IFD vai abrir concurso para operadores de mercado - 'business angels'

IFD – Instituição Financeira de Desenvolvimento, vai abrir esta semana o primeiro concurso para operadores de mercado de modo a que estes possam co investir em Instrumentos Financeiros e assim as verbas cheguem às Empresas.

A primeira reunião entre a IFD, liderada por José Fernando de Figueiredo e operadores de mercado (‘business angels’) decorreu na sexta-feira, dia 30 de outubro, para lhes dar a conhecer o aviso de concurso que será lançado esta semana, mas também recolher algumas sugestões que ainda poderão ser incorporadas.

O encontro decorreu em simultâneo no Porto e em Lisboa (através de videoconferência) e o objetivo foi apresentar aos ‘business angels’ a linha de 26,7 milhões de euros que lhes é destinada. Esta linha é uma das três do Fundo de Capital e Quase Capital que visa promover o empreendedorismo qualificado e reforçar a capacidade das empresas através da criação ou reforço de instrumentos de capitalização de empresas, sobretudo nas fases de arranque.

Este fundo, lançado a 9 de Outubro, tem um capital inicial de 146,9 milhões de euros – totalmente financiado por fundos comunitários do Portugal 2020 – e está divido em três linhas. Além da reservada aos ‘business angels’, há 100,2 milhões que serão colocados a concurso para os fundos de capital de risco e 20 milhões para os fundos de capital reversível, os outros intermediários financeiros deste fundo de capital.

Os ‘business angels’ que queiram candidatar-se a esta linha de financiamento têm 45 dias para o fazer. A seleção das candidaturas será feita em 30 dias e os contratos assinados em 60, ou seja, será constituída uma entidade veículo que, necessariamente, tem de reunir três ou mais ‘business angels’.

Cada uma destas entidades poderá obter um financiamento máximo de 1,4 milhões de euros, com 70% de comparticipação do fundo de capital da IFD, para criar empresas e apoiá-las na fase de arranque. Já para reforço de capital para que as empresas desenvolvam novos produtos e serviços e para projetos inovadores ao nível de produtos, organização e marketing, cada entidade veículo terá um máximo de 700 mil euros, com o mesmo nível de comparticipação.

Como estes instrumentos são comparticipados pelos diferentes Programas Operacionais Regionais e pelo COMPETE 2020, os investimentos terão de obedecer à mesma lógica territorial. Assim, a maior parte dos investimentos será no Norte do país, já que este é o maior PO financiador. As regras determinam ainda que no primeiro ano e meio, 60% do investimento esteja executado, sob pena da IFD reduzir a dotação da entidade veículo, uma redução que pode ir até 50% da diferença entre o executado e o previsto. Em contrapartida, as regras também preveem prémio de gestão.

A IFD é uma instituição pública, que tem como Missão conceber, estruturar e operacionalizar soluções de financiamento que permitam colmatar falhas de mercado no acesso das PME portuguesas ao financiamento, contribuindo assim para o desenvolvimento económico e para a criação de riqueza e emprego, com volumes crescentes de valor acrescentado.

A IFD, entidade grossista, não concorre com as restantes Instituições Financeiras na oferta de produtos financeiros dirigidos às PME. Atua, isso sim, em complementaridade com a banca nacional e com outros parceiros privados, para colmatar as falhas de mercado existentes.

A IFD tem como objetivo principal direcionar recursos financeiros públicos, preferencialmente alavancados por cofinanciamento privado, e em particular Instrumentos Financeiros de Capital / Quase-capital / e Dívida de Médio e Longo Prazo, para ajudar as PME “viáveis” a capitalizar os seus balanços e melhor financiar os seus investimentos, para que desenvolvam a sua atividade em setores de bens ou serviços transacionáveis, nas suas fases de arranque, crescimento e transferência de propriedade.

 

Fonte: Diário Económico

 

02/11/2015 , Por Cátia Silva Pinto
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