O principal desafio com que a Kentra se deparou foi a confrontação com a alteração do paradigma de Cuidar. Vinda de um meio onde era privilegiado o Cuidado Assistencial Clínico, deparou-se com a vastidão do paradigma do Cuidar, fora do mundo Clínico. Ao contrário do que acontece na nossa área de origem, não há uma Ontologia para os temas cobertos pelo Social, objecto deste nosso Projecto. Este foi um grande desafio.

Fomos confrontados com as seguintes perguntas:

O que é um registo Social? Como é composto, quem são os seus Stakeholders, qual é a relevância do mesmo no processo holístico de uma pessoa concreta? Conseguimos extrapolar o conceito de Persona, por intermédio da análise de caso? Como estabelecer um perfil multidimensional que agrega as várias componentes de um Sistema Global do Cuidar? Neste sentido, que eventos deveremos coligir e como é que eles se podem relacionar e balancear entre o registo Social e o registo clínico. O que medir, quando medir, onde medir e qual a correlação de objectivos concretos no porquê medir. 

Por fim, quem é, actualmente, o financiador de um Sistema de Cuidar para além dos limites Assistenciais institucionalizados? Que valor pode ter um patrocínio de uma maior consciência Social para a promoção da Saúde, não apenas para o Terceiro Sector, onde inicialmente concentrámos os nossos esforços, mas um universo populacional que lhe está adjacente, de que é universalmente aceite pela denominação Envelhecimento Activo. Uma população que começa a partir dos 55 anos de idade, com o objectivo cívico de ajudar a patrocinar a sua saúde futura, sendo interveniente activo nesse processo. 

Aqui estamos a falar da dimensão humana, das características individuais de cada um, muito adornadas pelo meio onde coabitamos. Estamos a falar da nossa dieta, como nos alimentamos, do nosso estímulo físico, do nosso estímulo intelectual, entre muitas outras vertentes do bem-estar e do bem-cuidar. Aqui fomos confrontados com as diferenças significativas de meios entre regiões. Estamos a falar da dimensão política, da intervenção de proximidade ou, mesmo da falta dela, de um novo modelo de medir impacto real de cada iniciativa pública. Este modelo de avaliação da eficácia de cada conjunto de iniciativas públicas foi e é um grande desafio.

Destacamos vários. De entre eles, destacamos dois:

1. O posicionamento do conceito de Redes Sociais, como institucionalização do Modelo de Cuidador Informal, interligado com a restante rede de prestação de cuidados:

2. E, na sequência deste, a completa alteração do paradigma de Cuidar, que nos levou também a uma alteração radical de outras duas linhas de Produtos, a Área Clínica e a Área de Laboratórios de Análises Clínicas.

Ambos os resultados foram relevantes para catapultar a Kentra para um nível bastante superior àquele com que iniciámos este Processo.

Sem o contributo do COMPETE 2020, para uma empresa com a dimensão e o mercado da Kentra, simplesmente não teria sido possível esta abordagem. Não teria sido possível abrir esta importante linha de negócio para a Kentra. Consideramos que a linha de negócio potenciada pelo Social Cooperation for Integrated Assisted Living rapidamente se transformará na mais relevante para a Kentra em 2023.

Sem o contributo do COMPETE 2020, a Kentra não teria tido a oportunidade de cooperar com parceiros tecnológicos, como a Digitalwind e MicroIO, nem teria tido acesso a dois Centros de Investigação de Ponta, como a Universidade de Aveiro e o Instituto Pedro Nunes. Centros esses, nomeadamente a Universidade de Aveiro, com quem continuamos a colaborar e que tanta importância tem para a aproximação da Kentra ao mundo científico, para a incorporação na Kentra, por transferência de tecnologia, do melhor que hoje se faz nesta ciência em Portugal. Ajuda-nos a transformar e dar valor contínuo a esta linha de produtos. Este foi o legado do COMPETE 2020 à nossa empresa.