Entrevistámos Isabel Torres, uma das cofundadoras do ITeCons

 
Isabel Torres, Cofundadora do ITeCons deu uma entrevista ao COMPETE 2020 onde sintetizou o seu trajeto profissional e a paixão pelo mundo da Investigação, em particular no âmbito da engenharia civil e o papel crucial dos Fundos da União Europeia que têm permitido dar “todo o apoio científico e tecnológico” para garantir o sucessos dos projetos e a criação de uma equipa multidisciplinar.
 
 
O que a atraiu para o mundo da Investigação, nomeadamente na Engenharia da Construção? 
O que me atraiu mais no mundo da Investigação e em particular da Investigação no âmbito da Engenharia Civil foi o desafio de poder desenvolver e/ou ajudar a desenvolver novas soluções construtivas/materiais de construção mais ajustados às exigências funcionais atuais, tecnologicamente mais adequados à construção moderna e/ou à reabilitação de edifícios antigos, energeticamente mais eficientes, mais sustentáveis, etc. Poder contribuir com o conhecimento científico adquirido, para melhorar o comportamento das construções, para fazer com que estas cada vez mais se adaptem às nossas exigências, para que sejam energeticamente mais eficientes e sejam mais sustentáveis. Trata-se de um desafio permanente e muito motivante.
 
Enquanto membro da Comissão Instaladora do Itecons acredita que é mais fácil a aproximação entre a academia e as empresas através de centros de interface? A transferência de conhecimento é mais fluída? 
Não só acredito como tenho a certeza que os centros de interface vieram criar uma grande aproximação entre a academia e o mundo empresarial. Todos os dias, a experiência do trabalho desenvolvido no Itecons me confirma esse facto. A transferência do conhecimento é, desta forma, muito mais rápida e eficiente, permitindo às empresas obterem conhecimento científico/tecnológico que de outra forma não conseguiriam, podendo assim colocar esse conhecimento à disposição do desenvolvimento de novos produtos e do seu próprio desenvolvimento.
 
Qual foi o momento mais emocionante no seu trajeto profissional?
Um dos momentos mais marcantes no meu trajeto profissional foi a possibilidade de poder participar de forma ativa na criação do Itecons e a possibilidade (que ainda hoje se mantêm) de poder participar no desenvolvimento de novos projetos, quer de investigação pura quer de colaboração estreita com as empresas, de poder trabalhar com uma equipa multidisciplinar de grande valor.
 
E qual foi o obstáculo mais interessante de superar?
Foi a constituição, em janeiro de 2006, do Itecons. Quando o processo se iniciou havia muitas incertezas, dúvidas de qual seria a aceitação por parte das empresas e outras entidades envolvidas. Quando finalmente se conseguiu levar este projeto para a frente e conseguiu, além da sua constituição, inaugurar o 1º edifício foi talvez o obstáculo mais interessante de superar (não exclusivamente por mim, mas por toda uma grande equipa envolvida).
 
E Gerir o tempo? Qual o segredo?
O meu tempo é dividido entre a atividade docente na Universidade de Coimbra, a investigação desenvolvida no Itecons e outras tarefas complementares de formação e transferência de conhecimento também desenvolvidas no Itecons. Para se gerir de uma forma eficaz o tempo é necessário ser bastante organizada nas tarefas a desenvolver e saber distinguir e priorizar as tarefas mais importantes, mas sem nunca descorar totalmente as outras. Quando se trabalha no que se gosta e se está rodeada de uma equipa de muita qualidade e muito unida e colaboradora tudo se torna mais fácil de gerir, incluindo o nosso próprio tempo.
 
A sua experiência com os Fundos da União Europeia… fizeram a diferença? 
Os Fundos da União Europeia fizeram toda a diferença. Permitiram às empresas proceder ao desenvolvimento/criação de novos produtos/novas soluções e permitiram ao Itecons poder dar todo o apoio científico e tecnológico necessário para que esses projetos fossem um sucesso completo e criar assim uma estrutura cada vez mais multidisciplinar, mais desenvolvida técnica e tecnologicamente e mais apta para responder a novos desafios. Possibilitaram, ainda, desenvolver investigação aplicada que também não seria viável sem estes apoios.
 
 
 
CV resumido | Isabel Torres
 
Doutorada em Engenharia Civil pela Universidade de Coimbra (UC). Professora Auxiliar da UC. Autora/coautora de 126 artigos científicos publicados em livros, capítulos de livros, revistas internacionais/nacionais e atas de congressos internacionais/nacionais. Orientadora de 52 teses de Mestrado e Doutoramento. Coordenadora de 1 projeto de investigação na área das ciências da construção financiado pela FCT e participou em mais de outros 10 projetos financiados como investigadora. É atualmente investigadora de um projeto de investigação financiado pela FCT. Coautora da Patente registada PCT/PT2009/000068.

02/03/2020 , Por Cátia Silva Pinto
COMPETE 2020