Portugal Sou Eu, aposta em parcerias para apoiar a produção nacional
Enquadramento
O Programa Portugal Sou Eu visa a dinamização e valorização da oferta de produtos e serviços portugueses com forte incorporação nacional, ou seja, valor acrescentado nacional e a promoção de um consumo informado, através de uma marca ativa e identitária da produção nacional, nomeadamente o Selo Portugal Sou Eu.
Com isto, o Portugal Sou Eu procura estimular a produção nacional e fomentar o consumo esclarecido de produtos e serviços, com o contributo fundamental das empresas aderentes, que contribuem ativamente para acrescentar valor à economia nacional e gerar emprego.
O Programa tem como objetivo principal garantir o envolvimento de toda a sociedade portuguesa no desígnio de promover a dinamização e valorização da oferta com elevada incorporação nacional, como forma de aumentar a competitividade e a criação de emprego nas empresas portuguesas, em particular nas PME.
Face à atual situação muito dificil das empresas portuguesas provocado pela pandemia do COVID-19, o Portugal Sou Eu não perdeu tempo a reagir, apostando em soluções digitais para facilitar novos canais de comercialização e distribuição para as empresas aderentes, bem como preparando campanhas de comunicação sensibilizando para o impacto que a opção por produtos nacionais terá na recuperação económica.
A Entrevista
Entrevistamos Branca Pereira, Gestora do Projeto, que nos falou do Programa Portugal Sou Eu e da forma como estão a reagir para mitigar os efeitos nas empresas da crise provocada pela pandemia do COVID-19. |
Como é que o projeto deu resposta às empresas facilitando a sua relação com plataformas digitais de venda? |
Em março passado o Programa Portugal Sou Eu, estabeleceu uma parceria com a DOTT, um shopping online que opera em modelo marketplace puro, para a entrada de produtos com selo “Portugal Sou Eu”, em condições especiais e, quando tivermos massa critica, a criação mesmo de uma página dentro do DOTT dedicada ao Portugal Sou Eu, com o objetivo de substituir ou reforçar os canais comerciais das empresas aderentes. É uma forma de ajudar a mitigar o efeito desta crise, principalmente para as empresas que só vendiam no canal físico, mas também um reforço para aquelas que já vendiam online. Entretanto, para darmos resposta ao pequeno comércio, estamos em contacto com uma empresa que vai lançar uma plataforma no próximo dia 20 de abril, de encontro entre a oferta e a procura, numa lógica local, de proximidade, com uma adesão e funcionamento muito simples, totalmente gratuita. Chama-se #EVARISTOtenscadisto.pt, apelando ao nosso imaginário do filme “Pátio das Cantigas”. |
Como é que o projeto facilita o acesso aos canais de distribuição? |
Temos que distinguir aqui o setor agroalimentar e os restantes setores, pois quanto ao primeiro, há manutenção, com algumas restrições é certo, dos canais tradicionais de distribuição, enquanto para os outros setores há uma paralisia acentuada dos canais de distribuição. O nosso trabalho tem sido identificar plataformas onde vendedor e comprador possam estabelecer contacto, que deem garantias de continuidade, pois sabemos que o canal online veio para ficar, fará necessariamente parte de um novo normal, pos-covid, e divulga-las junto dos nossos aderentes. Mas a missão do Portugal Sou Eu é garantir ao consumidor, através da atribuição do selo Portugal Sou Eu a produtos e serviços e atribuição de estatuto de Estabelecimento Aderente a estabelecimentos comerciais, que a sua opção de compra terá um impacto positivo na economia e no emprego nacionais. Paralelamente e em complemento lançar campanhas de comunicação que lhe deem expressão e visibilidade. Desta feita o Programa Portugal Sou Eu está a preparar uma campanha de comunicação, enquadrada no contexto atual, sensibilizando para o impacto que a opção por produtos nacionais terá na recuperação económica, bem como evidenciando os produtos perecíveis que necessitam de escoamento a curto prazo. |
Finalmente, como todos podemos fazer a diferença comprando português? |
O Portugal Sou Eu é um programa transversal, que não se restringe ao agroalimentar. Portugal importa grande parte das matérias-primas que consome, até em alguns subsetores do agroalimentar. Neste contexto, o selo Portugal Sou Eu garante que os produtos que ostentam o seu selo, têm elevado índice de incorporação nacional, provenientes de empresas que acrescentam valor em Portugal, que criam emprego. O objetivo de promover um consumo informado é isso mesmo, permitir ao consumidor, nos seus atos de compra, uma escolha informada, ou seja, que a escolha de um produto com elevado índice de incorporação nacional tem necessariamente um impacto na economia nacional diferente, do que se escolher um produto importado. Um estudo realizado pela EY/AMA sobre a sustentabilidade futura do programa simulou um cenário de choque de substituição de importações em 10€ por mês pelo consumidor entre os 25 e 64 anos, estimando um aumento do PIB em 0,3%. É essa informação que o selo Portugal Sou Eu garante. O selo Portugal Sou Eu é a única marcação que garante que o produto tem um elevado índice de incorporação nacional e a sua preferência pelo consumidor tem um impacto positivo na economia nacional, designadamente no emprego. Na avaliação da notoriedade do Selo “Portugal Sou Eu”, realizada regularmente, tendo como base os hábitos de compra dos consumidores portugueses em relação à origem dos produtos, o estudo realizado mostrou que 84,5% dos consumidores procuram a origem do produto, para a maior parte dos produtos ou para algumas categorias de produtos. Destes, 76% procura a indicação da origem do produto ou um selo e 85,9% refere a necessidade de existir um selo que identifique que o produto é português. Consideramos, portanto, que o selo Portugal Sou Eu responde à necessidade que os consumidores sentem de informação sobre a origem do produto e dessa forma permitir a preferência dos consumidores. O Programa, na sua atividade de comunicação, também sensibiliza o consumidor para o impacto dos seus hábitos de compra e consequentemente para as vantagens de consumir produtos nacionais. |
O Apoio COMPETE 2020
O projeto conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Apoio a Ações Coletivas, envolvendo um investimento elegível de cerca de 3 milhões de euros o que resultou num incentivo FEDER de 2,5 milhões de euros.
Links Relacionados
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