ALFAGREEN - Biorefinação do liquefeito EnerGreen, desenvolvimento de novos produtos relacionados e up-grade da instalação piloto

No Projeto EnerGreen, desenvolvido pela CMP – Cimentos Maceira e Pataias, S.A. e apoiado pelo QREN, foi projetada e contruída uma instalação piloto (IP) para a produção de um biocombustível avançado líquido a partir de biomassa/resíduos para utilização na alimentação energética dos fornos de cimento, economicamente competitiva face às alternativas disponíveis.

No seguimento desse projeto a CMP propõe, no âmbito do projeto AlfaGreen, efetuar um upgrade/modificação na instalação piloto, que permitirá valorizar os produtos derivados dos liquefeitos obtidos na IP para outros fins, além da sua utilização como biocombustíveis, seguindo a tendência mundial na aposta das biorefinarias.

Com o projeto AlfaGreen, a CMP pretende uma rentabilização do processo de liquefação de resíduos orgânicos em estudo com a unidade EnerGreen, através da valorização dos produtos derivados dos liquefeitos obtidos na instalação. Desta forma, um futuro investimento numa unidade de maior capacidade para liquefação de resíduos tornar-se-á mais viável, pela separação de produtos que poderão ser vendidos a empresas que deles necessitem, fazendo assim com que a unidade seja economicamente autossustentável, permitindo ainda que o óleo seja utilizado como combustível nos fornos de cimento, diminuindo a fatura energética da empresa.

Em paralelo com a produção de um biocombustível avançado, economicamente competitivo, a IP desenvolvida no projeto EnerGreen será rentabilizada, utilizando os produtos liquefeitos produzidos como componente em formulações ou para produção de materiais/produtos valor-acrescentado. Alguns dos componentes da mistura, representam uma potencial alternativa, ambientalmente mais segura, sustentável e com menos impacto no ambiente, aos que presentemente são usados e que derivam do petróleo podendo ser utilizados na formulação de colas, espumas, impermeabilizantes, etc.

Adicionalmente, podem também ser extraídos compostos (fase hidrofílica da mistura) para fermentação evitando assim o uso de condições (enzimáticas) mais dispendiosas e de difícil implementação a nível industrial (produção de bio-etanol), para utilização em rações para animais, na produção de biopolímeros, etc. Apresentando a fração orgânica resultante da extração do produto liquefeito com água num combustível com maior poder calorifico uma vez que foram removidos os componentes mais oxidados.

A CMP pretende assim, no âmbito do AlfaGreen, estudar e efetuar as alterações adequadas na IP maximizando o seu potencial, para que possa ser valorizado o produto obtido através do processo de liquefação de resíduos, sem prejuízo da sua utilização como biocombustível no processo da fabricação de cimento, finalidade para a qual foi construída e desenhada a IP.

O Apoio do COMPETE 2020

O projeto conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica (I&DT Empresarial) na vertente de Projetos Individuais, envolvendo um investimento elegível de um milhão de euros o que resultou num incentivo FEDER de 654 mil euros.

19/12/2019 , Por Miguel Freitas
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