B2-SOLUTIONS - Biobased and Biodegradable Composites

B2-SOLUTIONS - Biobased and Biodegradable Composites

Enquadramento

O conceito estratégico de Economia Circular contempla a redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia, assumindo a transição do conceito de fim-de-vida da economia linear para novos fluxos circulares de reutilização, restauração e renovação, num processo integrado. Este conceito é consideravelmente lato e abrangente e traduz-se na minimização da extração de recursos, maximização da reutilização, aumento da eficiência e desenvolvimento de novos modelos de negócios. A economia circular é considerada um fator crucial para assegurar a dissociação entre crescimento económico e aumento no consumo de recursos, relação até agora vista como inexorável, que exige atitudes mais proactivas de empresas, associações, agências governamentais, entidades do SCT e consumidores em torno desta problemática.

Neste contexto, a transição de plásticos convencionais de origem fóssil para plásticos “verdes”, sustentáveis, revela-se cada vez mais urgente e importante para a melhoria da qualidade, não só do meio ambiente, mas da própria sociedade. Mais concretamente, a transição, da qual este projeto procura fazer parte, passará pela gradual substituição de plásticos de origem fóssil e não biodegradáveis por materiais bioplásticos, de origem natural biológica e/ou biotecnológica, e por materiais biodegradáveis/compostáveis.

Atualmente, não se verifica uma redução da produção de plásticos (fósseis e não-fósseis), antes pelo contrário, assiste-se à sua expansão. No entanto, o apelo por materiais de origem natural biológica e biodegradáveis/compostáveis tem sido cada vez mais forte e os volumes respeitantes à sua produção tendem a aumentar.

Na mesma linha, nos últimos anos, tem-se verificado um esforço por parte dos reguladores para reduzir e, paralelamente, responsabilizar os produtores/consumidores pelas externalidades negativas geradas a nível ambiental relacionadas com a produção de resíduos plásticos, como ilustra a European Strategy for Plastics in a Circular Economy da Comissão Europeia, adotada em janeiro de 2018.

O Projeto

Em conversa com o COMPETE 2020, António Mendes Ferreira, Administrador da United Resins, falou do projeto B2-Solutions e da importância dos Fundos Europeus: 

António Mendes Ferreira | Administrador da United Resins

“As candidaturas e atribuições de verbas para investigação ligadas a projetos Inovadores e de Disrupção de mercado têm sido, a nosso ver, um mote dos projetos COMPETE 2020. Foi assim que vimos com bastante satisfação o projeto B2-SOLUTIONS, submetido através do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (SI I&DT), ser elegível e aprovado para financiamento.

Na nossa perceção, o projeto B2-SOLUTIONS, engloba três blocos diferenciados que combinados podem atingir um resultado de excelência, voltado às exigências que a nossa sociedade, os nossos agentes económicos e a nossa legislação requer. Estamos a falar da criação de novas soluções que visam a proteção do meio ambiente e a promoção da sustentabilidade ambiental com o objetivo final de mitigar os efeitos nefastos da poluição em diversos ecossistemas.

Foi com este espírito, que Empresas, e Centros de investigação e Ensino Portugueses se juntaram, alocando as suas competências e recursos, na procura de atingir os objetivos propostos.

O consórcio, liderado pela United Resins – Produção de Resinas, S.A., empresa Portuguesa líder na investigação, desenvolvimento, produção e comercialização de resinas naturais, reúne empresas nacionais líderes na inovação e produção de materiais biodegradáveis e compostáveis, empresas produtoras de pasta de papel e fibras, empresas líderes da produção de papel e na produção de moldes e seus produtos plásticos finais.

Deste modo, a United Biopolymers, S.A.; a Celulose Beira Industrial (Celbi), S.A.; a Navigator Brands, S.A. e a Plastaze, Plásticos de Azeméis, S.A. (Grupo Simoldes), unem-se num consórcio apoiado por instituições de reconhecido cariz científico como a Universidade de Aveiro (ESAN), Universidade de Coimbra e Instituto RAIZ.

O consórcio procura assim dar respostas concretas e incisivas que contribuam para a redução do impacto ambiental gerado pelos plásticos convencionais de origem fossil: atualmente, 60% do plástico produzido a nível mundial são despejados em aterros sanitários ou submetidos a processos de incineração.

Este projeto tem por ambição estudar, desenvolver e produzir formulações bioplásticas e biocompósitas biodegradáveis e/ou compostáveis para aplicação em vários sectores distintos, nomeadamente plásticos flexíveis (“coating”/revestimentos), semirrígidos e rígidos. Estão contempladas duas linhas distintas de investigação que visam o desenvolvimento de formulações bioplásticas para revestimento de papel bem como de formulações biocompósitas para aplicação no setor dos plásticos semirrígidos e dos plásticos rígidos, na produção de componentes moldadas por injeção, destinados às indústrias automóvel e não automóvel.

O projeto B2-SOLUTIONS assume assim um caráter inovador face ao panorama mundial atual, em que o setor dos plásticos se encontra amplamente ancorado em soluções de origem fóssil, através da conceção e desenvolvimento de formulações de bioplásticos e de biocompósitos B2-SOLUTIONS com recurso à incorporação de matérias-primas de origem natural e renovável, biológica e/ou biotecnológica, e de materiais biodegradáveis.

O projeto, além de criar novos postos de trabalho nas várias entidades envolvidas, pretende contribuir para que a transição do modelo de economia linear para um modelo de economia circular aconteça de forma evolutiva, sinérgica, inovadora, extensível e aplicável a vários mercados. Para tal, deseja obter produtos adequados aos métodos de processamento atualmente disponíveis, promovendo a eco-sustentabilidade, enquadrada no âmbito de uma economia circular competitiva.”

O Apoio do COMPETE 2020

O projeto, promovido pela United Resins, S.A. em copromoção com 4 entidades empresariais e 3 entidades do Sistema de I&DT, conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistemas de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (Copromoção), envolvendo um investimento elegível de 2,3 milhões de euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 1,4 milhões de euros.

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