A fábrica de porcelana Vista Alegre foi fundada em 1824, em Ílhavo, distrito de Aveiro. Ao longo do seu percurso, a marca esteve sempre intimamente associada à história e à vida cultural portuguesa, e adquiriu uma notoriedade internacional ímpar. Em 2001, o Grupo Vista Alegre (porcelana, faiança e grés) fundiu-se com o Grupo Atlantis (cristal e vidro feitos à mão e de elevada qualidade), dando origem a um dos maiores grupos de “tableware” e “giftware” da Europa: o Grupo Vista Alegre Atlantis. Em 2009, o Grupo Vista Alegre Atlantis passou a integrar o portefólio de marcas do Grupo Visabeira, após a oferta pública lançada com sucesso sobre as ações da Vista Alegre Atlantis. 

Em 2018, o design da marca portuguesa de porcelana, cristal e vidro arrecadou 30 prémios no total e em 2019, a marca recebeu 33 dos mais prestigiados prémios de design internacionais.

Grandes nomes do design contemporâneo, da pintura, escultura, arquitetura, literatura e outras formas de arte têm emprestado o seu talento a muitas criações da marca. Siza Vieira, Joana Vasconcelos, Patrick Norguet, Ross Lovegrove, Marcel Wanders, Jaime Hayon, Malangatana, Sempé, Brunno Jahara, Sam Baron, a marca francesa Christian Lacroix e a insígnia Oscar de La Renta são alguns dos artistas e designers que se associaram à Vista Alegre. Os serviços Vista Alegre são usados oficialmente pelo Presidente da República Portuguesa, pela Casa Branca, por várias Casas Reais e por muitas personalidades de todo o mundo. A Vista Alegre fornece ainda as loiças oficiais de várias embaixadas espalhadas pelo mundo, nomeadamente as do Brasil, Espanha e Marrocos, bem como outras instituições públicas e privadas nacionais e internacionais. Em outubro de 2018 a Vista Alegre foi distinguida pela Comissão Europeia com o prémio “Regiostars”, um galardão que gratifica os melhores projetos de política de coesão na União Europeia, privilegiando projetos inovadores e de boas práticas de desenvolvimento regional.

Uma empresa inovadora é aquela que aposta na sua competitividade, valorizando os recursos de que dispõe, motivando sempre a sua equipa para a geração de ideias. Acreditamos assim que, para uma empresa inovar ela tem de fomentar uma cultura de mudança, querer sempre mais e melhor, almejando uma posição cimeira no seu sector. Deste modo os seus recursos (humanos e  tecnológicos) são os seus primeiros factores críticos de sucesso. 

É preciso dominar a cadeia de valor e procurar processos produtivos eficientes, fiáveis, reprodutíveis, recorrendo à investigação e desenvolvimento tecnológico, a parcerias com outras empresas e interfaces do sistema cientifico tecnológico. Importa igualmente definir uma estratégia com enfoque  no cliente, criando-lhe uma necessidade de influenciar a aquisição  dos nossos produtos, sustentada nos valores e no posicionamento de prestigio da marca de forma coerente e sustentada. Importante na estratégia de comunicação é o controlo dos canais de distribuição, nomeadamente com eventos na rede de lojas próprias, e nas novas plataformas tecnológicas das redes sociais,  factores críticos de sucesso para a empresa.

A inovação é uma tarefa continua, com monotorização constante dos indicadores de penetração e de aceitação dos produtos nos diferentes mercados, procurando definir tendências e respeitando os valores de todos os stakeholders. As parcerias com influenciadores do sector e uma forte aposta no desenvolvimento de novos produtos, tem trazido reconhecimento e notoriedade à estratégia de crescimento da marca. 

