Reinventar o Grande Hotel Lisboa

No âmbito deste projeto apoiado pelo COMPETE 2020, o Grande Hotel Lisboa sofrerá uma alteração radical da sua estratégia e internalizará diversas novas valências turísticas. Além da renovação do seu Hotel, terá um complexo Termal Geotérmico composto por piscinas interiores e exteriores, Spa e Ginásios, percursos botânicos e parque para crianças.

Enquadramento

Os grandes problemas do sector das termas em Portugal há mais de 20 anos são:

- A associação por parte do público a serviços de tratamento de doenças, ou seja o Turismo de Saúde, o que implica uma restrição dos hóspedes a uma faixa etária muito alta, acima dos 70 anos;

- O tempo médio de estadia deste público tem diminuído consideravelmente e constantemente, o que tem um impacto negativo no volume de negócios do sector;

- Existe uma forte dependência no mercado interno, sendo que o sector não chega sequer a ter 10% de hóspedes estrangeiros;

Estando em consonância com este perfil traçado, atualmente, o target do Grande Hotel Lisboa centra-se no mercado de Turismo de Saúde, ligado à cura e tratamento de doenças. Isto deve-se sobretudo á elevada proximidade às Termas de São Pedro do Sul, termas essas consideradas as maiores da Península Ibérica com reconhecidos fins terapêuticos e á inexistência de oferta complementar e atividades que consigam captar outros públicos.

O Projeto

Atualmente, a taxa de hóspedes estrangeiros do GHL é diminuta, estando o hotel fortemente dependente do mercado interno. Contudo, com este projeto, que apresenta um investimento para criar todo um conjunto de infraestruturas diferenciadoras e espetaculares, tem um potencial enorme para despertar a atenção internacional, captando assim, sobretudo o mercado Europeu.

O conceito a desenvolver neste projeto, resulta de estudos de benchmarking com outros locais termais da Europa, nomeadamente Suíça, Escandinávia e França, visando o desenvolvimento de um projeto assente em estratégias de sucesso de outros estabelecimentos turístico-termais, inspirando-se e adaptando-se aos seus principais fatores críticos para o sucesso.

Assim, a estratégia deste projeto passa pelo alargamento da oferta disponível para o hóspede quer em infraestruturas quer em atividades, nomeadamente:

- Saúde (existente) e Bem-Estar (novo);

- Turismo de Natureza;

- Touring Cultural e Paisagístico.

A transformação do Grande Hotel Lisboa a implementar pelo projeto pode ser dividido em três grandes partes, nomeadamente:

  1. A recuperação/reabilitação interior e exterior do Palácio de 1920 que é o Hotel Grande Lisboa, mantendo o aspeto exterior e sua estrutura original. Este Palácio tem uma decoração neoclássica com alguns apontamentos de luxo e é situado nas margens do Rio Vouga;
  2. A requalificação paisagística da paisagem traseira do Hotel, criando um Jardim Botânico de espécies autóctones de montanha e rio, sensorial e medicinal - atualmente, os espaços circundantes das traseiras do GHL são compostos por uma encosta granítica com alguma florestação rasteira. Com a requalificação paisagística que se pretende implementar, procurar-se-á proporcionar ao hóspede uma vista temática, botânica, com sensações inspiradoras, com pormenores enquadrantes da região, como as Aldeias Históricas e Típicas de Xisto;
  3. O desenvolvimento de um novo complexo com Piscinas Geotermicas, SPA Termal e Ginásio. Esta é a parte nova do GHL que mudará totalmente o seu conceito atual e mesmo a nível de instâncias termais, fazendo deste o maior da Península Ibérica. Com uma localização fantástica, graças à confrontação com o Rio Vouga, pretende-se que este espaço vá muito além do que o complemento ao hotel, apresentando-se como uma proposta vanguardista e dinamizadora, com diretrizes muito específicas, assentes em bases botânicas, conceitos de geotermia e outras energias renováveis de apoio à sua utilização, capazes de promover não só uma mais-valia para o empreendimento, como uma melhoria da identidade local e seu envolvente.

Assim, a estratégia do GHL com este projeto altera-se completamente, capacitando-se de infraestruturas e elementos capazes de dinamizar o seu público uma vez que dará resposta às necessidades de todas as faixas etárias, sejam, casais jovens com filhos pequenos, casais de 40 a 50 anos com filhos adolescentes ou seniores com os seus netos. Estes poderão sempre usufruir das ofertas do Hotel sem se preocuparem com as crianças pois este estabelecimento oferecerá uma equipa de profissionais que desenvolverá atividades dentro das infraestruturas existentes, deixando os adultos a relaxar e usufruir de toda a envolvente disponível pelo hotel.

Carlo Matos, responsável do projeto destaca a importância do COMPETE 2020 para o sucesso do projeto,

"Certamente que a grande mais valia que se espera deste projecto apoiado pelo COMPETE 2020, é o aumento significativo da potencialidade económica do Grande Hotel Lisboa, pois trata-se de uma unidade de grandes recursos hoteleiros e humanos, sendo certo que a sua potencialidade e dinâmica ficará altamente fortalecida. Assim como a região ganhará um investimento que será ímpar no concelho, e mesmo a nível nacional, pois este projecto foi minuciosamente estudado de forma a que fossem  aproveitados todos os recursos naturais da região, sem descurar o enquadramento arquitectónico e paisagístico. Este contributo do programa foi particularmente relevante para a execução da obra, pois sem o mesmo esta realidade não se tornaria possível, sendo de enaltecer a importância  deste tipo de apoios, pois é com eles que o pais se torna cada vez mais rico."

O Apoio do COMPETE 2020

O projeto conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos à Inovação, envolvendo um investimento elegível de 6,2 milhões de euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 3,7 milhões de euros.

08/01/2019 , Por Miguel Freitas
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