NANUM - luvas de exame em nitrilo, sem pó, com deteção de nano furos para o combate à COVID-19.

O projeto NANUM visa reforçar as capacidades da Raclac de produção de bens destinados a combater a pandemia da COVID -19. Quer através de um novo método de produção de luvas de exame em nitrilo, sem pó, com deteção de nano furos quer do reforço da sua capacidade produtiva, prevendo suprir as crescentes necessidades de diferentes tipos de equipamento de proteção.

A Raclac assumiu um compromisso muito rigoroso: das luvas fabricadas na nossa unidade produtiva, garantimos uma inspecção rigorosa a 100%. Isto significa que, com concepção da nossa equipa de engenharia um conjunto de máquinas que acompanham a cadência produtiva e analisam todas as luvas fabricadas. O objectivo é conseguir identificar Nanofuros caso existam. E, se estes existirem, serão removidas de forma automática.

Nas unidades de saúde, um Nanofuro representa um perigo. A sua atempada identificação (e a correspondente eliminação das luvas afectadas) é a chave da segurança que faltava e que a Raclac consegue hoje disponibilizar ao mercado.

No quadro da pandemia que vivemos, a Raclac contou desde muito cedo com a colaboração do Compete que se revelou não só uma entidade financiadora. Antes se assumiu como um parceiro que visualizou rapidamente o alcance muito vasto dos resultados do projecto NANUM.

O projecto representou a antecipação de um investimento muito significativo por parte da Raclac. O apoio a conceder no âmbito das iniciativas para minorar os efeitos do COVID-19 deverá ser de 2 milhões, representando um auxílio indispensável. Podemos mesmo dizer que o Compete completou este círculo virtuoso. Como CEO da Raclac, aqui estou a garantir que o projecto NANUM é uma realidade.”

Enquadramento

Reconhecendo as necessidades provocadas pelo surto pandémico do COVID-19, a Raclac, S.A. procurou adaptar-se às novas circunstâncias e prestar a melhor resposta possível atendendo ao panorama nacional e internacional.

A Raclac centra a sua atividade na conceção e comercialização de dispositivos médicos descartáveis, estéreis e não estéreis, e outros produtos descartáveis para as áreas da saúde, indústria e estética.

No sentido de preparar a melhor resposta à pandemia, a empresa encetou uma estratégia de aceleração de alguns investimentos, que lhe permitisse suprir as necessidades evidenciadas no mercado dada a atual situação do combate ao COVID-19.

O Projeto

Sob este prisma, a Raclac optou por antecipar o investimento destinado à implementação de um novo método de fabrico de luvas de exame em nitrilo sem pó com deteção de nano furos. O sistema de deteção de nano furos vem assegurar a eliminação da contaminação dos profissionais de saúde, garantia e segurança estas, de acordo com a Raclac, não encontradas atualmente nas luvas de exame existentes no mercado a nível mundial (fabricadas na Ásia) não sendo este nível de rigor praticado por qualquer outro player neste ramo de atividade.

Importa destacar a relevância do fornecimento de produtos devidamente certificados e que garantam indiscutivelmente a segurança dos seus utilizadores, sob pena de induzirmos a “falsa sensação de segurança” aos utilizadores destes equipamentos. Através da existência de um nano furo numa luva, a barreira de proteção da mesma contra microrganismos encontra-se nula: 1 nano furo com consequente contaminação poderá significar 1 morte!

O sistema implementado pela Raclac, ao aumentar o rigor de análise na deteção de nano furos, já aumenta a montante o rigor durante o processo produtivo para a máxima redução da taxa de luvas com nano furos, conferindo grau de proteção máxima para o utilizador final.

As luvas de nitrilo sem pó fabricadas pela Raclac são produzidas em ambiente controlado; 100% das luvas fabricadas são inspecionadas, contrariamente à inspeção por amostragem realizada por outros produtores, sendo as luvas não conformes automaticamente eliminadas durante a inspeção; o sistema de packaging permite manter as características do ambiente controlado até ao momento de utilização, não sendo contaminadas pelo ambiente circundante da fábrica; as luvas são perfeitamente orientadas no interior da embalagem, com o punho no sentido da abertura da embalagem, (para que possam ser retiradas pelo punho, mantendo a mesma filosofia da não contaminação, uma vez que, o punho é o local da luva de menor risco, uma vez que são os dedos e a palma que contactam com o procedimento), permitindo retirar luva a luva; e, apresentam ainda um AQL de 0,1 (Acceptance Quality Limit - sendo tanto melhor quanto menor o seu valor). A embalagem inovadora criada, estanque ao meio circundante permite manter inertes todas as características das luvas, e podendo ser descontaminada com agentes desinfetantes líquidos.

Para conseguir isto, a empresa terá que adaptar equipamentos que já possui, como o Sistema de Descalçar Automático, criar circuitos intermédios e adquirir novos equipamentos como o Sistema de Insuflação de Luvas, Pré-Beading, Pré-Descalçar, Limpeza Total, Reposição de Luvas, todos eles fundamentais para a deteção dos nanofuros.

Complementarmente, para dar resposta à situação epidemiológica provocada pelo coronavírus SARS-CoV -2 e da doença COVID -19, a Raclac antecipou investimentos que lhe permitem aumentar a capacidade produtiva. O aumento da procura de equipamentos e dispositivos médicos de proteção individual eclodiu exponencialmente, quer em termos de quantidade quer em termos de rapidez de fornecimento.

Neste âmbito, foi fundamental para a empresa proceder a algumas alterações nas infraestruturas como o redimensionamento das chaminés para reforço do funcionamento dos fornos, adaptação do grupo de bombagem (bombas de água e compounding, programação, tinas e reservatórios, etc.) e ramal de abastecimento para reaproveitamento de água sem interrupção do processo produtivo, ou seja, com aumento da capacidade de produção real, e ainda reforço da estrutura de ITED (Infraestruturas de telecomunicações em edifícios) e do hardware informático.

O Apoio do COMPETE 2020

O projeto NANUM é promovido pela Raclac, S.A e cofinanciado pelo COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos à Inovação Produtiva, na vertente COVID-19, envolvendo um investimento elegível de 3 milhões de euros, o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 2 milhões de euros.