Linha da Beira Baixa - Modernização do Troço Castelo Branco/Covilhã/Guarda
A Modernização da linha da Beira Baixa assenta em princípios de aumento da eficiência do sistema de transportes, dinamização do desenvolvimento económico, aumento da coesão social e territorial e incremento da sustentabilidade do sistema de transportes.
Enquadramento
O projeto em apreço enquadra-se nas infraestruturas de elevado valor acrescentado que integram o Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas (2014-2020) PETI3+.
Neste âmbito, e nos termos do definido no Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT), o projeto insere-se no corredor internacional horizontal principal a norte com vista à consolidação do corredor ferroviário da rede transeuropeia de transportes (RTE-T) principal Porto/Aveiro – Vilar Formoso e fecho da malha ferroviária RTE-T Covilhã- Guarda.
O Projeto
O Corredor Internacional Norte, onde se integra o troço Covilhã-Guarda, liga o arco metropolitano do Porto e o sistema metropolitano do centro litoral, respetivos portos, aeroportos e plataformas logísticas a Salamanca e ao resto da Europa.
De forma particular, este projeto permite a reabertura da Linha da Beira Baixa, entre a Covilhã e a Guarda e a ligação entre duas linhas ferroviárias da RTE-T, designadamente, a linha da Beira Baixa e a linha da Beira Alta, possibilitando a circulação direta de comboios internacionais pela primeira (sem necessidade das atuais manobras de troca de locomotiva na estação da Guarda), constituindo assim, uma alternativa viável para o tráfego ferroviário internacional à linha da Beira Alta.
Poderá assim ser otimizada a exploração ferroviária, dedicando a linha da Beira Alta à ligação ferroviária do norte e centro do país com a Europa, de modo a viabilizar um transporte ferroviário de mercadorias eficiente. A modernização da Linha da Beira Baixa possibilitará ainda o descongestionamento da linha do Norte e da linha da Beira Alta, constituindo assim um canal alternativo de tráfego internacional de mercadorias a partir das regiões da Grande Lisboa e sul de Portugal.
Tendo presente os objetivos definidos na Estratégia Europa 2020 e no Livro Branco da Comissão intitulado “Roteiro a um sistema de transportes competitivo e económico de recursos”, a Modernização da linha da Beira Baixa assenta em princípios de aumento da eficiência do sistema de transportes, dinamização do desenvolvimento económico, aumento da coesão social e territorial e incremento da sustentabilidade do sistema de transportes.
O troço Covilhã-Guarda encontra-se encerrado à exploração ferroviária desde 2009, altura em que se diagnosticou que o mesmo não reunia as condições mínimas de segurança para a circulação. Atualmente, e sem qualquer tipo de manutenção desde o encerramento, o troço em questão não reúne as condições necessárias para circulação, devido quer à superestrutura de via que não apresenta requisitos de segurança para tal, quer por se encontrar num estado bastante degradado, tanto em termos de drenagem tanto como pela estabilidade da plataforma e taludes, pontes e edifícios de passageiros.
Sem qualquer tipo de serviço, as povoações de Caria, Belmonte, Maçainhas, Benespera e Barracão estão, na presente data e desde 2009, privadas da possibilidade de utilização do modo ferroviário. Este empreendimento irá repor um serviço público e contribuir para a coesão territorial.
A modernização da Linha da Beira Baixa, no troço Covilhã/Guarda, na qual se inclui a sua eletrificação, vai permitir a utilização, em toda a extensão da linha, de material circulante elétrico por parte do(s) operador(es) ferroviário(s), a implementação de novos serviços e a materialização de uma alternativa efetiva à Linha da Beira Alta, aumentando significativamente a capacidade da ligação à fronteira de Vilar Formoso.
A criação da Concordância entre a Linha da Beira Baixa e a Linha da Beira Alta, trecho de 1,5 km de linha, atualmente inexistente, permitirá ainda potenciar a ligação à fronteira, permitindo aos comboios vindos da Linha da Beira Baixa encaminharem-se para a fronteira sem necessidade de passagem pela Estação da Guarda para manobras de inversão. Tal facto sucederá, igualmente, nos comboios oriundos de Vilar Formoso com direção à Linha da Beira Baixa.
De notar que esta intervenção no troço Covilhã-Guarda assume um papel de extrema relevância para o desenvolvimento da região Centro do país, através da potenciação dos corredores internacionais e sua ligação aos nós secundários e terciários da rede de transportes.
Nuno Miguel Mendes Gestor de Empreendimento na IP-Infraestruturas de Portugal, S.A. |
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O Apoio do COMPETE 2020
Trata-se de um projeto promovido pela Infraestruturas de Portugal e cofinanciado pelo COMPETE 2020, no âmbito do Eixo Prioritário IV, ao abrigo do Aviso 04/RAIT/2016, envolvendo um investimento elegível de 71,2 milhões de euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 60,5 milhões de euros.