consórcio composto pela HRV – Equipamentos de Processos, S.A. (promotor líder), a Lena Ambiente, S.A. e a Universidade de Coimbra.
A Entrevista
O que considera ser o elemento diferenciador no projeto Dry2Value? | O elemento diferenciador no Projeto Dry2Value materializa-se nas caraterísticas inovadoras da solução que estamos a desenvolver e nos resultados que esperamos obter. |
Quais os resultados concretos esperados no âmbito do projeto? |
Os resultados que esperamos obter são vários, nomeadamente: - Reduzir o custo de investimento na construção do sistema protótipo de secagem de lamas e obter custo zero na operacionalidade, no que se refere à produção de energia para a secagem; - Dispor de fonte de energia a custo zero ou baixo custo para assegurar a secagem de lamas em contínuo; - Incorporar nas lamas outros resíduos que melhorem o processo de secagem e permitam corrigir parâmetros que favoreçam as características das lamas para servir de corretoras de solos agrícolas; - Fazer com que as lamas atinjam um grau de humidade que favoreça a uniformidade dos grânulos, mantendo um poder calorífico suficientemente elevado para que constituam uma alternativa com combustível do próprio secador ou como fonte de energia de outros equipamentos térmicos baseados na combustão. |
Quais são os principais desafios com que se estão a deparar no desenvolvimento do projeto? |
Todos estes pontos constituem enormes desafios, mas, atualmente, estamos a testar a pirólise de biomassa para obter carvão ativado, com propriedades para depurar as águas da ETAR e, aproveitar os gases de síntese da pirólise para a produção de energia para o secador. É nossa convicção que o avanço científico que pretendemos construir a partir deste projeto, dará um contributo decisivo a várias indústrias, não só às que beneficiarão da tecnologia em si (resíduos, pasta e papel, têxtil, agroalimentar, indústria química, etc.), mas também à indústria de máquinas e equipamentos (setor onde a HRV se posiciona), objetivando um desenvolvimento cada vez mais sustentável, minimizando os impactos ambientais e contribuindo inequivocamente para a Economia Circular. |
Qual tem sido o contributo dos Fundos da União Europeia para o desenvolvimento deste projeto? |
Para o Consórcio (HRV, BIOSMART e Universidade de Coimbra), o contributo dos Fundos da União Europeia reveste particular importância na medida em que veio permitir avançar com um projeto desta natureza e com esta dimensão. A sua importância ultrapassa o apoio concedido em termos financeiros, dada a intensificação que produz ao nível do valor estratégico das atividades de I&D, gerando valor e criando competências internas numa área emergente e cada vez mais importante do desenvolvimento económico mundial. |
O Apoio do COMPETE 2020
O projeto da Dry2Value conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistemas de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Copromoção, envolvendo um investimento elegível de 1,5 milhões de euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 850 mil euros.
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