Go Green - Valorização de borras de café
Síntese do Projeto
O Go Green visou o desenvolvimento de um produto disruptivo na indústria de café – cápsulas ecológicas que permitirão substituir as atuais soluções de mercado à base de plásticos petroquímicos. Esta inovação, assente em novo conhecimento científico gerado na área de compósitos poliméricos, irá possibilitar a redução do impacto ambiental associado a estes produtos. O projeto Go Green teve como objetivo a redução na utilização de polímeros derivados do petróleo, através do reaproveitamento e valorização dos resíduos do consumo de café, bem como a eliminação dos plásticos. Como tal, o projeto pretendeu modificar a composição química das cápsulas de café atuais, pela criação de compósitos de matriz termoplástica reforçados com borra de café e resíduos de cápsulas. A Novadelta procedeu ao estudo de polímeros a serem utilizados como parte integrante da cápsula de café a criar, preservando as características do café e assegurando a qualidade e excelência dos seus produtos, bem como a longevidade dos mesmos para comercialização nos mercados nacionais e internacionais. Quando os múltiplos materiais desenvolvidos e testados no âmbito do projeto não apresentavam caraterísticas adequadas ao processo de moldação por injeção, foram identificadas soluções alternativas mais ecológicas na categoria dos acessórios e dos componentes dos equipamentos da marca.
A Entrevista
Entrevistamos Carla Rodrigues, Coordenadora Técnica e Científica do Go Green que nos falou deste projeto cofinanciado pelo COMPETE 2020.
Considera que foram alcançados os objetivos definidos para o projeto?
Os objetivos deste projeto foram totalmente atingidos e temos atualmente a prova de conceito de cápsulas produzidas com materiais que incorporam até 50% de cápsulas usadas, sem recorrer a separação dos componentes do produto usado, i.e., borra de café, película, filtros e material de cápsula. A Delta investiu em diferentes vias de investigação & inovação, permitindo o desenvolvimento em paralelo de uma gama de compósitos que vão desde o conceito de economia circular às misturas de materiais biodegradáveis. O projeto envolveu ainda uma análise de sustentabilidade, o cálculo de índice global de sustentabilidade, bem como uma análise multicritério (e.g. custos) para cada material que possa a vir a compor nova embalagem, quer sejam materiais em fase de IDT, quer comerciais.
Quais foram os principais desafios com que se depararam no desenvolvimento do projeto?
Naturalmente, o desafio de executar um projeto desta natureza em plena pandemia Covid-19, gerindo 4 parceiros SCT dependentes entre si para o desenvolvimento das atividades do projeto. Nesta fase, também foi difícil acedermos a matérias-primas para trabalhar e a própria gestão dos recursos humanos envolvidos no projeto, quer dos parceiros, quer do promotor, foi um desafio, com laboratórios fechados ou a funcionar com escalas para acesso aos espaços de ensaio.
De entre os resultados alcançados, há algum que gostaria de destacar?
Sim, a demonstração da capacidade de incorporar cápsulas usadas em novos materiais compósitos que podem ter diferentes destinos, diferentes aplicações, a uma escala industrial.
Para além disso, os resultados do Go Green demonstraram que é possível desenvolver produtos de embalagem ecológicos que permitem preservar a qualidade de um bom café Delta.
Qual tem sido o contributo do COMPETE 2020 para o desenvolvimento deste projeto?
O contributo do COMPETE 2020 foi fundamental para o desenvolvimento do projeto apoiando a parceria com entidades SCT portuguesas e desta forma, viabilizando o desenvolvimento de atividades IDT em paralelo com atividades de desenvolvimento experimental a escala industrial.
O Apoio Compete 2020
O projeto é promovido pela DELTA Cafés e conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, envolvendo um investimento elegível de 933 mil euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 473 mil euros.
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