Portuguese Beef: A internacionalização da carne portuguesa
A presente iniciativa, promovida pela Federação Nacional das Associações de Raças Autóctones (FERA), visa a promoção, divulgação e disseminação da carne bovina das raças autóctones portuguesas, dando especial ênfase às raças Arouquesa, Barrosã, Cachena, Marinhoa, Maronesa, Minhota e Mirandesa.
Enquadramento
O setor agroalimentar, caracterizado pelo conjunto de atividades de transformação de bens agrícolas e alimentares e de bebidas, ocupa um espaço importante na economia portuguesa e europeia.
Na UE a indústria agroalimentar é também a maior indústria, com um volume de negócios de 1 048 mil milhões de euros (equivalente a 14,6% do total da indústria transformadora europeia), sendo que 51,6% desse valor provém das PME. Este setor, em termos europeus, emprega cerca de 15,5% das pessoas ao serviço na indústria transformadora alimentar (Food Drink Europe, 2014).
As exportações portuguesas de produtos agroalimentares têm registado um significativo crescimento no panorama nacional das exportações, tendo registado, de fato, um acréscimo de mais de 351 milhões de euros em 2013, constituindo o segundo maior aumento verificado a seguir ao dos produtos Energéticos.
As raças autóctones nacionais constituem uma das principais razões para Portugal ser considerado uma região “Hot Spot” de biodiversidade pela Organização para a Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO).
Tais raças estabelecem-se essencialmente nas zonas do interior, em territórios de baixa densidade e em sistemas de produção equilibrados, sustentáveis e ecológicos, traduzindo uma adaptação dos animais à diversidade das regiões. Representam um património genético valioso, possuindo um grande potencial de valorização económica, associado ao fomento de produtos tradicionais e de qualidade. Adicionalmente, contribuem de forma decisiva para a fixação demográfica nas zonas rurais mais desfavorecidas, potenciando a estabilidade e a coesão social. Neste contexto, torna-se fundamental a valorização intrínseca e económica destes produtos inimitáveis, que são sinónimo de qualidade, autenticidade, singularidade cultura e tradição.
O Projeto
O projeto Portuguese Beef pretende a aquisição de bases sólidas para a internacionalização da carne bovina das raças autóctones. É objetivo comum a criação de sinergias tendo em vista a complementaridade de recursos e a criação de valor para os produtos.
Estrategicamente, o projeto assumirá diversas vertentes, tendo-se iniciado com a criação da marca Portuguese Beef e das respetivas submarcas, que traduzam produtos de qualidade e referência ao consumidor final.
Paralelamente, no que se refere a estudos, foi elaborado um Plano de Marketing Internacional, onde foram analisados de forma exaustiva os mercados-alvo abordados em sede de candidatura bem como outros potenciais, de possível interesse para a temática do projeto e dos seus objetivos. Resultante do mesmo, a FERA identifica como mercados-alvo do projeto os seguintes: Alemanha, Canadá, França, Luxemburgo e Reino Unido.
O processo de promoção, divulgação e disseminação da marca e das submarcas será efetuado através da participação em Feiras Internacionais nos mercados-alvo, bem como a concretização de Private Professional Exhibitions nos mercados-alvo europeus e de Missões de Importadores em território nacional.
As Feiras Internacionais caraterizam-se como espaços privilegiados para o estabelecimento de contactos, avaliação de oportunidades de negócio e conhecimento de especificidades dos mercados-alvo.
A presença nestes eventos será fundamental no processo de comunicação, visto ser uma excelente ocasião para divulgar produtos e serviços, despoletar melhorias ao nível da notoriedade da marca e pelo simples facto de concorrerem diretamente com os melhores players a nível mundial.
Como complemento à participação nas feiras internacionais, surgem as Private Professional Exhibitions e as Missões de Importadores, constituindo uma oportunidade para a realização de follow-up de relações previamente estabelecidas. Possibilitarão, não só, o conhecimento do Portuguese Beef, bem como dos seus produtos de elevada qualidade.
No âmbito destas últimas atividades, ocorrerá uma apresentação e degustação dos produtos, criando oportunidades para estabelecer relações institucionais e empresariais através de reuniões bilaterais ou multilaterais entre a FERA e os participantes.
As ações irão privilegiar maioritariamente decision-makers, opinion-makers, importadores e distribuidores provenientes do retalho alimentar, restauração, talhos, mercearias e lojas gourmet, bem como, o fomento de parcerias com instituições, associações, federações homólogas.
Importa ainda referir, a implementação de ações adicionais, de igual relevância para o projeto nomeadamente: o posicionamento dos produtos na imprensa, em revistas especializadas, e campanhas de Social Media Marketing.
Todas as ações referidas permitirão estabelecer contactos de proximidade, possibilitando à FERA a aquisição de experiência e inspiração para inovar, e por outro lado, dotar as regiões de produtos de elevado valor acrescentado, diferenciados e inovadores, que causarão um efeito de arrastamento na economia.
Em declarações ao COMPETE 2020, Eng.º Rui Jorge Vieira Dantas, Presidente da Direção da Federação Nacional das Associações de Raças Autóctones (FERA) comenta a mais-valia do apoio deste Programa e a importância do projeto.
O apoio do Compete 2020 é decisivo para promover a visibilidade internacional da carne bovina das raças autóctones portuguesas, bem como para criar condições à manutenção e conservação destas raças, tão importantes para Portugal, especialmente, para as suas regiões menos desenvolvidas.
O projeto permitirá alavancar a procura por produtos de reconhecida qualidade com Denominação de Origem, cujo modo de produção se desenvolve através da alimentação em pastos naturais, respeitando sempre o ecossistema. De igual modo, possibilitará o fomento das exportações e a criação de emprego, bem como o surgimento de novos produtos, aliando a tradição à inovação.
Apoio COMPETE 2020
O projeto conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Apoio a Ações Coletivas (SIAC), envolvendo um investimento elegível de 427 mil euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 363 mil euros.
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