AlgaPhlor: Florotaninos de algas castanhas: da biodisponibilidade ao desenvolvimento de novos alimentos funcionais

Em conversa com o COMPETE 2020, Susana Cardoso, responsável pelo AlgaPhlor, falou deste projeto que " [n]a sua essência,... pretende alargar o conhecimento sobre potenciais benefícios das algas castanhas."

 

    
Susana Cardoso | Responsável pelo AlgaPhlor
 

Este projeto só foi possível com o apoio do COMPETE 2020, que permitiu garantir os meios materiais e os recursos humanos imprescindíveis à sua bem-sucedida implementação.

Enquadramento

A crescente preocupação do consumidor com os hábitos alimentares, as mudanças da perspetiva perante os produtos orgânicos e o consumo de produtos ambientalmente sustentáveis tem levado a que milhões de pessoas optem por um estilo de vida mais saudável, originando uma mudança nos seus gostos e preferências. Esta mudança de paradigma tem levado e uma maior apetência e procura por produtos de origem vegetal, esperando-se um crescimento continuado e sustentado deste mercado nos próximos anos.

Neste contexto, as macroalgas marinhas surgem como o superalimento do futuro devido à sua composição rica e equilibrada em nutrientes e compostos bioativos. De entre os compostos bioativos das algas, os florotaninos ie, compostos fenólicos exclusivos das algas castanhas, têm sido associados a múltiplos benefícios para a saúde, incluindo antioxidante, anti-inflamatório, antibacteriano, anticancerígeno e antidiabético. Contudo, ainda há um longo caminho a percorrer para a compreensão completa dos seus impactos na saúde. 

Em particular, no âmbito da sua exploração como ingredientes para alimentos funcionais e/ou suplementos alimentares, é necessário dar resposta a uma questão fulcral: serão os florotaninos biodisponíveis? De facto, este é um fator chave que determina a sua bioeficácia, mas que permanece praticamente desconhecido. 

O Projeto

Na sua essência, este projeto pretende alargar o conhecimento sobre potenciais benefícios das algas castanhas, através da elucidação dos processos de metabolização de compostos bioativos que elas contêm, os florotaninos, contemplado ainda o desenvolvimento de vários produtos alimentares enriquecidos com o ingrediente funcional “macroalgas” e que sejam aceites pelos consumidores, de forma que possam no futuro vir a ser alvo de interesse para inserção no mercado.

Tendo em consideração a diversidade de classes de florotaninos existentes, foram selecionadas várias macroalgas com impacto na cultura portuguesa e europeia, designadamente a Fucus vesiculosus, Sargassum spp, Laminaria digitata e Himanthalia elongata. De entre os marcos a alcançar, destacam-se a elucidação de 1) estrutura de florotaninos nas macroalgas; 2) estabilidade dos florotaninos ao longo do trato digestivo; 3) extensão da metabolização dos florotaninos pela flora microbiana intestinal e identificação dos principais metabolitos formados; 4) absorção/assimilação de florotaninos nativos e metabolitos ao nível intestinal; 5) farmacocinética e perfil de distribuição corporal de florotaninos nativos e dos seus metabolitos; 6) capacidades antioxidantes e anti-inflamatórias dos florotaninos; 7) formulação de novos produtos alimentares contendo o macroalga castanhas como ingredientes funcionais; 8) a biodisponibilidade de florotaninos em matrizes alimentares ricas em proteínas e fibras.

O Apoio do COMPETE 2020

O projeto é promovido pela Universidade de Aveiro e cofinanciado pelo COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica, envolvendo um investimento elegível de 235 mil euros, que resultou num incentivo FEDER de aproximadamente 199 mil euros.

LINKS

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11/04/2022 , Por Miguel Freitas
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