Josefinas: a marca de sabrinas portuguesa obcecada pelo savoir faire

Filipa Júlio e Maria Cunha, uma arquiteta e uma gestora, conheceram-se num concurso de ideias de negócio e decidiram mudar de vida. As duas sócias contaram com investimento de capital de risco com Fundos FEDER para lançar a marca de sabrinas feitas à mão, de pele, e que podem ser usadas em qualquer terreno, sem estragar.

 

1. Síntese

As Josefinas são uma marca de calçado lifestyle de luxo, ligada ao atributo do savoir faire e comercializada através de e-commerce. O seu principal produto consiste nas sabrinas na classe de affordable luxury. Sabrinas de luxo, modernas, elegantes e confortáveis feitas em Portugal, criadas pelas mãos de mestres sapateiros. Não se trata apenas de um produto high-end, mas sim uma experiência integrada empowered pela sua marca. Os atributos da marca Josefinas passam pela exclusividade, savoir-faire, conforto e luxo. 

Cada produto é único, pois é feito à mão. As tendências atuais demonstram que existe, cada vez mais, uma procura de produtos exclusivos, feitos à mão, oriundos de um mercado sustentável.

Os mercados dos Estados Unidos, do Brasil e do Japão estão na lista de prioridades.

Nomeada pelo segundo ano consecutivo, a marca Josefinas larrecadou o Prémio Mercúrio para Melhor Marca de Comércio e Serviços Online 2014.

2. Como tudo começou…

Foi no meio de uma visita a uma obra que Filipa Júlio se lembrou que todas as mulheres deviam ter sapatos perfeitos para andar em qualquer situação. A ideia de um negócio próprio veio logo de seguida. A arquiteta de 30 anos queria arriscar: decidiu criar uma marca de sabrinas de qualidade, feitas por especialistas, com os melhores materiais, de forma a poder garantir às mulheres as condições de conforto e estilo. 

Ainda a trabalhar no atelier de arquitetura, Filipa traçou um plano: decidiu inscrever a sua ideia, até aí secreta, num concurso de ideias de negócio. O projeto ficou entre os dez finalistas mas ganhou mais do que o financiamento: a gestora Maria Cunha, 37 anos, a única mulher no júri, decidiu falar com Filipa e propor-lhe uma sociedade para lançarem o negócio. 

Dizem, com exagero reconhecido, que foram a mais de quinhentas reuniões com fornecedores até encontrarem o local ideal para mandar produzir as sabrinas. Tudo para que as coisas saíssem na perfeição. Mas o número não deve andar longe disso, entre muitos avanços e recuos. “Queria uma boa sola, a melhor pele, uma palmilha de qualidade. Queria que as sabrinas fossem feitas dos melhores materiais, com as cores mais indicadas”, explica a arquiteta. Procurar um fornecedor que pudesse assegurar uma produção de nicho foi talvez a missão mais complicada durante o processo. “Só a uma escala quase familiar conseguiríamos fazer tudo como queríamos. Com o cordão que pudesse ser apertado à volta de todo o pé, com o conforto e a qualidade que desejávamos e 100% português”, diz Maria.

A resposta positiva veio de um atelier de sapataria em São João da Madeira, onde trabalham dois irmãos sapateiros. Com os primeiros protótipos, Filipa e Maria testaram as sabrinas todo-o-terreno, na chuva, na lama, na areia. Até ao mar as Josefinas foram, para testar a qualidade da pele. Quando as sócias acharam que o produto estava exatamente como queriam, começaram a mostrá-las ao mundo. “Mandámos Josefinas para várias bloggers. Queríamos opiniões pessoais e privadas mas, de um dia para o outro, as sabrinas estavam a ser elogiadas nos respetivos blogues”, conta Maria. Sem esperarem, o plano estava traçado: as Josefinas – o nome é inspirado nas sabrinas das bailarinas, misturadas com o nome da avó de Filipa – passaram a ser vendidas online e marcam presença em pequenos mercados.

Fonte: Dinheiro Vivo 

 

3. Apoio do COMPETE

A operação de investimento aprovada ascende a um total de 1.090.000€, dos quais 940.000€ foram aportados pelo FCR Portugal Ventures Internacionalização.  Refira-se que o FCR Portugal Ventures Internacionalização é participado pelo Fundo de Apoio ao Financiamento à Inovação – FINOVA – (Fundo gerido pela PME Investimentos), por via de financiamento oriundo do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do COMPETE/QREN.

 

  4. Links

Artigo “Portugal produz sabrinas mais caras do mundo” 

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08/11/2018 , Por Cátia Silva Pinto
COMPETE
União Europeia