Cláudia Matos Pinheiro, uma mulher que considera a indústria um sector criativo e original onde o desafio é uma constante

 


Qual tem sido o fio condutor da sua carreira?

O fio condutor da minha carreira tem sido a perseverança, a par com um conjunto de valores e características  como o respeito, a objetividade  e a vontade de fazer mais e melhor, cada dia que passa.    

 

A indústria pode ser 'sexy'? Como atrair mais jovens e reter talentos?

De alguns anos a esta parte, verifica-se um afastamento dos profissionais da industria. Esta situação tem vindo a criar um fosso entre as necessidades de profissionais qualificados, que a industria tem e, a disponibilidade dos mesmos no mercado. Em paralelo, a industria, nomeadamente a metalomecânica, tem crescido nos últimos anos, o que ainda agrava mais este fosso. As empresas portuguesas competem de igual para igual com as suas congéneres internacionais, tendo uma imagem de competência e qualidade. Então é caso para questionar o porquê de não conseguirmos passar essa mensagem internamente, por forma a conseguirmos captar jovens que se deslocam para o estrangeiro na busca de ofertas profissionais ? A industria deve criar condições, em paralelo com as politicas educacionais, as escolas, as entidades económicas, etc, no sentido de transmitir uma imagem de modernidade, criatividade e originalidade que aliciem os nossos jovens a procurar  soluções internamente. Só com estes passos teremos capacidade no futuro de continuar a competir em mercados cada vez mais desafiantes e competitivos.

 

Pensa que é uma líder diferente por ser mulher? Acredita que existe uma liderança masculina e uma liderança feminina?

A liderança é algo muito pessoal e obviamente marcado pelas características individuais do líder. Nesse sentido, não considero que exista um estereótipo, que condicione a liderança masculina ou feminina, mas um desenvolvimento dos fatores mais marcantes do indivíduo, que aportados à sua liderança, lhe transmite um cunho pessoal.

 

É possível ter uma carreira bem sucedida e, ao mesmo tempo, ser feliz na vida pessoal?

Eu entendo que a nossa vida é uma conjugação  da área pessoal e da profissional. A motivação e satisfação da carreira profissional são uma alavancagem para a vida pessoal, tal como uma vida pessoal feliz e realizada o são também para a carreira profissional. Uma dinâmica potenciadora para um coexistência feliz e bem sucedida requer perseverança e envolvimento, mas é perfeitamente possível.

 

Que conselho deixaria a todos (as) que escolhem a indústria para fazer um percurso profissional?

A minha sugestão para quem pretende desenvolver o seu percurso profissional na indústria é de que está a apostar na criação, na originalidade, no desafio constante, com a possibilidade de um percurso evolutivo e completamente aliciante.

 


Outra informação de Interesse

Cláudia Matos Pinheiro é ainda a responsável pela estratégia, política e objetivos gerais das empresas que administra, destacam-se, entre outros projetos, o envolvimento:

> Na coordenação do projeto TURTLE (Veículo Submersível);

> Na coordenação projetos Deepfloat (Sistema de variação da flutuação para aplicações submarinas) e Sidenav ( Smart Infrastructure for Deep Sea Navigation);

> Representante de A. Silva Matos Metalomecânica S.A. no consórcio ENEOP – Energias de Portugal vencedor do concurso público para a atribuição de capacidade de injeção de potência na rede do sistema elétrico;

> Responsável pelo Projeto H2 – Sistema Autónomo de Energia;

> Responsável máximo pela certificação da Qualidade, Ambiente e Segurança;

> Responsável máximo pelos projetos da empresa A. Silva Matos Metalomecânica no fornecimento de equipamentos, a destacar:

* ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor),

* ALMA (Atacama Large Milimeter/Submillimeter Array),

* CERN  (European Organization for Nuclear Research).


 

06/03/2018 , Por Célia Pinto