DSGRID: Digital Systems Technology for Next Generation Grid Automation

O Testemunho de Rogério Dias Paulo, responsável pelo projeto DSGrid, co-financiado pelo COMPETE 2020:

 Rogério Dias Paulo | Responsável pelo Projeto DSGrid
 

“No DSGrid desenvolvemos know-how e produtos de terceira geração para automação de redes elétricas, colocando a Efacec no grupo restrito de fabricantes mundiais de tecnologia para subestações digitais. Estas soluções acrescentam agilidade à infraestrutura de energia para que seja adaptável aos desafios técnicos de flexibilidade na transição energética. Em simultâneo, melhoram a disponibilidade e a qualidade de serviço de ativos críticos do sistema elétrico, contribuem em matéria de otimização de custos totais de operação e reduzem os lead times. As soluções de terceira geração apresentam ainda uma redução expressiva na necessidade de emprego de materiais, com um impacto direto em termos de sustentabilidade.

O projeto em particular permitiu desenvolver produtos, validação laboratorial e em contexto industrial, resultando no primeiro piloto industrial de soluções de terceira geração em Portugal. Hoje temos já contratos de fornecimento em clientes de referência na Europa Ocidental, na Rússia e na América Latina. Temos a capacidade de otimizar a operação de sistemas de energia em qualquer país do Mundo. Criamos valor através destes projetos e, em seguida, capturamos esse valor em mercado.

A aceleração decorrente de projetos com outputs de TRL elevado, que congregam conhecimento de ENESII, outros parceiros tecnológicos e utilizadores finais, permite-nos chegar ao mercado de forma sólida e atempada. Constituem ainda uma alavanca de financiamento e um mecanismo de colaboração que permite consolidar o ecossistema de parceiros tecnológicos, hoje um dos grandes fatores de competitividade de empresas tecnológicas. Este modelo de estímulo ao ecossistema tem um track record de resultados muito interessante, e é hoje um dos pilares de suporte à nossa estratégia de inovação de longo prazo. Estamos, por isso, agora a investir na orquestração de agendas de inovação com uma dimensão sem precedentes, no contexto do PRR.”  

 

Enquadramento

Para as Unidades de Processamento Energético (EPU) que operam redes de transmissão (TSO) ou de distribuição (DSO) a aplicação de dispositivos eletrónicos inteligentes de proteção e controlo tem sido uma tendência da última década. Esta evolução tem caracterizado a implantação de redes inteligentes desde a muito-alta tensão (MAT) até à média tensão (MT) consolidando uma tipologia de redes de transmissão e distribuição (SAS) de 2ª geração, hoje considerada convencional, que inclui a digitalização dos relés de proteção (previamente não-digitais na primeira geração de sistemas) e interligações intra-SAS ao nível de painel/instalação.

As arquiteturas atuais caracterizam-se também pelo enfoque funcional primário na proteção, automação e controlo (PAC), interface ao processo do tipo analógico cablado com extensões muito significativas de cabos e sistemas de eletrificação associados, múltiplos barramentos de dados, soluções de gestão técnica limitadas e processos de engenharia estabelecidos há cerca de duas décadas. Com tecnologia apropriada à digitalização completa da subestação estes elementos poderão ser substituídos por uma única infraestrutura de comunicações de tempo-real e elevada performance, alargada à totalidade da subestação desde o parque até à sala de comando, abrangendo os três níveis funcionais (processo, painel e instalação).

 

 

O Projeto

Num quadro de redes de transmissão e distribuição mais inteligentes o projeto DSGrid gera novo conhecimento, novos produtos e novas competências para o estabelecimento de uma terceira geração de sistemas de automação de subestações e infraestruturas similares.

Esta tipologia de sistemas inteiramente digitais caracteriza-se pela integração de redes e substituição dos subsistemas analógicos de sinalização por comunicações de tempo-real e eletrónica, transformando a subestação numa plataforma integrada avançada de automação, controlo, proteção, monitorização e informação desde o processo até às interfaces remotas de supervisão e manutenção/gestão. As vantagens incluem a simplificação de instalações e processos, a flexibilidade e expansibilidade, interoperabilidade, desempenho e fiabilidade e segurança de operação.

O DSGrid é um projeto pluridisciplinar que congrega conhecimentos das áreas de (i) energia elétrica, (ii) automação e proteção, (iii) comunicações, (iv) sistemas de tempo real, (v) sistemas embebidos, (vi) cibersegurança e (vii) tecnologias de informação e software, aportados pelo promotor, a Efacec Energia.

Enquadrado numa estratégia de crescimento e afirmação internacional do promotor, enquanto player de referência no desenvolvimento de tecnologia e produtos no domínio da automação de sistemas de energia, contribui para dar resposta aos desafios globais de eficiência energética, qualidade de fornecimento de energia e otimização operacional das redes e sistemas.

Subestação de Medio Mundo (subestação digital da ENEL Peru), a primeira subestação digital
com tecnologia Efacec instalada na América Latina.

Os resultados do projeto têm ainda aplicação a domínios como a cibersegurança de infraestruturas críticas “ciberfísicas” e outros grupos funcionais da Smart Grid (GMS, WAMS, WAMPAC, Automação de feeders, Qualidade de Energia, DER).

O Apoio do COMPETE 2020

O projeto é promovido pela Efacec Energia e conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito dos Sistemas de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, envolvendo um investimento elegível de 1,6 milhões de euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 923 mil euros.

16/02/2023 , Por Miguel Freitas
Portugal 2020
COMPETE 2020
Europa