O projeto “DecorGlass - Decoration Techniques for the Glass”, foi assente e suportado por um trabalho de pesquisa de novos materiais e técnicas de decoração com vista ao desenvolvimento de uma nova gama de produtos de vidro de elevado valor acrescentado. De modo a assegurar um conjunto de soluções inovadoras para a decoração do vidro, foi definida uma estratégia assente em quatro grandes vertentes (V) de investigação:

V1) Desenvolvimento de técnicas de estabilização da cor do vidro;  V2) Desenvolvimento de novas técnicas e materiais para decoração da superfície de peças de vidro;  V3) Implementação de um sistema de gravação da superfície do vidro com feixe laser;  V4) Desenvolvimento de novas técnicas e materiais ambientalmente sustentáveis e seguros. 

E com vista à obtenção de diversos objectivos específicos (OE): 

OE1) Obtenção de vidros coloridos com maior estabilidade da cor;  OE2) Obtenção de filmes decorativos com caraterísticas estéticas e físicas melhoradas;  OE3) Implementação de um sistema de gravação da superfície do vidro com feixe laser;  OE4) Aumento da sustentabilidade ambiental e de segurança alimentar dos produtos de vidro;  OE5) Angariação de novos clientes em mercados já existentes e/ou novos, com especial enfoque em novos mercados externos;  OE Global) Aumento do volume de negócios no mercado nacional e internacional.

Tendo em conta os mercados alvo onde a Vista Alegre operava e/ou pretendia operar desde a fase de criação e conceptualização do Projecto, entendeu-se que o seu sucesso deveria ser suportado na voz do cliente com o intuito de estabelecer um conjunto de requisitos determinantes para o sucesso das soluções a desenvolver e dos produtos associados. Nesse âmbito, foi definida uma série de pressupostos assentes na criação de formas complexas e diferenciadoras, no desenvolvimento de produtos e decorações estáveis com manutenção de características e propriedades ao longo do tempo, no desenvolvimento de produtos/embalagens neutro(a)s sem impacto em propriedades organolépticas, na melhoria da capacidade de aconselhamento e acompanhamento dos clientes desde a concepção e desenvolvimento ao serviço pós-venda, na adopção de procedimentos cada vez mais seguros e sustentáveis com vista a assegurar o cumprimentos de requisitos de qualidade, técnicos, funcionais e legais e no desenvolvimento de soluções inovadoras  com vista à consolidação da posição de destaque que a Vista Alegre tem nos mercados onde opera com um nível elevado de exigência e para os quais se constitui como referência no sector.

As soluções desenvolvidas no âmbito do Decorglass têm por objectivo concorrer para o crescimento sustentado da unidade assente no desenvolvimento e aquisição de conhecimento e inovador essencial à definição de produtos, resolução de constrangimentos e segurança ambiental.

Foi portanto um projecto ambicioso mas com resultados muito positivos face ao definido em sede de candidatura.

Desde os primeiros quadros comunitários (QCAIII – SIME e PEDIP, QREN e agora PT2020) que a Vista Alegre Atlantis tem vindo a inovar constantemente sendo que os incentivos comunitários disponibilizados pelo Compete às empresas nacionais um incentivo importante neste percurso. Aliás, a Vista Alegre deve muito do seu desenvolvimento dos últimos anos ao apoio e contributo financeiro da União Europeia através do Estado Português, em representação pelo COMPETE, através de incentivos ao investimento, os quais permitiram realizar já mais de 10 projectos candidatados ao Sistema de Incentivos à Inovação Produtiva e ao Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico. Sem a existência desses fundos, provavelmente não se teriam desenvolvido tantos projectos diferenciados, nem num âmbito tão alargado, neste período temporal.

Adicionalmente, a existência de concursos e fundos à investigação e ao desenvolvimento tecnológico, bem como à inovação, também motivou a realização de parcerias com entidades do sistema I&D, nomeadamente a Universidade de Aveiro, onde a relação é actualmente muito estreita. Em paralelo também motivou uma maior comunicação da Vista Alegre com os seus fornecedores (não só de equipamentos como de matérias primas e materiais) na busca de soluções inovadoras, mais flexíveis, e sustentáveis, promovendo deste modo o crescimento não só da Vista Alegre como dos seus parceiros. Sendo que essas relações potenciam o crescimento da empresa.