Magikbee
As startups têm um papel importantíssimo na dinamização da economia, na transferência de conhecimento das universidades, na valorização de recursos humanos, no exemplo que passam para as novas gerações e na criação de valor futuro. Utilizar os fundos da União Europeia para criar soluções de financiamento inovadoras adaptadas à realidade e às fases das startups é algo muito importante porque ao partilharem o risco estão também a passar um sinal positivo para os investidores privados e a criar condições para tonar o ecossistema mais competitivo. Uma das áreas em que julgo que ainda há muito a fazer é na fase inicial dos negócios.
Hugo Filipe Ribeiro |
|
Como nasceu a Magikbee? | A Magikbee nasceu da nossa perceção de que havia uma oportunidade enorme no mercado de podermos ajudar as crianças a terem experiências mais positivas com dispositivos digitais. Sou pai de duas crianças pequenas e por experiência pessoal via que a relação delas com os dispositivos digitais não era a mais saudável. Tendo trabalhado em áreas de marketing e inovação durante mais de 10 anos no Grupo Sonae (Telecomunicações), vi de perto o crescimento da economia digital e de todas as oportunidades que estavam a surgir e por isso, quando conheci o Pedro Branco (Co-founder), que estava a fazer investigação na Universidade do Minho na área das interfaces interativas para dispositivos digitais, percebemos que poderíamos em conjunto fazer a diferença e decidimos criar a empresa para dar resposta a estes problemas. |
Porquê a escolha do apoio de um Business Angel? |
Um Business Angel representa muito mais do que o capital que traz para a empresa. Claro que o capital é importante para por a máquina a arrancar, mas é sempre preciso muito mais do isso. Quando trabalhamos numa grande empresa ou numa Universidade temos sempre departamentos que nos podem ajudar nos mais diversos temas, quando estamos numa startup temos de resolver tudo sozinhos e por isso, podermos ter na equipa um Business Angel experiente que nos pode ajudar quer em rede de contactos, quer em experiências diferentes das nossas é sem dúvida um ativo importantíssimo. Um Business Angel é mais um elemento da equipa que nos ajuda a avançar mais rápido, que nos ajuda a ver coisas que nós não estamos a ver, que nos desafia e que está sempre connosco nas celebrações e nos momentos menos positivos. Felizmente temos a sorte de ter investidores que juntam bem todas estas facetas. |
O risco é aterrorizador ou faz parte do negócio? | O risco faz parte do nosso negócio. Quando nos propomos fazer coisas inovadoras, quando nos propomos lançar produtos que criam novos mercados, quando estamos a antecipar o mercado e a criar produtos para o futuro, mas que têm que vender no presente, estamos sempre no fio da navalha. É raro termos as condições ideais de tempo, dinheiro e recursos e por isso temos que ter sempre ativado o nosso instinto de sobrevivência para conseguirmos superar todos os desafios com que nos deparamos. |
O que torna a vossa empresa diferente? | Não somos de facto uma startup típica. Temos um portfolio de produtos variados para a área da educação e até já criamos um spin-off, Magik Book, com uma das tecnologia que desenvolvemos inicialmente para as crianças. Acreditamos que todos os nossos produtos e tecnologias têm imenso potencial e a verdade é que cada um deles poderia ser inclusive uma startup. Para nós esta estratégia foi a forma que encontramos de seguirmos as nossas instuições (Gut feeling), de nos divertirmos, mas também de procurarmos diversificar o nosso risco. Posso hoje afirmar que se não fosse esta a abordagem, provavelmente já teríamos fechado a empresa. |
Quais são os objetivos da Magikbee? | Sempre tivemos grandes ambições e por isso mesmo criamos a Magikbee sempre com uma perspetiva global. Acreditamos que estamos no bom caminho, com os nossos produtos a serem utilizados em mais de 200 países, com 99,9% da nossa faturação a ser gerada fora de Portugal e com o reconhecimento internacional de que somos uma das empresas mais inovadoras nos nossos segmentos. Apesar dos resultados atingidos ainda estamos a dar os primeiros passos e por isso queremos acelerar o nosso crescimento em toda a linha de produtos para nos tornarmos numa referência em todos os mercados em que atuamos. |
Os Fundos da União Europeia podem ter um papel importante na criação de soluções de investimento inovadoras? | É inerente a toda a lógica das startups um elevado grau de risco associado, traduzido numa taxa de sobrevivência das empresas muito baixa. No entanto, as startups têm um papel importantíssimo na dinamização da economia, na transferência de conhecimento das universidades, na valorização de recursos humanos, no exemplo que passam para as novas gerações e na criação de valor futuro. Utilizar os fundos da União Europeia para criar soluções de financiamento inovadoras adaptadas à realidade e às fases das startups é algo muito importante porque ao partilharem o risco estão também a passar um sinal positivo para os investidores privados e a criar condições para tonar o ecossistema mais competitivo. Uma das áreas em que julgo que ainda há muito a fazer é na fase inicial dos negócios. Os empreendedores e os investidores devem estar mais disponíveis para assumir riscos maiores e para falhar, só assim é que vamos conseguir criar os negócios que vão mudar o mundo. |